31 de maio de 2015

Foto do Mês: fábrica da Duchen na Via Dutra (SP) (anos 50)


Essa imagem incrível das antigas instalações da fábrica de biscoitos Duchen na Via Dutra veio da página Memórias Paulistanas do Facebook, administrada pelo Pedro Nastri. O projeto era de Oscar Niemeyer e a construção foi concluída em 1951. Chegou a ser cogitada para tombamento mas acabou sendo demolida. Mais sobre sua história, aqui: http://www.saopauloantiga.com.br/biscoitos-duchen-historia-e-demolicao/
O que restou para apreciação foi mesmo a foto histórica.

30 de maio de 2015

Zodiako de Jayme Cortez: obra definitiva em promoção no Facebook


Zodiako , a obra máxima do mestre Jayme Cortez já foi publicada na década de 70 na revista Crás da Editora Abril e nos anos 80 em edição de banca, formato magazine, pela Editora Press. Mas graças ao trabalho meticuloso do pesquisador e curador de sua obra, Fabio Moraes, a saga, em comemoração aos seus 40 anos, ganha uma edição especial à altura de sua importância. Ricamente ilustrado, em tamanho gigante, e trazendo fotos, imagens inéditas, estudos, apontamentos técnicos, pôster e a saga original completa, o álbum, chamado de Zodiako Premium, impresso em papel couche, capa cartonada e 88 páginas, torna-se a edição definitiva desse clássico incontestável da HQ nacional. O lançamento vem com um preço especial de R$55,00, já com o frete de envio, em promoção só no Facebook. Os contatos são: https://www.facebook.com/jaymecortezoficial?pnref=story ou inbox no Facebook com o próprio Fabio. Uma oportunidade única de adquirir uma edição luxuosa e meticulosamente bem planejada.


29 de maio de 2015

Clássica livraria carioca Leonardo da Vinci vai fechar aos 63 anos

Carlos Drummond de Andrade na Da Vinci nos anos 80 
Uma das últimas livrarias clássicas do Rio de Janeiro, a Leonardo da Vinci, que foi frequentada pela nata literária e intelectual, principalmente entre os anos 60 e 80, vai encerrar suas atividades nesse ano de 2015. Drummond foi um desses ilustres frequentadores e acabou fazendo uma poesia em homenagem à livraria ( que pode ser lido no final do post). Ocupando quatro salas de um edifício histórico da avenida Rio Branco, a livraria, fundada pelo romeno Andrei Duchiade há 63 anos, já cerrou as portas de duas delas e a partir de 1º de junho começará a liquidar seu estoque de livros de 60 a 80 mil títulos ( entre obras raras e estrangeiras). Seu espírito sempre foi o de uma empresa familiar - a herdeira Milena Duchiade é descendente do fundador - e sua especialidade a de manter à venda raridades e lançamentos fora da lista dos best sellers. Esse viés rebelde e autêntico não estava mais sendo rentável, frente à oferta fácil de livros na internet e as facilidades das megas livrarias instaladas nos shoppings. Nada contra as grandes lojas multimídia atuais, mas estabelecimentos como a Da Vinci deveriam ser considerados patrimônio histórico-cultural-intelectual e assim sendo, deveriam ser tombados, para quem sabe, permanecerem alicerçados como ícone cultural de uma época.

Livraria ( Carlos Drummond de Andrade)

Ao termo da espiral
que disfarça o caminho
com espadanas de fonte,
e ao peso do concreto
de vinte pavimentos,
a loja subterrânea
expõe os seus tesouros
como se defendesse
de fomes apressadas.
Ao nível do tumulto
de rodas e de pés,
não se decifra a oculta
sinfonia de letras
e cores enlaçadas
no silêncio dos livros
abertos em gravura.
Aquário de aquarelas,
mosaicos, bronzes,
nus,
arabescos de Klee,
piscina onde flutuam
sistemas e delírios
mansos de filósofos,
sentido e sem-sentido
das ciências e artes
de viver: a quem sabe
mergulhar numa página,
o trampolim se oferta.
A vida chega aqui
filtrada em pensamento
que não fere; no enlevo
tátil-visual de idéias
reveladas na trama
do papel e que afloram
aladamente dançam
quatro metros abaixo
do solo e das angústias
o seu balé de essências
para o leitor liberto.

