31 de março de 2018
Elomar e João Omar (25/03/2018 - Sesc Pinheiros)
Conheço a obra de Elomar desde os anos 80, quando ouvi logo que saiu pela Quarup aqueles dois já clássicos "Cantoria", dois dos mais significativos lançamentos de nossa música brasileira naquela década. Com o mestre Elomar ao lado de Xangai, Vital Farias e Geraldo Azevedo, os dois LPs enfileiravam obras que têm em comum a composição própria para o violão e uma música nordestina fincada no sertão. Amor a primeira vista! Fui atrás de tudo o que Elomar já tinha feito e descobri maravilhosas canções "medievais" tendo o sertão como prumo em letras que parecem proclamar um dialeto próprio, recheado de latim e eruditismo, mas que na verdade traz a real crônica do Brasil profundo de grotões e infinitas caatingas no linguajar castiço, no mesmo trotar de Guimarães Rosa. Elomar veio agora em março para São Paulo, mais precisamente em show compacto no Sesc Pinheiros e aos 80 anos, ao lado do esplêndido filho João Omar (regente, ótimo instrumentista e cantos afinadíssimo), me fez chorar de emoção ( e a minha família), com sua voz intacta, seu violão ainda surpreendente e seus silêncios bem colocados. O mestre continua fazendo questão de contar uns "causos" antes de cada música, e chegou a reclamar da comida cara de São Paulo e das "burocracias" do Sesc Pinheiros com relação a entrada e saída dos artistas ( e com razão). Mas no decorrer do show o que se viu/ouviu foi poesia em estado bruto, música de raiz ( e entroncamentos que nos levam à Bach, Chopin, Heitor Villa Lobos, movimento armorial, árias, operetas, etc, etc) e um respeito profundo à arte e às tradições. Obrigado, mestre Elomar, por oferecer ainda tanta lucidez e honestidade!
29 de março de 2018
Baú do Malu 74 : três revistas de terror
Em meu acervo de quadrinhos tenho um grande apreço pelas revistas clássicas de terror, publicações que marcaram época desde os anos 50 no Brasil e tiveram pelo menos três períodos de grande projeção - 1951-1961; 1966-1973; 1979-1985. Neste baú selecionei três exemplares da segunda fase do terror brasileiro, quando a Continental/Outubro tinha virado Taíka, a La Selva entrava em decadência e pequenas editoras surgiam, muitas reprisando material da primeira fase do terror, caso da Regiart (depois Jotaesse), Trieste e Roval. Essas revistas não informam muito em seus expedientes, daí as observações e dúvidas.
"Contos Magazine apresenta: O Vampiro - nº 19 ( Editora Jotaesse - anos 70) .
1ª história: "O Farol Fantasma" ( a página vem assinada por Stan Lee. Não está assinada mas segundo me informou o Toni Rodrigues - corroborado pelo Ota - os desenhos são de George Tuska). 2ª história: "Este Mundo Fantástico" ( apenas 1 página. sem crédito). 3ª história: "A Marca do Vampiro" ( argumento e desenhos de Juarez Odilon); 4ª história: "Olhe para trás" ( sem crédito); 5ª história: "A 12ª Cela ( argumento de Gedeone, desenhos de Fernando). Capa: sem crédito.
Seleções de Terror 19( Ed. Taíka - Fevereiro de 1973). 1ª história - "O Escravo do Mal" (arte e argumento de Joseval); 2ª história - "Justiça Macabra" ( arte e argumento: Caetano); 3ª história: "Um Pacto com o Demônio!" ( sem crédito); 4ª história: O criador de Lobisomens ( arte e argumento: Arellano, pseudônimo de Lyrio Aragão).
O ano 1973 é chute - como não aparece no expediente, me baseei no código da capa. Capa, aliás, brilhantemente desenhada pelo mestre Nico Rosso.
Seleções de Terror apresenta "Zarapelho" ( nº 6 mês 6 - curiosamente no Guia dos Quadrinhos aparece outra edição de Zarapelho com essa mesma capa, mas como número 1). Capa: desenho de Eugenio Colonnese. 1ª história: "Volte!" ( produção Nico Rosso; argumento Marilda Camargo; colaboradores na arte: Josmar e J.B. Rosa); 2ª história: "Mistério" ( texto: R.F. Lucchetti; Desenhos: Osvaldo Talo ; letras P.I. Fukue); 3ª história: "A Mão de Procolovo" ( sem crédito - distribuído por Ed Rod Produções Artísticas); 4ª história: "Uma Casa Diferente" ( argumento: Helena Fonseca; desenhos: Nico Rosso; letras: P.I.Fukue) . Anúncios: Seleções de Terrir ( desenhos de Nico Rosso) ; Curso Comics ( da Edrel; não citada) e A Técnica do Desenho ( de Jayme Cortez). Nestes anúncios tem-se uma verdadeira "salada russa": o primeiro anúncio é da própria Taíka; o segundo é da EDREL; o terceiro é livros Orion/ Edições Outubro . E aí aparece mais uma confusão: a Taíka não é nome sucessor da Outubro? Como esse selo ainda existia? era só para livros?
