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Foto: Estadão |
Esse excelente texto do Julio Maria no Estadão de hoje, compartilhada pelo Marcelo Fróes no Facebook, deixa na mente e no coração um gosto misturado de felicidade e desgosto. O primeiro sentimento é por ver uma história tão bonita de amor à memória brasileira, construída item por item por uma apaixonado cultural - Assis Ângelo é daqueles pesquisadores ecléticos, mas de bom gosto, que guardam documentos primordiais da nossa História: partituras raras, discos pioneiros, gravações que muitos pensavam ser lendas, etc. Já a parte do desgosto fica por conta do descaso das fundações, ministérios e secretarias da vida, despreparadas e enraizadas na burocracia. Como o próprio Assis comenta, até pode ser que o atual ministro tenha um pingo de sinceridade para o seu caso específico, mas é consenso que a maioria dos acervos não vislumbram um final feliz nessas parcerias públicas e muitas coleções acabam deterioradas ou desvalorizadas. Essa riqueza guardada com tanta lealdade por Assis Ângelo precisava encontrar no caminho um mecenas totalmente livre da burocracia oficial, para ser acondicionada em uma casa de cultura, um centro cultural ou algo que o valha, e a partir daí, ter sua justa catalogação e preservação. Só assim, Assis Ângelo, mesmo sem enxergar fisicamente, veria afinal, uma luz no fim do túnel.
http://cultura.estadao.com.br/noticias/musica,depois-de-ficar-cego--assis-angelo-luta-para-digitalizar-acervo,1744449
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