Luhli & Lucina - foto de Luiz Fernando Borges da Fonseca |
Baby do Brasil em show no Sesc Pompéia-SP - Foto de Gabriel Chiarasrelli |
Luhli, Lucina e os tambores - foto de Luiz Fernando Borges da Fonseca |
AM –Baby do Brasil, Luhli e Lucina viveram à fundo o conceito de comunidade hippie. Ney Matogrosso era hippie antes dos Secos & Molhados e sempre manteve ao longo da carreira uma postura “alternativa”. Quais são as pontas que ligam esses quatro peculiares artistas brasileiros ao cinema de Rafael Saar?
RS-Todos eles são especialmente cinematográficos por possuírem uma proposta estética sonora e visual muito interessante e particular. Além disso o pioneirismo destes artistas, que tendo surgido todos num mesmo momento histórico de repressão do país, mudaram desde os meios de produção musical, passando pelas influências que deixaram na própria música brasileira e chegando ao comportamento da sociedade.
AM-"Luhli & Lucina – Porque sim, porque não?" dará grande enfoque ao singular relacionamento entre Luhli, Lucina e Luiz Fernando Borges da Fonseca. "Apocalipse segundo Baby", adentrará o esoterismo e o mundo evangélico para seguir a carreira da múltipla Baby do Brasil. Com você não tem essa de ‘suavidade nos temas’, né?
RS-São histórias lindas e instigantes e o que proponho é tratar estes temas de forma natural. Seja no amor de Luhli, Lucina e Luís, ou de Baby e Pepeu; seja na música gospel de Baby ou na pesquisa de pontos de umbanda de Luhli e Lucina; discutir ou entender de que forma estes aspectos influenciaram e influenciam a arte que eles produzem.
Baby do Brasil em show no Sesc Pompéia-SP - Foto de Gabriel Chiarasrelli |
AM-Existe uma amnésia crônica e um desleixo generalizado no Brasil em relação à sua memória cultural. Como conseqüência, resgatar documentos e materiais de arquivo torna-se um dos maiores obstáculos na produção de documentários. Como andam estas “escavações” para as duas produções?
RS-Os obstáculos são muitos nas escavações de material de arquivo, que são fundamentais neste tipo de proposta de trabalho. É uma pena que os arquivos, principalmente de emissoras de TV, cuidem tão mal de acervos tão preciosos à memória cultural. Estamos ainda em busca de muitos programas e filmes dados como perdidos, tanto dos Novos Baianos, como de Luhli e Lucina.
É uma pena também que o acesso e o preço que se paga por esse acesso seja tão alto, e por vezes inviabilize que idéias se concretizem, e que as pessoas tenham a possibilidade de conhecer sua história.
Conto muito com a ajuda de colecionadores, pesquisadores e fãs em geral que tenham imagens desses artistas para que os projetos se concretizem.
AM-Como você vê o atual mercado de documentários no Brasil? Existe um novo boom do gênero no país, paralelo ao sucesso alcançado pela literatura biográfica?
RS-Com a dificuldade que tem se encontrado para financiamento de projetos de ficção, que são bem mais caros, e com o digital e o barateamento dos meios de produção, o documentário ganhou um impulso muito grande. O importante agora é fazer com que toda esta produção chegue ao grande público, na salas de cinema e na TV aberta, e saia do pequeno circuito de festivais.
AM-Obrigado, Rafael, pela entrevista. Alguma colocação final?
RS-Quem puder contribuir com material como filmes, vídeos, áudios e fotos para os projetos, entre em contato com rafaelsaar@gmail.com
AM-Valeu!
Seguem os promos das duas produções:
http://www.youtube.com/watch?v=jupTPIMI63Y Baby
http://www.youtube.com/watch?v=bu7Fbo9EXAM Luhli e Lucina Parte 1
http://www.youtube.com/watch?v=zt4hGb8Rugs Luhli e Lucina Parte 2