Capa do Mês: Hulk rocker!

A capa da Rolling Stone Brasil deste mês traz o gigante esmeralda da Marvel quebrando tudo, assim como faziam os icônicos guitarristas dos anos 60/70 no palco. A capa saiu desse mesmo jeito na edição de abril americana. Não tem personagem Marvel mais rocker, não acham?
Em tempo: a Rolling Stone americana, em seus primórdios (16/09/1971), também exibiu o Hulk em sua capa, como bem lembrou o antenadíssimo Toni Rodrigues. ( capa abaixo)


26 de maio de 2015

Os "Craques Curiosos" de José Renato Santiago

André Catimba, o mais recente "craque curioso" da série
O site "Memória Futebol" é uma página bem rica em informações futebolísticas e além de análises bem formuladas sobre o esporte mais querido do país, traz efemérides e fatos históricos semanalmente, e esse viés memorialista se deve em grande parte a um dos mais apaixonados pesquisadores do futebol, José Renato Santiago. Neste ano, Santiago começou uma série semanal bem interessante no site, chamada "Craques Curiosos", cujo intuito é trazer para conhecimento do leitor a trajetória daqueles jogadores inesquecíveis, bem distantes da genialidade, mas que por destino, autenticidade ou um lance ou sequência daquelas que marcam a torcida para sempre, deixam nos times que passaram a aura de craques insubstituíveis. Uma delícia de texto, muito bem pesquisado - em se tratando de um dos maiores colecionadores do assunto, isso não é novidade - em uma série que já merecia uma coluna própria dentro da página. Eu penei pra encontrar a série no Memória Futebol e com muita insistência, acabei encontrando-a dentro do tópico "Fórum", espaço opinativo dos leitores. Fica a dica mais destaque para os "Craques Curiosos"!
Aqui no link dá pra ler toda série na sequência: http://www.memoriafutebol.com.br/forum

22 de maio de 2015

Einstein legítimo no cofre do colégio!

foto: G1
Essa deu no G1 via RBS/Sul: uma carta datilografada assinada por Albert Einstein foi descoberta dentro de um cofre de um colégio em Porto Alegre. A missiva, com quase 65 anos e direcionada aos alunos, teve sua autenticidade garantida por uma perícia contratada pela direção do Colégio Anchieta, a escola que tinha esse tesouro guardado embaixo de seu teto. Junto ao documento havia uma foto do físico alemão, também assinada. O texto em alemão, diz o seguinte: "Quem conheceu a alegria da compreensão conquistou um amigo infalível para a vida. O pensar é para o homem, o que voar é para os pássaros. Não toma como exemplo a galinha quando podes ser uma cotovia ( pássaro da família das aludídeas)". Em 1951, o padre jesuíta Gaspar Dutra se encontrou com Einstein em Nova York e pediu que a carta fosse dedicada à escola, onde mantinha vínculos. Desde então, ficou guardada no cofre da instituição, dentro do gabinete da diretoria, e mesmo que sempre se falasse sobre a existência da tal carta, o tempo acabou deixando o assunto com aura de lenda. A carta só foi redescoberta por conta de uma feira científica, que fez com o diretor, que trabalha no colégio há 40 anos, reavivasse a história e fizesse uma busca interna. Hoje, em uma redoma de vidro no museu da escola, cópias da carta e da foto ficam à exposição dos frequentadores. Já a carta e foto originais... cofre de novo!

mais sobre o assunto, aqui: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2015/05/escola-do-rs-encontra-carta-escrita-por-einstein-para-alunos-ha-65-anos.html


20 de maio de 2015

Fatos ou suposições? Machado de Assis descoberto numa multidão abolicionista e o único retrato conhecido de William Shakespeare revelado em um livro de botânica

