29 de fevereiro de 2016

Ótima notícia: UNESP utiliza pra valer o velho arquivo de recortes do Dedoc!

divulg UNESP
Trabalhei no Dedoc/Abril de 1989 a 2002 e lá angariei muitos amigos e me tornei um apaixonado pela preservação de material editorial, desde o arquivo de fotos (cromos) até as encadernações e pastas especiais para as edições de revistas e jornais. Outro grande diferencial do acervo era a indexação de recortes de matérias da imprensa, para alimentar as pesquisas internas das redações da casa ( e depois para pesquisas externas monitoradas). Essas pastas com recortes eram milhares, com seus assuntos arquivados por ordem alfabética e divididos em "assuntos diversos" e "personalidades". Logo depois que saí, o departamento passou por um grande remanejamento e alguns processos acabaram extintos - parte do conteúdo das pastas virou digital e todo o arquivo físico acabou sendo doado para a TV Cultura ( cerca de 800 caixas). O acervo ficou pouco tempo na emissora estatal e logo todo o material acabou em outro endereço: a UNESP. Lá, finalmente os velhos recortes do Dedoc foram absorvidos e utilizados com assiduidade pelos alunos e pesquisadores da instituição, como pode ser constatado nesta matéria feita pela própria universidade, com foco no trabalho de pesquisa específico para o curso de História. Fiquei extremamente feliz de ver esse material sendo tão bem aproveitado para fins acadêmicos! Espero que continue assim!

A matéria:

http://www.unespciencia.com.br/2015/11/a-representacao-do-crime-coletivo-na-imprensa/

26 de fevereiro de 2016

Tributos à David Bowie no 58th GRAMMYs e no BRIT Awards 2016




Dois tributos à David Bowie foram realizados com poucos dias de intervalo em duas grandes premiações do mundo da música. A apresentação no Grammy foi bem bacana, com efeitos e movimentações incessantes, mais a performance eclética de Lady Gaga, já conhecida do grande público - ela canta, toca, dança, troca de roupa, num fôlego de dar inveja. E ganhou ponto por cantar vários hits (de andamentos bem díspares). Já a homenagem no BRIT , além de ser encenado na terra do lendário Bowie, ainda contou com a própria banda de apoio do compositor. No todo foi bem passional, desde as prévias com discursos  de Annie Lennox e Gary Oldman (que recebeu o troféu de ícone por Bowie) até a apresentação de "Life on Mars", com a neozelandesa Lorde mandando bem, numa interpretação intensa e precisa, fechando o pout-porri instrumental anterior da banda com hits de Bowie. Dois tributos com muitas proezas e poucos descuidos; duas artistas bem diferentes entre si, que não fizeram feio. Lady Gaga, adrenalina; Lorde, arrepio. Eu gostei das duas homenagens, mas tenho uma ligeira queda pela britânica, pelo local, pela banda e por fechar em um tom mais emocionante.

https://www.youtube.com/watch?v=3aw_sZvauCw&ebc=ANyPxKrdSWmAYcHE_J42jBBSrOMfUz-05enplBmxjq6iXQiJtXKVn_-hpWUjDZi_WHOUwLoiUN4CnTMbte10TVZ0p6xz-hNnNQ  (Grammy)

https://www.youtube.com/watch?v=C7l3y7LOzLc (BRIT)




25 de fevereiro de 2016

Tim Burton surpreendente!


Fui com a tropa ver a exposição do Tim Burton ( está no MIS/SP até 15/05) e me surpreendi com o que vi. Eu já sabia que Burton adorava terror/humor em doses mais ou menos idênticas e assisti a pelo menos 80% de sua produção cinematográfica. Ou seja: achava que o conhecia. Qual não foi minha surpresa ao me deparar com seus desenhos de juventude, cartuns, rabiscos em agendas e guardanapos e quadros surrealistas! Descobri que Tim antes que tudo, tem e sempre teve alma de artista gráfico, e foi a partir daí que o seu universo onírico, terrorífico e mágico surgiu. Depois dos desenhos caseiros que enchiam cadernos, o jovem Tim logo estava publicando em veículos regionais cartuns ( já com um toque estranho/sarcástico/irônico) e charges. A exposição também mostra alguns "bicos" que fez para ilustrações publicitárias e exibe filmes caseiros/Super 8, quando despertou para o cinema logo depois do desenho no papel. A exposição, aliás, está muito bem disposta, dividindo os temas coerentemente, como "projetos que não vingaram", "desenhos/rascunhos iniciais", "produções oficiais para o cinema", "artes plásticas e ilustrações mais elaboradas", etc. Os vídeos com suas produções estão todos disponíveis também, incluindo curtas e especiais raros. Gostei demais! A única coisa ruim é que não pudemos fotografar nada da exposição, mas como eu sempre tenho um lado B para mostrar, segue o folheto oficial na íntegra (fotos abaixo) além do ingresso, que por sorte, foi impresso de novo ( o código de barras não dava leitura) e por conta disso, ficou intacto!