28 de março de 2018
Malandro JB, com João Nogueira
Faz pouco que o JB, centenário veículo carioca de imprensa, voltou a existir em papel e a ser vendido nas bancas. Aí eu estava procurando outra coisa no Youtube ( é sempre assim!) e bato de frente com esse samba brilhantemente interpretado pelo João Nogueira ( composto por Renato Barbosa e Nei Lopes) em um programa da TV Cultura. A letra é uma crítica bem engendrada e irônica ao jornalismo musical, citando Caderno B (o caderno cultural do JB), A Rádio Mundial ( tradicional rádio carioca, com esse nome desde 1948), Tinhorão ( José Ramos Tinhorão, polêmico crítico musical, colaborador eventual do JB) e a Condessa Pereira Carneiro ( ex-diretora-presidente do jornal de 1953 a 1983).
Saudades do "samba- crônica"!
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https://www.youtube.com/watch?v=Jrao-YDdFDs
27 de março de 2018
Um poema escolhido para a coletânea "Poesias de Amor" do Projeto Apparere
O Projeto Apparere da plataforma literária PerSe continuamente lança coletâneas temáticas e sempre que tenho oportunidade me inscrevo e participo da seleção de autores. Na semana passada soube que vou participar mais uma vez de uma coletânea do projeto - esta última com o tema "Amor". O poema escolhido é "Tanto" que fiz em 2016 para minha musa Cris. Segue abaixo o poema e a capa escolhida pelos escritores selecionados, de autoria de M. A. Thompson.
TANTO _______________________
Meu amor por você é tanto__________________________
Que de repente como por encanto____________________
Sei de todos os pássaros o canto_________________
E tudo no mundo onde sopra vento_______________
As línguas todas e até o Esperanto_______________
O sal da terra, o som no ar, o tempo______________
Meu amor por você é tanto, tanto__________________
Que para o meu total espanto____________________
Todo santo dia eu me reinvento______________________
26 de março de 2018
No Encontro de Carros Antigos ( São Caetano, 25/03/2018)
Ontem, participando do Encontro de Carros Antigos, que acontece todo último domingo do mês em São Caetano, encontrei amigos e pude contemplar verdadeiras relíquias motorizadas. Seguem as fotos...
(Com Ricardo "Rick and Roll" Martins e Marilyn Monroe)
(Gabriel & Gabriel)
( Com meu amigo de longa data, Leo Engelmann)
24 de março de 2018
Encontro de Carros Antigos traz feira de LPs e gibis (Coluna do Rick ( ABC Repórter 23/03)
A coluna do Rick ( Rick and Roll) no ABC Repórter de ontem trouxe na pauta o Encontro de Carros Antigos em São Caetano, evento idealizado pela prefeitura que acontece todo último domingo do mês. Mais uma vez Rick estará presente como mestre de cerimônia e expositor de discos oriundos de seu acervo riquíssimo de LPs. Ao lado de seu estande, também comparecerei com vários itens de memorabilia, com destaque para gibis, miniaturas e revistas de carros antigos. Acompanhem sua coluna abaixo e compareçam!
O encontro será amanhã ( das 9h às 14h) no estacionamento do Teatro Paulo Machado de Carvalho ( São Caetano do Sul). Quem quiser aparecer com seu carro, pode fazer a inscrição na hora.
