31 de janeiro de 2017
Capa do Mês: Revista do Sesc nº 262 ( ano 23)
A capa da Revista do Sesc deste mês de janeiro de 2017 está espetacular: retrata a bela pintura em mural de Mag Magrela, artista cuja obra é pautada por temas femininos. Merece virar "capa do mês".
30 de janeiro de 2017
Livro Livre
"Livro Livre" é um projeto que eu conheci sem querer na semana e que me deixou extremamente contente! Ao adentrar a Casa das Rosas na Avenida Paulista para dar uma xeretada na exposição dos concretistas, avistei uma mesinha com livros logo na entrada do casarão cultural e curioso que sou, fui ver do que se tratava. Junto aos livros, uma plaquinha de papelão explicava o projeto - uma iniciativa de crossing literário onde a pessoa escolhe um livro gratuitamente e depois de lê-lo devolve-o à cidade ( de preferência em um local estratégico com bastante gente circulando). Para que esse intercâmbio espontâneo não perca a sua razão de ser vale a pena escrever o seu objetivo na devolução, cmais ou menos como na plaquinha citada. Nela, além do nome do projeto em letras grandes, explicava-se que o Livro Livre era um projeto voltado para a troca cultural literária em espaços urbanos. Escolhi a biografia do seminal grupo Kraftwerk ( Kraftwerk Publikation - A Biografia), não só por sua importância na música mundial ( sem eles o pop construído na virada dos 70 para os 80 não seria igual) mas também porque eles fazem parte do meu imaginário musical e da minha juventude - no início dos anos 80, eu e minha turminha de bairro começamos a descobrir "novos sons" e entre eles, o Kraftwerk ganhou grande destaque.
Um detalhe sobre o Livro Livre: o livro que eu peguei emprestado está praticamente novo!
Pesquisei na internet para saber mais sobre o projeto, mas há muitos com o mesmo nome. O mais próximo deste descrito aqui é este do link abaixo, que inclusive disponibiliza no site uma etiqueta que explica a iniciativa com o título em destaque: "Este Livro não é um Presente!".
http://www.livrolivre.art.br/
28 de janeiro de 2017
Leda Catunda no Tomie Ohtake
Eu estava devendo aqui as imagens que fiz na visita à exposição de Leda Catunda no Instituto Tomie Ohtake ("I Love You Baby") na virada do ano, quando visitei também a grande exposição de Gaudi ( já exposta no blog). Leda, artista sempre vibrante, cuja obra explode em cores e informações, é um dos maiores nomes da chamada Geração 80. A sua linha sempre foi a revalorização da pintura, e em suas múltiplas colagens há uma preocupação constante em trabalhar os elementos em seus mínimos detalhes, da moldura à textura, dos pigmentos aos apetrechos. Seus murais vivem repletos de referências midiáticas - capas de revistas, quadrinhos, embalagens, fotografia, cinema, televisão, capas de discos e bandas (principalmente de rock), anúncios e cartões comerciais - mas muito além das transposição e padronização dos elementos em cena, há um enriquecimento de cada imagem, com nova roupagem, cores acentuadas e texturas. Cada vez que se olha uma obra da artista, novas descobertas surgem aos olhos - pode-se perceber numa segunda passada uma parte de um ingresso de show, por exemplo, ou parte de uma HQ atrás de uma paisagem corriqueira. Até o escudo do Corinthians eu localizei em uma das obras! Sigam-me nessa exposição:
25 de janeiro de 2017
Baú do Seu João 20: Folhetos "Cóster" - série pesquisa literária "Um Soneto de Alvarenga Peixoto" ( 1965)
Eis mais um item inusitado pescado da grande miscelânea de guardados do Seu João Massolini. Este curioso folheto, impresso em setembro de 1965 pela Editora Cóster faz parte de uma série de livretos voltados para a divulgação literária. O responsável era, como se lê no texto introdutório assinado por Rolando Morel Pinto da USP, o professor e ficcionista Radamés Mosca, que teve a brilhante ideia de distribuir folhetos em banca - conforme o auto-anúncio da penúltima página: "...leia um folheto "cóster" no bonde/ no ônibus/ no trem/ no avião. vai gostar na certa! peça-o na mesma banca". Presumo que fosse de graça, visto que não há preço em canto algum do veículo educativo. No mesmo anúncio, em seu rodapé, mais uma informação que aguça ainda mais a curiosidade para essa série: os títulos usavam cores conforme o assunto literário tratado - azul para contos; amarelo para poesia; verde para pesquisas; e vermelho para aproveitamento (?). Na edição em questão há minúcias que devem ser citadas:
- há um pequeno e discreto anúncio descritivo no rodapé da última página da LAP ( Linhas Aéreas Paraguaias): "São Paulo - Assunción via lap ( sic) - a melhor viagem".
- junto ao endereço da redação há um misterioso parênteses: "representante em Tókio - Japão"
- no mesmo texto introdutório já citado, o literato da USP chama o responsável de Radamés Mosca. Mas na mesma página, lá embaixo, o expediente traz o nome de Rubens Macuco Mosca como titular da diagramação e montagem ( ou é um parente do citado ou o nome saiu errado).
No mais, vale citar o registro do nome do ilustrador da capa: Minámi Hakuyôo e o texto de fôlego do ensaio que compõe todo o volume, chamado de "Um Soneto de Alvarenga Peixoto", assinado pelo escritor e professor Milton Godoy Campos, escritor e professor paulista ( nasceu em São Manoel, terra do meu avô materno), que tem sua "bio-bibliografia" incluída na página "S". Ah, sim, esqueci de mencionar: o folheto "Cóster" também tem essa particularidade de colocar letras nas páginas ao invés de numerá-las. Sensacional!
Abaixo, todas as páginas do folheto.