29 de dezembro de 2016

2017 chegando ( Adeus ano velho, trágico, ceifador, a ferro e fogo, surpreendente, inimaginável, estranho, polêmico, passional, inesquecível em todos os sentidos)

Fechando mais um ano ( e que ano!), o Almanaque do Malu agradece todos os leitores assíduos e visitantes que passaram por aqui nesse seu 7º ano de existência e deseja a todos um 2017 intenso e produtivo! Muitos estão falando que 2016 foi um dos anos mais trágicos de todos os tempos e realmente se formos analisar sua retrospectiva, foi um período na Terra extremamente tectônico (em todos os sentidos). Sim, todo ano morrem pessoas em grandes acidentes, artistas famosos e personalidades importantes vão para o outro plano, acidentes naturais varrem a Terra em todas as partes, etc. Mas 2016 parece que elevou tudo isso ao cubo: o acidente com o avião do time da Chapecoense, devido às suas circunstâncias, foi daqueles que marcam uma nação e acabam paralisando também o mundo à volta ( a morte de um time quase inteiro, além de jornalistas e profissionais ligados ao clube; o motivo inacreditável que levou ao acidente - falta de combustível; e o momento pelo qual Chape vivia: uma possível conquista inédita e importante para o futebol mundial); artistas relativamente novos, que de um jeito ou outro ajudaram a espalhar a música pop pelo globo, além de consolidar um estilo, se foram nesse mesmo ano: Prince e George Michael; outro, o icônico David Bowie, mais velho que os dois e influência inconteste para várias gerações de ouvintes e artistas, se foi também no início de 2016; dois grandes instrumentistas, que passaram pelo mesmo grupo, também se foram em um curto período - Keith Emerson e Greg Lake ( do ELP); um protagonista de novela, Domingos Montagner, finalizando as gravações da mesma, morre em um afogamento totalmente sem explicação e deixa o país perplexo; Outro ícone pop, Carrie Fisher, aos 60 anos, falece repentinamente (depois de gravar cenas para o próximo Guerra nas Estrelas) neste mês de dezembro, ela que foi Princesa Leia de corpo, mente e espírito - e com seu humor peculiar, também colocou no seu rol de provocações à indústria hollywoodiana a sua própria carreira - mas onde surgia, deixava uma marca ao mesmo tempo blasé e de força ( a cena rápida e certeira em Irmãos Cara de Pau, em Hannah e suas Irmãs, em Shampoo - o primeiro!, Harry e Sally, Hook...); e - tinha que ser 2016 - Debby Reynolds, que deixou imortalizada sua participação em "Cantando na Chuva" e era uma colecionadora voraz de artigos ligados à Hollywood, faleceu um dia depois de sua filha, Carrie Fisher! No Brasil, se foram grandes figuras como Dom Paulo Evaristo Arns, Cauby Peixoto, Naná Vasconcelos, Elke Maravilha, Ferreira Gullar, Orival Pessini, Umberto Magnani, Tereza Rachel. Antonio Pompeu, Roberto Correia ( dos Golden Boys), Flavio Gikovate, Tunga, Hector Babenco, Sábato Magaldi, Guilherme Karan, Fernando Faro, Maestro Nunes, Ivan Cândido, Ivo Pitanguy, Lidoka ( Frenéticas), Carmen Silva, Ivald Granato, o baterista Peninha, Severino Filho, Goulart de Andrade, César Macedo ( da Escolinha do Prof. Raimundo), Geneton Moraes Neto, Villas Boas Correa, Flavio Guarnieri, Carlos Alberto Torres, entre muitos outros; Vander Lee, cantor e compositor mineiro de extrema sensibilidade, morreu precocemente e repentinamente ao passar mal em uma academia; lá fora, Billy Paul, Gene Wilder, Leonard Cohen, Sharon Jones, Muhammad Ali, Alan Rickman, Johan Cruyff, George Martin, Umberto Eco, o baterista Dale Griffin, Maurice White, Dario Fo, Leon Russell, Michael Cimino, Ettore Scola, Peter Shaffer, Glen Frey, George Kennedy, Harper Lee, Toots Thielemans, Bud Spencer, George Gaynes, Peter Vaughan, Jack Davis ( de MAD! e tantos outros quadrinhos fantásticos), Patty Duke, Paul Kantner, Gato Barbieri, Zsa Zsa Gabor, o fotógrafo Bill Cunningham, Marcel Gotlib ( grande quadrinista francês), entre outros. Como se comprova nesta lista, o ano foi mesmo de despedidas, muitas despedidas. Eu mesmo perdi amigos importantes, conhecidos, vizinhos. Houve terremotos gigantescos, enchentes e secas, como é de praxe . O drama dos refugiados, as guerras civis, o terrorismo, a violência generalizada, deixaram cicatrizes. Choramos pelas crianças inocentes principalmente; a política brasileira foi uma catástrofe: caiu Dilma, e o governo usurpador do vice vem implantando um regime de total desrespeito às normas vigentes de uma democracia. A economia extirpa o chão do povo. A Lava Jato fez progressos e prendeu mais corruptos, mas às vezes o show na mídia e vazamentos incoerentes nublam esses feitos. Já a eleição de Donald Trump nos EUA é um reflexo do pensamento conservador que domina o mundo e da derrocada da chamada política profissional ( Dória em São Paulo é o mesmo reflexo). Fidel morreu - está embutida nessa morte outra metáfora do ano? Houve também notícias boas, como não?  a ciência e a tecnologia estão a passos cada vez mais largos e até o buraco de Ozônio parece que está se regenerando, embora o sentimento ecológico ainda resista em boa parte do Planeta e muitos animais estejam perigosamente na faixa de extinção ( girafas? oh não!).
Que venha 2017. Estamos ressentidos com muita coisa, tristes, com menos grana no bolso, mas fortes como nunca, esperançosos - ainda que quase tudo jogue contra - e com a fé de sempre!

Página espetacular do mestre Jack Davis








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