23 de março de 2018
Carlos Eduardo Miranda (1962 - 2018)
A primeira vez que li o nome do Miranda em um artigo musical foi antes mesmo da Bizz, revista em que ele apareceu com frequência um tempo depois do início da publicação. Ele mandava bem nos textos, mas como produtor ele se saiu melhor ainda - a partir dos anos 90 descobriu bandas como Skank, Cansei de Ser Sexy, O Rappa, Raimundos, e essa ponte entre artistas e gravadoras fez com que montasse seu próprio selo, o Banguela, em coparceria com os Titãs. Produziu Pato Fu, Little Quail, Maskavo Roots, o próprio Raimundos, Chico Science, Mundo Livre, Graforreia Xilarmônica, etc, etc. Depois criou outro selo, Excelente, e em seguida o Matraka, para a Trama. Aliás, aliado à Trama, criou a pioneira plataforma de singles e discos independentes na web, a Trama Virtual. Gaúcho espirituoso, era brincalhão mas também não tinha papas na língua e muito menos frescura de qualquer gênero. O espírito "punk" e independente sempre o acompanhou - desde seus tempos de rock gaúcho no início dos anos 80, com suas bandas Taranatiriça, Urubu Rei ( que ele diz ser um grande "golpe") e a cultuada "Atahualpa i us Panquis". A geração mais recente o conheceu em divertidas intervenções como jurado em programas musicais no SBT (ídolos e outros). E quem, como eu, frequenta na rede os bate-papos em grupos especializados de quadrinhos, bonecos de ação e toys, vira e mexe topava com ele, um colecionador ávido por novidades deste universo. Dá para se ter uma noção dessa paixão geek na gravação da entrevista abaixo com o Cesar Gavin - prateleiras e prateleiras de encadernados, bonecos, miniaturas, games, etc etc. em sua ampla sala. Continuou como produtor desde sempre e nos últimos tempos se embrenhou em outras searas e trabalhou, entre outros, com Móveis Coloniais de Acaju e uma turma grande do Pará, onde montou inclusive um grande festival com a nova cena do estado. O bicho não parava e a música era seu amor e sua vida - no mesmo dia de seu falecimento postou no twitter um comentário positivo sobre MC Carol. Miranda nunca teve preconceito com nada - vide suas opiniões nessas tantas entrevistas cá embaixo. Foi cedo - 56 anos - mas o tempo, ah, o tempo - é bem relativo para essas pessoas que vivem tão intensamente. Fecho com uma frase final que bem poderia sair da sua boca: " Onde estiver, véi, vai com tudo" ///////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
Atahualpa Y Us Panquis - https://www.youtube.com/watch?v=npmakWVoaIM
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Atahualpa Y Us Panquis - https://www.youtube.com/watch?v=GibIqCj2yFY
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Entrevista para Jô Soares (2000) - https://www.youtube.com/watch?v=HKPLBks15mU
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Entrevista para Cesar Gavin (2013) - https://www.youtube.com/watch?v=_SDsbW3LGf0
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Entrevista para Cesar Gavin (2013) - parte 2 - https://www.youtube.com/watch?v=XD4eEgqkSfY
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Entrevista para Cesar Gavin (2013) - parte 3 - https://www.youtube.com/watch?v=mMBoMD-DvBU
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Entrevista para Cesar Gavin (2013) - parte 4 - https://www.youtube.com/watch?v=IANycDq50DY
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Entrevista para João Gordo ( 2015) - https://www.youtube.com/watch?v=8IJAH5aHttg
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Entrevista para Thunderbird ( Fevereiro de 2018) - https://www.youtube.com/watch?v=NqnWRRJAt4s
20 de março de 2018
Tampas colecionáveis da margarina Delícia ( anos 70/80), via blog Memória
(fonte: blog Memória/Veja SP)
O Blog Memória, da Veja SP, relembrou esses dias uma das promoções mais bacanas da virada dos anos 70 para os 80: as tampas ilustradas de Delícia! A partir de 1978, iniciando com personagens de Hanna-Barbera, os potes da margarina começaram a vir com heróis dos desenhos animados, fazendo a festa da molecada e detonando uma verdadeira febre na época. Depois dos desenhos de HB (Tutubarão, Formiga Atômica, Capitão Caverna, Bionicão, etc), vieram adesivos e carrinhos de Fórmula-1 e na sequência, os super-heróis da DC, talvez a promoção que mais teve repercussão entre as tampas colecionáveis. Uma pena que não consegui guardar nenhuma dessas... mas fiquem com a saborosa matéria do blog, que traz imagens incríveis e um pouco da história da margarina Delícia.