A missa campal de 17/05/1888 ( foto Antonio Luiz Ferreira/acervo Instituto Moreira Salles)
Esse título extenso acima prova que a semana não foi nada comum para os historiadores. Machado de Assis (1839-1908), que sempre foi acusado de omisso em relação ao abolicionismo mas nos últimos tempos vem tendo uma reavaliação em sua participação no movimento, foi descoberto, vejam vocês, no meio de uma multidão que celebrava junto à Princesa Isabel e o Conde D'Eu uma missa relacionada à libertação dos escravos ( por extenso, Missa Campal de Ação de Graças pela Abolição da Escravatura), realizada quatro dias depois da Abolição (17/05/1888). Machado aparece na foto ( de Antonio Luiz Ferreira) bem perto da realeza e foi identificado por vários especialistas depois de ser descoberto em uma pesquisa interna da equipe da Brasiliana Fotográfica ( da Biblioteca Nacional/Instituto Moreira Salles). Os biógrafos do escritor acreditam que ele foi à missa com seu grande amigo abolicionista José do Patrocínio ( que também está em discussão como um dos integrantes da imagem) e como se revela na cena, comprovou seu jeito esquivo em público.

Detalhe do grupo próximo à Princesa Isabel, com destaque para Machado de Assis, quase coberto (Antonio Luiz Ferreira/Acervo IMS)

Claro que há controvérsias na descoberta e há historiadores em discordância com essa revelação, mas que o homem de barba e óculos ali meio de soslaio no grupo é bem parecido com o Machado de Assis que vemos em retratos desde os livros do ginásio e enciclopédias de infância, isso não se duvida.

Gravuras da capa da primeira edição do livro "Herbal" do século 16 - Shakespeare foi identificado como sendo essa figura à direita (foto Reuters)

A outra descoberta, e essa é mais polêmica, foi anunciada ontem pelo historiador botânico britânico Mark Griffiths. Ele afirmou ter descoberto o único retrato conhecido em vida do dramaturgo William Shakespeare (1564-1616). Além da forma surreal com que foi descoberto - em uma gravura na capa da primeira edição de um conhecido e gigantesco livro botânico do século 16 - a pesquisa também foi muito contestada, visto que Griffiths, na falta de uma legenda com seu nome, identificou o "bardo" através de sua vestimenta, o tipo de flor em suas mãos e um código criptografado que após ser revelado, forma o nome de Shakespeare. A revelação será publicada hoje na revista Country Life, em artigo assinado por Griffiths, e com todos esses detalhes surreais na apuração histórica, certamente suscitará discussões acaloradas entre os experts shakespearianos.

capa da magazine "Country Life" de hoje

Polêmicas à parte, as duas descobertas bombásticas anunciadas num curto intervalo de tempo na semana, deixaram a iconografia mundial em polvorosa!
Mais detalhes nas matérias abaixo e nas imagens espalhadas pelo post:

http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2015/05/historiador-diz-ter-descoberto-unico-retrato-de-shakespeare-feito-em-vida.html

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/05/1630720-pesquisa-identifica-machado-de-assis-em-foto-historica-sobre-abolicao.shtml


19 de maio de 2015

Satisfaction versão Junior Wells

Muddy Waters (e), Junior Wells (c) e Keith Richards (d) em 1981 ( credito Michael Halsband/Landov)
Continuando com as versões inusitadas da cinquentenária "( I Can't Get No) Satisfaction", eis que me deparei com essa bela versão de Junior Wells (1934-1998), bluesman que tocou com muita gente, inclusive com a turma do rock - Rolling Stones, Santana, Van Morrison - e além de ser um exímio gaitista, gerou um LP que eu venero, junto com Buddy Guy, em 1972. Aqui, Satisfaction surge numa versão bem tranquila, mas ao mesmo tempo bem raiz. Keith Richards deve ter gostado muito dessa gravação, assim como as outras selecionadas para o disco Paint,it Blue (Songs of The RollingStones), de 1997, com a nata do blues mandando ver no repertório stoneano. Junior Wells faleceu um ano depois dessa gravação.

https://www.youtube.com/watch?v=H9NijFed0dI


15 de maio de 2015

B.B.King (1925-2015)



