30 de agosto de 2021

"Marvel Comics - A Trajetória da Casa das Ideias no Brasil" - segunda e definitiva edição"

Um dos (poucos) alentos nesse período de pandemia foi ter colaborado com  esse magistral projeto do Alexandre Morgado, que finalmente conseguiu finalizar a segunda edição - atualizada, com novo layout, novas informações e nova revisão - do essencial "Marvel Comics - A Trajetória da Casa das Ideias no Brasil" (Splash Books). Referência desde sempre para quem pretende saber qualquer detalhe sobre a história da editora americana no mercado de quadrinhos nacional. Valeu!





28 de agosto de 2021

Totó, o Detetive, por Guilherme Valpeteris (Suplemento Juvenil - 16-03-1940)


Pesquisando um assunto na hemeroteca da Biblioteca Nacional - pra variar - encontrei sem querer esta página incrível do artista Guilherme Valpeteris no Suplemento Juvenil de 16/03/1940. Pouco mencionado na bibliografia dos quadrinhos ou em páginas de arte, Guilherme é irmão de outro artista que precisa ser resgatado do limbo: Sigismundo Walpeteris, que desenhava para Gazetinha (e gostava de assinar com o W no nome). Guilherme só é mencionado rapidamente por Álvaro de Moya em seu "História das Histórias em Quadrinhos" e um pouco mais detalhado no "Mundo dos Quadrinhos", de Ionaldo Cavalcanti, de 1977, uma obra de muito fôlego, sem recursos ou equipe, que traz mais de 1800 verbetes entre personagens e títulos de histórias (tem erros, mas totalmente admissíveis diante do conjunto). Ionaldo destaca duas histórias, destacadas abaixo - uma do Totó - e não cita o Suplemento Juvenil, mas sua publicação irmã na mesma editora, Mirim (e Totó só em 1943). Algo para se pesquisar (coisa que o nobre colega Francisco Dourado, do Blog HQ Retrô já está fazendo, assim que viu essa página do Totó em SJ que eu postei no FB). Na minha pesquisa só descobri que ele foi um ativo capista de livros entre os anos 40 e 50, inclusive com algumas capas feitas para a famosa coleção Saraiva (onde se sobressaía Nico Rosso).






24 de agosto de 2021

Charlie Watts (1941-2021)

 

                                                      (divulgação/Rolling Stones)

Morreu o baterista da trilha sonora da minha vida. Escuto Rolling Stones e conseguinte Charlie Watts desde que comecei a ouvir rock pra valer, nos idos de 1979/1980 na casa do meu amigo Égon, duas quadras pra cima da minha casa. O primeiro disco foi aquele do bode, "Goat Heads Soup", de 1973 (com "Angie" e "Star Star") e dali pra cá, nunca mais parei de ouvir Stones. Charlie sempre foi oficialmente o "jazzista" que caiu de paraquedas naquela banda curtidora de blues e doideiras no início de 1963, mas essa imagem é muito superficial e não reflete os bastidores intrincados e devotados dessas quase seis décadas completas em que Watts sentou ali atrás e arrumou a cozinha daquele laboratório criativo cheio de hormônios e riffs (com a ajuda de outro "deslocado": Bill Wyman, baixista que ficou com a banda até 1993 e hoje conta com 84 anos). Nessa longa relação conflituosa e afetuosa, o baterista sempre se afinou com Keith Richards (e depois Ron Wood, guitarrista desde 1975), se atracou com Mick Jagger nos anos 80 (aliás, ninguém da banda ficou incólume aos conflitos de boa parte da década) e viveu seu próprio inferno pessoal mais ou menos nessa época. Dizia brincando que depois daquele dia em que entrou na banda em janeiro de 1963, nunca mais deixou de ter na vida a visão do traseiro de Mick Jagger à sua frente. Mas no seu íntimo, mesmo sendo apreciador de jazz, colecionador de carros antigos, criador de cavalos e ter uma índole totalmente oposta ao espírito "rock and roll", não via a hora de estar nos palcos do mundo, tocando com aqueles senhores ingleses imortais da mais longeva banda de rock de todos os tempos, mesmo depois de quase 60 anos. Tanto, que depois da operação que fez no início deste mês (sem revelar o motivo desta intervenção), ficou chateado por ter que se ausentar da banda no momento do início de uma nova tour, com ingressos já vendidos - pelas suas declarações, o clima era, "chato, mas daqui a pouco eu estou de volta". Desta vez - teve também aquele câncer de 2004 que ele venceu - não deu pra voltar. Charlie Watts deixa um buraco gigantesco ali atrás, alguns metros do traseiro de Jagger, e mesmo para uma banda acostumada a brigas, overdoses e separações, essa lacuna vai ser uma das mais difíceis de preencher. Claro, os Stones são os Stones, e só o tempo, que costuma ser generoso com eles, dirá. 

Adeus, Charlie!

Segue uma boa matéria da BBC: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-58323435