https://vejasp.abril.com.br/blog/memoria/margarina-delicia-cremosa/
19 de março de 2018
Evento educativo na Biblioteca Paul Harris ( 15/03)
No último dia 15 (quinta-feira) tive a honra de participar mais uma vez de um evento educativo à convite da Ana Maria Guimarães Rocha, diretora das Bibliotecas Publicas de São Caetano do Sul e presidente da APL (Academia Popular de Letras), da qual faço parte. Em parceria com a MSP (Mauricio de Sousa Produções) e o Rotary Club São Caetano do Sul, a Biblioteca Paul Harris sediou o encontro com a presença do corpo docente responsável e alunos do 6º ano da tradicional EMEF Bartolomeu Bueno da Silva, que receberam o gibi educativo da Turma da Mônica " Semeando Sonhos -Empreendedorismo" , produzido pelos Estúdios Mauricio de Sousa. Antes da entrega, houve uma introdução rápida improvisada por mim acerca da história de empreendedorismo e força de vontade do próprio Mauricio de Sousa, que chegou à São Paulo em 1959, vindo de Mogi das Cruzes, com uma penca de desenhos embaixo do braço e na Folha de S.Paulo recebeu um dos primeiros "nãos" de seu vida. Não virou desenhista da casa imediatamente mas acabou ficando na redação como repórter policial e na primeira oportunidade, conseguiu mostrar seus personagens Bidu e Franjinha,. que acabaram sendo publicados e deram o pontapé inicial para o futuro "império" editorial MSP. Em seguida entrou o colega escritor Moreira de Acopiara, especialista em cordel, que deixou a jovem plateia encantada, dando a deixa para o pocket show da arte-educadora e pesquisadora Monica Pinheiro, que com seu delicioso espetáculo lúdico conquistou de vez a petizada. Uma manhã bem proveitosa, que com certeza aguçou os ânimos e elevou o espírito dos alunos presentes.
16 de março de 2018
José Zinerman Nogueira encontra Sylvio Passos
José Zinerman Nogueira é entre os amigos próximos um dos que mais batalham pela divulgação cultural e artística na grande São Paulo. Com o seu famoso "ZineFlash", ou seja, um flash dinâmico munido de celular ou câmera portátil e tendo ao fundo sua indefectível e urgente narrativa, ele vem acumulando há anos uma coleção significativa de eventos, depoimentos, conteúdos editoriais, fanzines, discos, objetos de memorabilia e colecionismo, exposições, itens culturais, áudios históricos, etc, etc, tornando-se talvez o maior divulgador do underground cultural do nosso tempo. Atualmente suas postagens estão todas no Facebook ( procurem seu perfil lá. Ele está como José Zinerman Nogueira). Não bastasse essa ação explosiva de seu ZineFlash, ele também ataca há décadas como fanzineiro, agitador cultural, artista plástico, letrista, roteirista, cineasta, colecionador, especialista em história do rádio, desenhista, etc etc. Bater um papo com o Nogueira é portanto, uma grande viagem à cultura marginal e alternativa dos anos 70 pra cá. E foi justamente nos anos 70, que ele, morando na zona norte de São Paulo - Parque Edu Chaves - foi vizinho e amigo do Sylvio Passos ( que o chama de Cidão), da Putos Brothers Band, um dos grandes conhecedores da obra de Raul Seixas - de quem foi grande amigo também - escrevendo obras essenciais sobre seu legado. No vídeo que compartilho aqui, essa dupla explosiva, também fundadora do lendário Raul Rock Club, relembra a velha amizade e a triste constatação que da velha turma do rock dos tempos áureos, só restaram eles dois e olhe lá. Um encontro emocionante de duas figuras lendárias da história do rock de São Paulo, que chegaram inclusive a fazer música juntos nos anos 70 ( eles cantam trecho desta música inédita no vídeo). Longa vida ao Rock e longa vida para esse dois!
( obs: para visualizar as centenas de postagens do Nogueira ( incluindo outras com o próprio Sylvio), entrem em contato no Face, peçam amizade a ele - totalmente acessível e solícito - e tenham uma boa viagem cultural)
https://www.facebook.com/josenogueira.nogueira.5/videos/1620737531350030/
15 de março de 2018
Marielle Franco (1979-2018)
A vereadora do PSOL-Rio, Marielle Franco, ativista dos direitos humanos, do movimento negro e de outras causas sociais envolvendo minorias e desfavorecidos, foi covardemente assassinada ontem no centro do Rio de Janeiro. A notícia estarreceu o mundo. Marielle, a quinta mais votada vereadora do Rio na última eleição, era socióloga, nascida e criada na favela ( Maré) . Voltava de um evento político-social quando foi atingida covardemente por vários disparos de arma saídos de um carro que emparelhou ao lado. Os tiros também mataram o motorista, Anderson Gomes. Marielle foi executada, não tem como não ser isso. Enquanto escrevo esse post, manifestações cobrem o Brasil e principalmente o Rio. Nas redes sociais, consternação, indignação, revolta. O desenho do excelente artista Cesar Lobo ( abaixo) é um dos desabafos artísticos que mais souberam captar o sentimento geral que nos abateu.