A música mundial amanheceu de luto: o rei do blues se despediu nesta madrugada. O lendário B.B.King (Riley B.King) foi um maiores do blues porque não só compunha, tocava e cantava, mas tinha uma verdadeira adoração pelo gênero que abraçou e pela sua famosa guitarra Lucille ( na verdade várias durante a carreira, chamadas por esse nome depois que teve que enfrentar um incêndio e salvar seu instrumento do fogo, que começou em uma disputa de dois garotos por uma garota de nome Lucille). A sua comunicação com a guitarra sempre foi impressionante: seus solos não eram bombásticos, mas bem sutis, com poucas notas, e sempre parecia que essas notas flutuavam a sua volta. Seu apelido, Blues Boy, ele ganhou quando virou DJ de uma rádio, ainda nos anos 40. Aprendeu guitarra sozinho e nunca mais parou, em quase 70 anos de carreira - até o ano passado ainda se apresentava ao vivo e chegava fácil às 100 apresentações por ano! um fenômeno realmente. Tocou com meio mundo do blues, do rock e do pop, recebeu muitos prêmios em vida e manteve sua aura sempre acesa. Curto seu som desde a adolescência, graças, e comprei muitos discos seus - o último foi aquele em dupla com Eric Clapton. Adoro de paixão aquele de capa azul, ao vivo na prisão, "Live in Cook County Jail", de 1970 ( e é ele que compartilho no link abaixo). Obrigado B.B., por ter existido e por ter tocado por tanto tempo!

https://www.youtube.com/watch?v=Pn7Jc1sWGg4



14 de maio de 2015

Satisfaction versão Mountain




Neste mês em que a cult "Satisfaction" completa 50 aninhos, postarei algumas versões inusitadas da song stoneana feitas durante este meio século. Nada de David Bowie, Ottis Reding, Devo... estas muita gente já conhece. Vou escolher só versões obscuras como essa do Mountain, maravilhosa banda de hard rock do começo dos anos 70, comandada pelo "peso pesado" Leslie West, chapa de Jimi Hendrix e um dos melhores guitarristas que eu já ouvi - merecia mais reconhecimento! Essa versão aqui é do álbum "Avalanche" de 1974. Escutem e me digam se não é um estouro! Satisfaction!

13 de maio de 2015

Satisfaction 50


A música que trouxe para o rock a crítica desdenhosa e irônica e um dos riffs mais lembrados de todos os tempos completou ontem meio século! Satisfaction começou a ser gerada despreocupadamente por um jovem Keith Richards naquele maio de 1965, quando acordou com o tal riff na cabeça, gravou-o rapidamente e pegou no sono de novo - por isso na gravação  o que se ouvia depois do pequeno trecho da guitarra era uma longa sequência de roncos. No dia seguinte, Keith gostou um pouco do que ouviu, mas a banda não se entusiasmou tanto e a primeira gravação da música saiu com uma levada mais lenta , quase folk,. Só quando o arranjador e músico Jack Nitzsche apresentou à Richards um novo pedal de efeitos chamado Fuzz-Tone, que tinha a função de aproximar o som da guitarra a um instrumento de metal, é que a coisa realmente pegou fogo. Não contente, Nitzsche ainda participou decididamente da faixa, tocando pandeiro e um indefectível piano, que só se percebe com muita atenção, mas que se mostra imprescindível no conjunto da obra. O resto é história: Mick Jagger cantou como nunca, Keith Richards azeitou seu genial riff sonhado e a banda toda mergulhou com ímpeto na canção que iria catapultar a carreira dos Rolling Stones e ajudar a transformar o rock dos anos 60 em grito, hino, libelo, protesto, rebeldia.

https://www.youtube.com/watch?v=7wiy9WEeYuQ



SONHO ALTO

Este texto intitulado "Sonho Alto" eu encontrei hoje numa caixa cheia de recibos, notas e contas pagas. Não sei quando eu escrevi, mas sei que tenho costume de guardar esses rascunhos com o intuito de mexer em sua estrutura em uma data futura oportuna. Mas lendo-o, resolvi postar do mesmo jeitinho que ficou na ponta da caneta Bic. Ei-lo:

