Fiquei muito contente em saber que o filme "Yorimatã" foi eleito o melhor documentário do In-Edit 2015 tanto pelo Júri Popular como pelo Júri Oficial. O filme, dirigido por Rafael Saar, traz a história de uma das duplas mais criativas da música brasileira, Luhli e Lucina, compositoras de mão cheia, gravadas por muita gente, de Ney Matogrosso, o mais assíduo, a Gil, Nana Caymmi, Secos & Molhados, Tetê Espíndola, entre outros, e pesquisadoras ferrenhas da música de raiz. Com uma vida totalmente "bicho grilo", as duas foram morar em um sítio afastado, compondo, fabricando instrumentos e compartilhando o dia a dia ao lado do marido em comum, o fotógrafo - já falecido - Luis Fernando Borges da Fonseca. Contracultura e tabu, portanto, são elementos fortes na composição do documentário. Em 2010, entrevistei o diretor aqui no Almanaque, e o assunto, claro, eram seus documentários saindo do forno, entre eles, o quase finalizado "Yorimatã" ( na época chamado de "Porque Sim, Porque Não?") ( a entrevista aqui: http://almanaquedomalu.blogspot.com.br/2010/08/o-cinema-de-rafael-saar-encontra-luhli.html ). O tempo para as produções cinematográficas brasileiras parece que não anda com os mesmos ponteiros que os relógios normais. Haja finalização! Em 2014, finalmente o filme veio à luz e agora recebe esse merecido prêmio.
O festival In-Edit, em sua sétima edição brasileira, continua em bom e alto nível, e este ano teve como destaque também shows e feira de vinis e fanzines. Entre os filmes, destaco "Sem Dentes: Banguela Records e a Turma de 94" a produção do jornalista Ricardo Alexandre sobre o selo Banguela Records, criado por Carlos Eduardo Miranda e os Titãs e que rendeu em apenas um ano a captura de uma geração de bandas que transformou o cenário pop nacional na época ( Mundo Livre s/a, Raimundos, Maskavo Roots, Little Quail). O In-Edit encerrou em Sampa mas começa amanhã em Salvador/BA. Quem estiver por perto, não perca.
Trailers de Yorimatã: https://www.youtube.com/watch?v=fKNqqJKK4nM
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