24 de fevereiro de 2016

A volta/adeus do Fellini!

Já mencionei aqui grandes momentos da agitada década de 80, onde curti pra valer minha juventude ( dos 13 aos 23 anos) e uma dessas grandes cenas foi com certeza o pequeno mas antológico show que o Fellini deu no palco do espaço Off em São Paulo. O local era uma espécie de picadeiro de circo, com as cadeiras dispostas em sequência circular, e a atração ficava bem no miolo do círculo, abaixo da plateia. O Fellini tava no início de suas atividades ( acredito que era 1985) e fui com os amigos undergrounds de sempre - Rogério, Fabinho e talvez o Zequinha. Já na apresentação, o vocalista Cadão soltou essa: "Eu sou o Dinho Ouro Preto e esse é o Capital Inicial". O show em si foi um grande celebração à música experimental e de garagem, com muitos efeitos sonoros, distorções, sacadas gestuais e total teatralização das letras bem sacadas e desencanadas à beira do nonsense. Depois desse show, compramos todos os outros discos subsequentes ( o primeiro, "O Adeus de Fellini" foi o que fez a gente conhecer a banda) e cada um deles sempre foi motivo de audições especiais e discussões inflamadas em seguida, tudo com muita paixão. Curtimos a vanguarda com total convicção e prazer na época, geralmente em porões, bares mínimos e becos escondidos. Essa era a São Paulo que valia a pena. Anteontem, na página do mesmo Cadão Volpato, voltei aos ares enfumaçados e subterrâneos de Sampa 80, ao me deparar com as datas da "nova turnê mundial" do Fellini, mundão esse que passa pelo Z Carniceria ( na Augusta), Sesc Belenzinho e o mítico Centro Cultural Vergueiro ( datas na imagem). Já chamei os velhos comparsas para esse remergulho... quem sabe. De qualquer modo, o velho Fellini está nas ruas, com Cadão Volpato, Thomas Pappon na batera (os de todas as formações anteriores) e Jair Marcos e Ricardo Salvagni, ou seja a formação original de 84/85, tocando na íntegra o cultuado disco "Amor Louco" de 1990, mas disponíveis para relembrar os classics das outras obras. Fellini quando volta, sempre diz adeus, pois como Cadão já disse em entrevistas, nunca são voltas definitivas, mas apenas reentradas relâmpagos.
E para entrar mais no clima, segue a íntegra do texto assinado por Volpato para a Piauí em 2007 sobre o primeiro show da banda e um encontro pra lá de especial.

http://revistapiaui.estadao.com.br/materia/a-passagem-do-professor-aloprado/

23 de fevereiro de 2016

Baú do Malu 62: Almanaque Vida Infantil 1955

Esse Almanaque de Vida Infantil 1955 eu consegui por esses dias, numa troca de gibis que para mim foi imperdível. Eu sempre venerei esses almanaques dos anos 40/50 e tanto o Almanaque de Vida Infantil como o Almanaque de Vida Juvenil ( ambos publicados pela empresa Vida Doméstica) são muito especiais. Ao folhear um desses exemplares, duas coisas chamam a atenção imediata: a qualidade gráfica das edições, com cores vivíssimas e papel de boa gramatura, e a gigantesca produção de Joselito no período - fazia as capas, ilustrações para contos, criação de histórias longas e curtas e até arte em anúncios. Essa produção febril podia ser vista nas edições mensais de Vida Infantil, nos almanaques citados e em Sesinho ( de outra empresa), além da série rosa de Vida Infantil que durou pouco tempo. Em todas essas participações, a qualidade sempre foi mantida.
Abaixo, alguns momentos interessantes da edição escolhida, para apreciação detalhada do sortido material, que inclui, claro, a assinatura de Joselito em vários pontos.
