SONHO ALTO

Eu tenho costume de voar em meus sonhos.
Ora deslizando sob nuvens miraculosas,
ora planando lentamente rente ao chão,
em quarteirões apinhados de crianças e jovens.
Os vôos baixos começam com uma breve corrida
e então o impulso consistente me coloca deitado no ar,
batendo os braços como se asas fossem.
A partir daí, tudo é festa:
Posso alcançar longas distâncias,
atingir velocidades estonteantes ou
fazer piruetas em espaço mínimo.
A sensação de liberdade é tamanha
e a respiração junto ao vento tão nítida,
que eu acordo todas às vezes acreditando plenamente
que realmente posso voar!
Amigos, eu recomendo:
Voem em seus sonhos!

Marcos Massolini


12 de maio de 2015

Foto do Mês: Um Galo de Campina na porta de casa!


Essa aparição inusitada vale o registro, mesmo sendo uma ampliação de uma foto de celular tirada às pressas. Avistei esse indivíduo plumado da espécie Galo de Campina em plena manhã no começo do mês, do outro lado da minha rua, numa árvore baixa quase de frente de casa. Em se tratando de uma ave que dificilmente se avista em São Caetano e arredores, tive que tirar rapidamente a foto do jeito que deu, antes dela voar pra longe: do celular e o mais perto possível.

8 de maio de 2015

A poesia de Zhô Bertolini nas ruas de Santo André


Dois flagrantes da poesia de Zhô na rua ( fotos Diário do Grande ABC e ABCD Maior)
Zhô Bertholini é uma das figuras mais proeminentes do universo literário e cultural do ABC. Poeta e agitador cultural desde os anos 60, foi criador da crucial revista literária A Cigarra (em 1982 - a revista resiste até hoje em edições esporádicas), ao lado da esposa poetisa Jurema Barreto de Souza, além de ter ajudado na consolidação da Feira Livre do Vinil de Santo André como feira independente e mensal. Independente aliás, sempre foi seu lema - edita livros independentes desde que se conhece por poeta, na mesma toada de seus antigos conterrâneos literatos frequentadores da clássica livraria andreense Alpharrabio. Zhô respira poesia e a última das suas tem, claro, a ver com essa sua paixão de vida: o projeto "O Poeta na Rua - Zhô e a Cidade", realizado pela Prefeitura de Santo André, atrávés da Casa da Palavra, é uma intervenção que contará com a obra do poeta impressa no asfalto em mais de sessenta cruzamentos de ruas pela cidade ( já valendo em mais de 40 deles). A técnica utilizada para impressão dos versos é o graffiti e as máscaras são confeccionadas pelos artistas Pixote e Michel Ramalho da Cena 7. A intenção do projeto, além da sinergia entre poesia, arte e o olhar cotidiano, é homenagear esse cidadão de corpo, alma e poesia chamado Zhô Bertholini, que há muito tempo já faz parte do chão e da paisagem de Santo André.
O SPTV 1ª Edição noticiou o inusitado projeto: http://globotv.globo.com/rede-globo/sptv-1a-edicao/v/artista-usa-asfalto-para-escrever-pequenos-trechos-de-poemas-nas-ruas-de-santo-andre/4161992/

7 de maio de 2015

Um dia poético!

APL e Pró-Memória reunidas em 05/05/2015 ( foto Claudio Rossi)
O dia era para celebrar o grande poeta Aguinaldo de Bastos, com o relançamento de dois livros muito bem planejados e perfeitos para essa justa homenagem. O projeto foi idealizado há anos pelo designer e curador Alderi Martins que teve a adesão imediata do ilustrador Inos Corradin e contou nesse novo lançamento com a parceria da Biblioteca Paul Harris e a Fundação Pró-Memória de São Caetano do Sul. Os livros "Ouvindo Estrelas" e "O Náufrago Negro" finalizados em 2006 pela Alderi Martins Projetos de Arte , incluem poesias da mocidade de Aguinaldo, da primeira metade da década de 50. Realizada na Casa de Vidro, no complexo artístico-literário municipal que compreende a pinacoteca, o teatro Santos Dumont e as próprias biblioteca e pró-memória, a homenagem ofereceu som ambiente, notícias literárias e uma grande confraternização de intelectuais, historiadores e incentivadores da cultura, que ouviram atentos, a explanação de 15 poemas extraídos dos dois volumes, declamados por 15 membros da APL ( Academia Popular de Letras). No sarau ficou bem clara a qualidade da produção poética de Bastos, em que nenhum poema declamado se mostra mediano, e sim no mais alto nível. À convite da biblioteca Paul Harris, fui um dos declamantes e a experiência foi muito enriquecedora. Que venham mais atividades literárias e que a obra desses grandes escritores cada vez possam ser mais compartilhadas. Em outra oportunidade, posto o poema que li e detalhes das duas obras, muito bem feitas.