13 de março de 2018
Tonia Carrero (1922-2018)
Tonia Carrero, nascida Maria Antonieta Portocarrero, talvez a mulher mais linda que já pisou este Brasil, faleceu no dia 03 deste mês, já se aproximando dos 100 anos ( 95 anos, na verdade). Já estava adoentada e reclusa há mais de uma década. Casou-se três vezes ( o primeiro, com o grande quadrinista e diretor de TV Carlos Arthur Thiré), teve filho e netos atores, teve companhia de teatro ( CTCA, ao lado do diretor Adolfo Celi, seu segundo marido e Paulo Autran) e teve essa beleza estonteante, que quase sempre acabava ofuscando sua verve aguerrida e contestadora ( em foto abaixo, ela se posiciona na linha de frente, ao lado de grandes mulheres na Passeata dos Cem Mil, em 1968). Em 1967, surpreendeu público e crítica e assumiu a prostituta Neusa Suely da peça Navalha na Carne, de Plínio Marcos. Uma grande mulher, em todos os sentidos.
Abaixo, selecionei uma foto curiosa que faz a comparação de seu rosto com a efígie da República na moeda de cruzeiro - Tonia serviu mesmo como modelo inspirador para a ilustração nos anos 60; a já citada Passeata dos Cem Mil ( 1968) com ( da esquerda para a direita): Eva Todor, Tonia Carrero, Eva Wilma, Leila Diniz, Odete Lara e Norma Bengell; e a capa da revista Palavra, maravilhosa publicação de Ziraldo dos anos 90 em grande formato; acima, foto dos anos 50, no auge da sua beleza, e aqui no final do texto um link para uma matéria do DDCM sobre a paixão que o escritor Rubem Braga nutria por Tonia. https://www.diariodocentrodomundo.com.br/vou-me-jogar-no-mar-a-historia-de-amor-e-obsessao-de-tonia-carrero-e-rubem-braga/
Foto do Mês - Trevos de quatro folhas e caquinhos
Trevos da sorte à frente. Cacos históricos da Cerâmica de São Caetano ao fundo: um pedaço do meu quintal.
12 de março de 2018
SidRock, da Feira Livre do Vinil de Santo André, falece aos 62 anos
(SidRock, à esquerda na imagem - fonte : Cesar Guisser)
Soube hoje em post do Cesar Guisser que o grande Sidnei Soares Gonçalves, o SidRock, expositor da Feira Livre do Vinil de Santo André, faleceu na última sexta-feira aos 62 anos, por complicações de um câncer. Tinha um contato sempre muito entusiástico com ele em minhas visitas - não tão frequentes como eu gostaria - à mensal Feira Livre do Vinil, e ele, junto aos amigos Carlinhos e André, foi dos que mais me ajudaram quando fiz uma grande pesquisa para um livro sobre a gravadora Marcus Pereira ( projeto que ficou na geladeira, infelizmente), encontrando itens bem importantes da discografia do selo. Além disso, era sempre muito acessível e simpático, o que rendia papos deliciosos e inesgotáveis sobre discos, músicas e artistas. Vai fazer falta. Que sua passagem seja a mais tranquila possível. Hoje, em sua homenagem, vou tirar a poeira de alguns dos meus vinis de rock clássico e botar pra rodar na vitrola!
8 de março de 2018
No Dia Internacional da Mulher, narrativas visuais de Laerte e mais 11 ilustradoras mundiais
Hoje, Dia Internacional da Mulher, a página de abertura do Google trouxe um Doodle especial com histórias reais vividas por ilustradoras/quadrinistas de vários países. Um pôster interativo acima da caixa de busca mostra 12 narrativas visuais diferentes, incluindo Laerte, cartunista brasileira e artistas representantes da Alemanha, Japão, África do Sul, EUA, Sri Lanka, Suíça, Espanha, entre outras. As histórias são: “Aarthi, a Incrível” (de Isuri), “No telhado (de Kaveri Gopalakrishnan), “A Caixa” (de Francesca Sanna), “A Vitória de Ntsoaki” (Karabo Poppy Moletsane), “Confiança” (de Philippa Rice), “Idades e Fases” (Chihiro Takeuchi), “Terra Natal” (de Saffa Khan), “Minutos” (de Tillie Walden), “No íntimo” (de Tunlaya Dunn), “Minha tia Floresce” (de Estelí Meza), “Amor” (de Laerte) e “Novembro de 1989” (de Anna Haifisch).
O link para todos os vídeos: https://www.google.com.br/webhp?hl=pt-BR&ictx=2&sa=X&ved=0ahUKEwjK_f62-t3ZAhUJIJAKHcXICY8QPQgD