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Jornal da ABI, edição de março/2012 |
Adoro saborear revistas e jornais, mas nos últimos tempos, os nossos veículos estão cada vez mais rancorosos e tendenciosos, deixando de lado a pluralidade editorial em prol de briguinhas rasteiras. Da grande imprensa, ainda gosto muito do Caderno 2 do Estadão, principalmente em dias especiais de música; mas perdi o gosto de acompanhar as revistas semanais, sem exceção. Se antes, na banca, eu procurava jornais diários ou as ditas semanais, hoje meu gasto do mês vai para os gibis (Turma da Mônica e Disney - só especiais - Marvel/DC - só edições de antologia, Bolinha, Luluzinha, J.Kendall, Zero), revista de História ( Revista da BN), Literatura ( Metáfora), Mundo dos Super Heróis, e algumas mensais em revezamento ( Rolling Stone, Billboard, Bravo, Trip, Caros Amigos, Piauí). Mas o que eu mais estou curtindo mesmo, está fora do universo das bancas: o Jornal da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), que eu recebo. Além do óbvio interesse pelo universo jornalístico, me amarrei nesse grande jornal mensal de 48 páginas por vários motivos: seu formato (a la Pasquim), sua diagramação repleta de fotos e artes e suas pautas aprofundadas, na raiz. Basta pegar uma edição para se ter uma noção desta acuidade editorial. A de janeiro de 2012, por exemplo; além da definitiva entrevista de capa com o mestre Alberto Dines, 80 anos e atívissimo, neste número ainda tem grandes perfis - Apolônio de Carvalho, Brizola, Daniel Piza, João Bittar ( estes dois, mortos prematuramente entre 2011 e 2012), Jerry Robinson ( o generoso cartunista criador do Curinga, também falecido no final de 2011) e matérias surpreendentes com Nelson Pereira dos Santos ( sobre o filme de Tom Jobim), a polêmica nova lei americana para a internet, o acervo Prestes, uma homenagem ao grande cartunista Aldail ( 81 anos e ativo!) e um grande mergulho na história do repórter Tintim ( autoria do Cesar Silva, incentivador constante dos quadrinhos e da sci-fi). E por aí vai. A de março, que juntou na capa dois monstros sagrados (capa acima) segue esse mesmo cuidado nas pautas e a peteca se mantém no alto todos os meses. Sob a edição de Mauricio Azêdo e Francisco Ucha ( responsável também pela memorável exposição Quadrinhos'51, que já está em sua última semana) o Jornal da ABI me trouxe de volta o gosto pelas grandes reportagens, aquelas bem pesquisadas e apuradas, sem ranço nem encheção de linguiça. Para quem não conhece o veículo, a internet é um bom caminho: o site da ABI disponibiliza em PDF mais de 50 edições do jornal na íntegra; e o editor Fernando Ucha também disponibilizou várias edições no ISSUU (destaque para a especialíssima edição sobre os caricaturistas). Vale a pena conferir:
http://www.abi.org.br/jornaldaABI.asp
http://buscapdf.com.br/procurar/?t=jornal+da+abi ou
http://issuu.com/ucha/docs/jonaldaabi334
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