6 de maio de 2015

"Direitos Humanos no Banquete dos Mendigos" integralmente em CD

Mais um grande lançamento do selo Discobertas, o show coletivo intitulado "Direitos Humanos no Banquete dos Mendigos", realizado em setembro de 1973 no MAM RJ, virou finalmente um produto digno de sua importância. O lançamento vem em formato caixa e incluí em seus três CDs os 43 números do espetáculo idealizado e produzido pelo poeta Xico Chaves e o compositor Jards Macalé em celebração aos 25 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Inclusive este último foi quem guardou por 42 anos os tapes originais do show que acabaram nas mãos do (claro) produtor e responsável pelo selo Marcelo Fróes. Um ano depois do show, um álbum duplo apareceu nas lojas mas logo foi censurado - só reapareceria em 1979. Não é de hoje que Fróes vem resgatando o melhor da nossa música brasileira e essas belos "invólucros" recentes, as tais caixas, com ficha técnica impecável, preservação das imagens e designs originais, só abrilhanta ainda mais o que por si só já brilharia. Fróes é o cara,

Abaixo, as faixas de cada um dos três CDs:

CD Direitos Humanos no Banquete dos mendigos vol. 1:
1. No Pagode do Vavá – Paulinho da Viola
2. Roendo as unhas – Paulinho da Viola
3. Dança da solidão – Paulinho da Viola
4. Casa forte - Edu Lobo
5. Pra dizer adeus - Edu Lobo
6. Viola fora de moda - Edu Lobo
7. Samba dos animais - Jorge Mautner
8. Pipoca à meia noite - Jorge Mautner
9. Maracatu atômico - Jorge Mautner
10. Ilusão à toa - Johnny Alf
11. Não me diga adeus - Johnny Alf
12. Eu e a brisa / Despedida de Mangueira - Johnny Alf
13. Palavras - Luiz Gonzaga Jr.
14. Vingança / Boneca cobiçada - Luiz Gonzaga Jr.
15. Desenredo - Luiz Gonzaga Jr.

CD Direitos Humanos no Banquete dos mendigos vol. 2:
1. Abundantemente morte – Luiz Melodia
2. Vale quanto pesa – Luiz Melodia
3. Pérola negra – Luiz Melodia
4. Al Capone / Prelúdio - Raul Seixas
5. Cachorro urubu - Raul Seixas
6. Ouro de tolo - Raul Seixas
7. Mosca na sopa - Raul Seixas
8. Albuquerque woman - Soma
9. P.F. - Soma
10. Um dia - Soma
11. Pesadelo / Quando o Carnaval chegar - Chico Buarque & MPB-4
12. Bom conselho - Chico Buarque
13. Jorge Maravilha - Chico Buarque
14. Nanã das águas - Edison Machado

CD Direitos Humanos no Banquete dos mendigos vol. 2:
1. A felicidade – Milton Nascimento
2. Cais – Milton Nascimento
3. Nada será como antes – Milton Nascimento
4. Rua Real Grandeza - Jards Macalé
5. Anjo exterminado - Jards Macalé
6. Percussão 1 - Pedro dos Santos
7. Percussão 2 - Pedro dos Santos
8. Lamento sertanejo - Dominguinhos
9. Eu só quero um xodó - Dominguinhos
10. Asa Branca - Dominguinhos
11. Trem das onze - Gal Costa
12. Da maior importância - Gal Costa
13. Oração da Mãe Menininha - Gal Costa