22 de fevereiro de 2016

HBO disponibiliza o primeiro episódio de "Vinyl"!


"Vinyl", de Martin Scorsese, série exclusiva da HBO que vem alcançando grande alvoroço por parte do público, está com seu primeiro episódio disponível no Youtube. E não é pouco: esse piloto tem quase duas horas de duração! A série mostra a cena do rock americano no início dos anos 70 pela ótica de um empresário de gravadora que passa por uma fase turbulenta pessoal e profissionalmente. Nesse turbilhão, o diretor consegue colocar no mesmo caldeirão com muita temperança, conflitos pessoais, drogas, jabás, bastidores musicais, negociações conflitantes, e muita, muita música, tanto em flashes do início da carreira do empresário como em sua busca por talentos verdadeiros que podem salvar os negócios e restaurar sua própria convicção com o meio. Os tempos (1973 em diante) são de mudanças nos campos do rock and roll e muita referência primordial passa pela história - nesse primeiro episódio, se destacam dois grupos que chacoalhavam as estruturas na época: Led Zeppelin e New York Dolls. A trilha não fica só no rock, trazendo também muita música negra e trechos de sucessos que despontavam nas paradas - ABBA, por exemplo. Mas o rock é o dono do filme: Bo Didley, Black Sabbath, Slade, Humble Pie, Peter Frampton, e até uma banda fictícia com repertório punk precoce ( uma tal de Nasty Bits). A edição, os cortes, as cenas urbanas ( New York, New York), a truculência das ruas, a ganância e os conflitos capitalistas, a família tentando se estruturar no caos - ganchos, truques e recheios do cinema de Scorsese estão todos aí. Algumas resenhas estão batendo na tecla que Mister Martin pesou a mão, foi megalomaníaco, está repetindo fórmulas, mas eu já acho que esse exagero de cores e movimentos tem tudo a ver com o foco e o diretor fez tudo propositalmente. A série é criada e escrita por ele, mais Mick Jagger, Terence Winter e George Mastras. A produção é de Jagger/Scorsese, que já trabalharam juntos no filme dos Stones "Shine a Light" (2008).

A gravadora 

Terence Winter, no material de divulgação da HBO diz tudo: "Foi no ano de 1973, especificamente, que o punk, a disco e o hip-hop foram inventados, com seis meses de diferença um do outro e a menos de 10 quilômetros em Nova York". O ator protagonista (Bobby Cannavale) dá um show a parte nesse primeiro episódio, esbanjando feeling e canastrice na medida certa - e os atores que interpretam seus sócios também. Mais uma vez os especialistas não se deram conta que a canastrice faz parte do jogo. O Robert Plant do filme é bem menos chamativo que o Plant original parecia ser em seu auge. Já os New York Dolls estão perfeitos! E a série, se continuar nessa frequência, certamente se tornará um marco na televisão. Os próximos capítulos terão a mão de diretores experientes da telinha e talvez venham com menos doses sensoriais e explosivas. Mas Scorsese estará ali, como sombra, salpicando o projeto de alma, para arrepio dos calculistas de plantão.

https://www.youtube.com/watch?v=oJMm2qMX3H4

19 de fevereiro de 2016

E a série de bonecos do Snooppy & Cia no McDonald's? sumiu! Quem pegou, pegou...







Com o filme "Snoopy & Charlie Brown" nos cinemas, o McDonald's aproveitou janeiro para apresentar a nova série de bonecos do seu McLanche Feliz com a turminha criada por Charles Schulz. Lançada em 05/01, a promoção com 12 bonecos ( fotos) foi uma das mais fulminantes da história do McLanche Feliz e já na semana seguinte era desfalcada dos principais, Snoopy e Charlie Brown. Em casa, conseguimos com muito sufoco a Lucy ( mais enfezada do que nunca), e foi só. Já no final do mês, as lojas começaram a trocar a promoção por outra, por falta de bonecos para reposição. Quem conseguiu, conseguiu!
E aproveitando o gancho, acoplo aqui o trailer do filme, que ainda está em cartaz em sessões isoladas, e logo sai aqui em DVD e Blu-Ray

