19 de novembro de 2012
Roberto Carlos, leve e solto
Na semana passada, eu, minha esposa e minha sogra fomos ver o Rei Roberto Carlos no último dia de sua turnê no Ginásio do Ibirapuera. Este ano já foi um ano atípico pra mim em termos de show, pois num período curto, pude presenciar ao vivo o ótimo show do Zé Ramalho (já postado aqui), o bom espetáculo de Marisa Monte, também em final de turnê, no HSBC Brasil e este último que esmiuçarei aqui. Geralmente é um show top por ano e olhe lá. O da Marisa, embora impecável em repertório, acabou decepcionando no som - tão baixo que as conversas acabavam suplantando o vocal da artista. Fora o desconforto da casa de espetáculos - a mesa apertada mal dava para três e nesse dia eu e a Cris fomos com nossos filhos Gabriel e Letícia. Já o Ginásio do Ibirapuera foi uma grata surpresa. Eu já tinha assistido partida de vôlei ali, mas me admirei com a organização e adequação do local para shows. A iluminação então, foi um show à parte. Ficamos bem à vontade em nossos lugares ( a última fileira da arquibancada, bem no alto) e a visão do palco era bem satisfatória - traçando uma linha reta, chegávamos na cara do anfitrião da festa. Como todo show tem seu porém, o calor no ambiente estava tórrido e o som, bem, todo som em ginásio tem aquele eco que ninguém consegue tirar. Logo de início, Roberto Carlos (de branco!) desfilou clássicos de sua longa carreira, não esquecendo a irreverente jovem Guarda e a sensual década de 70. Esse último período aliás, foi o mais focado, fazendo o show ficar mais caliente - talvez um pouco menos neste dia específico pois o Padre Antonio Maria estava presente. Um medley com Café da Manhã, Botões da Blusa e Seu Corpo, entre outras, todas de seu repertório mais "picante", deram o tom do show, que ainda teve um antigo texto de Ronaldo Bôscoli ( que dirigiu por anos os shows do compositor) resgatado - com todas as picardias inerentes ao autor - e caras e trejeitos insinuantes de Roberto, que de novo está se achando "o cara". Isso é muito bom. Ainda mais agora, que voltou a compor e de novo encontrou leveza e humor em suas letras, características que tinham sumido por anos, desde a morte de sua última esposa. Mesmo em final de turnê e com um cansaço natural, o rei fez um show impecável, que não deixou de incluir suas peças mais religiosas ( Jesus Cristo, Nossa Senhora), mostrou que sua voz é a mesma de sempre e seu carisma imutável. E ainda teve "O Portão", permeada por uma história bem humorada sobre seu cão Axaxá ( o que sorria latindo). Essa ele não cantava há anos - sinal que Roberto Carlos está mesmo se reciclando.
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