14. Leitura dos artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos - Ivan Junqueira




5 de maio de 2015

No Curta!, os livros de cabeceira dos escritores


A primeira temporada de "Livro de Cabeceira" começa na quinta-feira, dia 07, no canal fechado Curta!. A série surgiu de uma ideia do sócio da produtora Cartola Filmes, Eduardo Barros, e durante seus 20 capítulos, convidará grandes nomes da literatura contemporânea para falar sobre o livro mais marcante entre todos que leram. Entre os literatos escolhidos estão Milton Hatoum, Lourenço Mutarelli, Luiz Rufatto, Noemi Jaffe, Bernardo Carvalho e Marcelino Freire. O primeiro e o último, aliás, participam de um debate hoje sobre o programa na Fnac Pinheiros ( a partir das 19h30), em um formato expandido do episódio da série, que na TV terá apenas 4 minutos. O primeiro episódio na telinha terá como convidado Marcelino Freire. Quem não conseguir assistir no canal Curta! pode visualizar a série pelo Youtube, que atualizará o programa toda segunda e quinta. A produtora já está inclusive produzindo a segunda temporada para o canal, com previsão de estreia para setembro. E vale a pena também ficar atento às redes sociais, pois várias editoras aderiram ao projeto e semanalmente haverá concursos culturais ligados à literatura, com premiação em livros.

Livro de Cabeceira - Canal Curta! - às quintas - 21h40
O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://cultura.estadao.com.br/noticias/literatura,na-tv-escritores-revelam-o-livro-mais-marcante-que-ja-leram,1680973

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4 de maio de 2015

Ben E. King (1938-2015)


O grande Ben E. King morreu na quinta passada. Essas maravilhosas vozes terrenas do soul e do R&B deveriam se perpetuar em algum lugar sagrado do Universo, pois com certeza iriam propagar energias positivas até em buracos negros. Pois foi o que fez Ben E. King por aqui enquanto viveu: tanto no clássico grupo Drifters, onde compôs e cantou um punhado de hits no final dos anos 50 até a gravação da sua vida em 1961, com "Stand By Me" ( feita com a dupla Leiber & Stoller), perpetuada por sua voz aveludada de barítono. Depois dessa pepita de ouro, considerada uma das mais importantes músicas do século XX, Ben continuou fazendo sucesso, mas a emoção e entrega de Stand By Me jamais foram superadas. John Lennon regravou a música em 1973 e conseguiu a proeza de repetir o sucesso. Ambas as gravações são viscerais e passionais, a diferença é que a de Lennon soa como um desabafo, um escárnio, um grito, como um bom rock, enquanto a original tem entrega, paixão, lamento, como um bom soul. Ponto pras duas. Ben E. King leva uma ligeira vantagem, por ser pai da criança e por ter uma voz que atinge o fundo d'alma. Great Ben!

https://www.youtube.com/watch?v=hwZNL7QVJjE

https://www.youtube.com/watch?v=Nz15Nz7CreU

1 de maio de 2015

O Vigilante Rodoviário no azulejo da casa de São Caetano

Douglas Nascimento/ São Paulo Antiga
A arte no painel de azulejo do terraço interno daquela casa, em um bairro vizinho ao meu em São Caetano/SP, sempre me chamou a atenção. Quem vê aquela pintura mostrando um atento vigilante rodoviário clássico, de binóculo, observando do alto de um morro a Via Anchieta e seu tráfego - incluindo aí uma moto patrulha no acostamento e um legítimo protótipo Gavião da frota da polícia rodoviária - não tem como não ficar de queixo caído diante de arte tão representativa e fulgurante. Palmas para Douglas Nascimento, do ótimo site São Paulo Antiga, que além do queixo caído, foi atrás da história por trás da arte e descobriu ser ela obra de um grande artista conhecido como "Asteca", cujo ateliê ficava na Vila Prudente, mas que infelizmente, não deixou muitos rastros ou pistas de sua vida, a não ser seus inúmeros trabalhos espalhados por cemitérios paulistanos.
Fiquem com essa matéria na íntegra:
http://www.saopauloantiga.com.br/mural-asteca-anchieta/