Nick Drake morreu em 1974, aos 26 anos, incompreendido por crítica e público da época. Lançou em vida três discos emblemáticos para o folk e a música britânica, cada um com seu universo e particularidades únicas. O primeiro, Five Leaves Left, de 1969, trouxe um emocionante violão perpassado por orquestrações suaves e vocal sussurrante que viraria seu emblema. O segundo, Bryter Layter (1970), dialoga com o jazz e o rock e é o que chega mais perto de uma formação "banda" ( graças as participações do guitarrista Robert Thompson, que já participara do primeiro, e seus comparsas do Fairport Convention, além de John Cale); o derradeiro, Pink Moon (1972) é o mais intimista e instrospectivo, mas não menos brilhante. Três discos imprescindíveis que não aconteceram. O magnífico e inusitado disco de estréia vendeu umas três mil cópias. Nick ficou chateado mas não se abateu com o fiasco e logo engatou o lançamento do segundo trabalho, demonstrando sua boa forma e até resquícios de humor entre suas explanações melancólicas de praxe. O resultado pífio nas vendas desta vez bateu fundo e Nick nunca mais foi o mesmo. Se ele era monossilábico, ficou catatônico; se as drogas e as pílulas eram casuais, tornaram-se um preenchimento das horas; quando gravou as sessões caseiras do derradeiro Pink Moon, seu estado depressivo era tanto, que deixou a fita na mesa da secretária da gravadora Island sem conversar com ninguém. Logo depois voltou para a casa de sua família onde veio falecer dois anos depois. Neste ínterim, ainda tentou uma última sessão de gravação, mas seu estado lastimável só permitiu a conclusão de quatro canções ( lançadas postumamente). O terceiro disco também não vendeu nada, estarrecendo os amigos e músicos que sempre o viram, desde a escola de música, como um gênio criativo sem igual. Mas paralelamente a sua criação ímpar, havia uma timidez, um antimarketing e uma índole indomável que acabaram implodindo qualquer empurrão comercial em sua carreira. Por uma década, Nick Drake ficou fadado ao limbo, só lembrado por privilegiados conhecedores de sua obra. Até que os anos oitenta sopraram ventos em outra direção e fãs do mainstrean como Robert Smith (The Cure) e Peter Buck ( REM) começaram a incensá-lo e louvá-lo em entrevistas, e seu nome passou a figurar entre lendários e influentes de uma geração. Seus três discos de carreira, quem diria, passaram a frequentar listas de melhores discos de todos os tempos. Vários artistas da nova geração (e também Elton John, da velha guarda) regravaram clássicos de sua obra. Nick Drake finalmente e merecidamente, saía da sombra.
Em tempo: Renato Russo gravou Clothes of Sand de Drake em seu primeiro disco solo de 1994 ( todo em inglês). Já as nossas gravadoras - novidade - nunca lançaram os discos de Nick Drake em terra brasilis.
River man: http://www.youtube.com/watch?v=idcaRTg4-fM&feature=related
Way to Blue: http://www.youtube.com/watch?v=S40DdlD9JxI
Cello Song: http://www.youtube.com/watch?v=_1YsFgDaEeo
At the Chime off a City Clock: http://www.youtube.com/watch?v=Y4Va1xJUjC0
Poor Boy: http://www.youtube.com/watch?v=NdYJyp4EIbI
Northern Sky: http://www.youtube.com/watch?v=y11X5WljnFA&feature=related
Parasite (cover de Beck): http://www.youtube.com/watch?v=rUzGz3pBeFQ
Road/ Place To Be/ Which Will.(três faixas de Pink Moon): http://www.youtube.com/watch?v=ZT17fInnJ_I
Clothes of Sand ( com Renato Russo): http://www.youtube.com/watch?v=lN4WcXfxY_s
Day is Done: http://www.youtube.com/watch?v=Cyv4qB5Aft4&feature=related
Pink Moon: http://www.youtube.com/watch?v=aXnfhnCoOyo
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