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Na época do vandalismo de 2002, fiz uma poesia sobre o ocorrido ( publicada no livro "Aura de Heróis", lançado em setembro deste ano). Segue o trecho da matéria de introdução e a poesia na íntegra ( como foi publicado no livro):
Velho Poeta
Vândalos voltam a atacar estátua de Drummond
no Rio
Folha Online 24/11/2002
”A estátua em homenagem a Carlos Drummond de Andrade, localizada em Copacabana, Rio, voltou a ser alvo da ação de vândalos. Uma haste dos óculos do poeta foi quebrada.
Inaugurada em 30 de outubro para marcar os 100 anos do poeta, a estátua foi pichada dois dias depois. Garis foram acionados para a limpeza.
A estátua, em tamanho natural, foi colocada em um banco da praia, onde Drummond costumava passear.”
Drummond, velho poeta
que tanto caminhava na orla
com a brisa matutina predileta
e o calçadão de Copa em sua sola
Drummond, velho poeta
erigiram uma estátua sua bem
quieta
sentada de bengala e com a cara
reta
a observar os banhistas e as
bicicletas
Drummond, velho poeta
Já no segundo dia picharam seu
traje
e quebraram seus óculos com três semanas
completas
Assim que acabar o mês o que
virá de ultraje?
Drummond, velho poeta
sei que havia uma pedra no caminho
e nada mais agora te afeta
pois é ‘gauche’ inabalado, com
asas e espinho
Ignorou com elegância o ocorrido
estático no bronze que o completa
continua vivo mesmo que tenha morrido
dizem que até sorri, Drummond, velho
poeta
(2002)
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