https://www.youtube.com/watch?v=vDhJOiKPhDI

16 de fevereiro de 2016

Desconhecida no Brasil e incensada nos EUA, Eliane Elias ganha Grammy

A brasileira radicada nos EUA Eliane Elias saiu do seu país natal em 1981, convidada pelo baixista do Steps Ahead, Eddie Gomez, a preencher a vaga de tecladista no grupo.Ficou uma no com eles, a tempo de gravar o LP "Steps Ahead". A partir daí iniciou carreira solo de considerável sucesso em terras ianques, onde fez parcerias memoráveis e conquistou as paradas de jazz. Na metade dos 80, fez dois discos com o trompetista Randy Brecker e no fim da década foi produzida por Eumir Deodato, época em que intensificou seu repertório próprio e que culminaria no disco de 1992, "A Long Story", com boa parte de composições de sua lavra. Gravou com sucesso disco só com músicas de Tom Jobim ("Eliane Elias plays Jobim") e outro com o ótimo Herbie Hancock, com clássicos americanos. Repetiu o passeio pelo universo jobiniano no CD "Eliane Elias sings Jobim", já em 1998. Entre um e outro trabalho, sempre fazendo questão de incluir composições suas como "Caipora", "Chorango", "Karamuru", "Back in Time", entre outras, participou de festivais e premiações importantes. Seus discos sempre aparecem com relevância nas paradas de jazz da Billboard e é reconhecida como uma das mais importantes pianistas de jazz nos EUA. Herbie Hancock chegou a declarar:" Ela toca tão lindamente que me faz chegar às lágrimas. Eu adoro as harmonias que ela utiliza". Embora sempre visite o Brasil, teve poucas oportunidades de se apresentar aqui. Em rara ocasião, em 2004, apresentou-se como atração internacional no show "Bossa Nova in Concert", no Canecão. Nesse espetáculo também estavam Carlos Lyra, Johnny Alf, João Donato, Roberto Menescal, Marcos Valle, Wanda Sá, Durval Ferreira, Leny Andrade, entre outros. A admiração de outros músicos pela sua música não é á toa: Eliane é filha de pianista erudita e desde a mais tenra idade fez lições em casa com a mãe; Aos 12 anos anos mostrou que não era só a "filha da pianista" e começou a transcrever e executar solos de seus ídolos - Art Tatum, Bill Evans, Bud Powell. Com tal desempenho, acabou não só estudando no famoso CLAM do Zimbo Trio ( Centro Livre de Aprendizagem Musical) como passou para o corpo docente da escola com 15 anos! Logo estava na Julliard School de NY e daí para começar a carreira solo foi um pulo ( ou uma nota no piano). São 25 álbuns gravados e 2 milhões de cópias vendidas em quase quatro décadas de atividade. Já tinha sido indicada antes ao Grammy - em 2002, em duas categorias, e depois em mais 6 ocasiões - mas ontem foi a consagração: venceu finalmente o prêmio, na categoria "Melhor álbum de jazz latino", pelo álbum "Made in Brazil". Esse trabalho, que tem participações de Ed Motta e Roberto Menescal, representou para Eliane uma volta às origens, pois foi o primeiro disco seu a ser gravado em São Paulo, onde nasceu. Quem sabe agora, Eliane Elias faz mais apresentações por cá. De nossa parte, em paralelo, podemos escutar com mais profundidade a sua elástica discografia.

https://www.youtube.com/watch?v=avlVaZw1VDk

https://www.youtube.com/watch?v=uU1qqJy7X88

https://www.youtube.com/watch?v=1d8jbA0_9oo

https://www.youtube.com/watch?v=FJsDtHexUso

https://www.youtube.com/watch?v=iCAb7RkXR1Y

15 de fevereiro de 2016

O Dia do Quadrinho Nacional no Colecionadores de HQs


Por conta de alguns problemas técnicos - já resolvidos pelo nobre Frigo - o post meu lá no CdHQs demorou um pouco mais pra ser publicado do que era imaginado. Mas valeu mesmo assim como "entrada"da minha coluna Alma de Almanaque em 2016, justamente por estar forrada de alma. Esses encontros incríveis ficarão guardados na minha memória afetiva pra sempre. Ainda mais tendo ao meu lado o escudeiro/anjo da guarda Gabriel Canos, que (não) por acaso é meu filho! "Evoé!" - como diz o premiado Patati! E Viva o Quadrinho Nacional!

http://colecionadoresdehqs.com.br/dia-do-quadrinho-nacional-encontros-e-surpresas/