22 de março de 2017

Os comics americanos nas páginas dominicais dos jornais: os museus do mundo deveriam prestar atenção neste tesouro das artes!


As páginas dominicais dos jornais americanos na primeira metade do século XX eram um verdadeiro deslumbre para os olhos, pois os grandes artistas dos comics tinham total liberdade neste dia específico da semana, para criar, viajar, aprofundar e colocar camadas nas histórias de seus personagens. Publicar em página inteira, formato que foi sendo preterido a partir dos anos 50 (na verdade, desde a segunda guerra), era um dos atributos que davam às tiras da era de ouro um ar de obra-prima. O Marcelo Alencar, em mais um de seus posts de bom gosto no FB, deu pano pra manga ontem ao publicar uma página dominical espetacular de "Bringing up Father", de Geo McManus ( 05/05/1940, acima) o que suscitou comentários apaixonados e uma certeza: todo mundo que bateu o olho no post - e tinha especialistas passando por ali - consideram McManus um gênio. Suas texturas, camadas e profundidades neste período entre os anos 30 e 40 provam isto e demonstram que o quadrinho europeu deve muito a ele, principalmente a escola franco-belga. As páginas ou pranchas dominicais sempre foram um colírio/delírio para meus olhos e quando topo com uma destas da era gold das "sunday pages", guardo em arquivo digital, para sempre que possível, me deleitar com essas obras plásticas fantásticas. Entre meus preferidos, além do McManus, Frank King ( "Gasoline Alley"), Winsor McCay ( "Little Nemo") e George Herriman (Krazy Kat). Alguns personagens pouco conhecidos no Brasil também brilharam nos domingos, como Kin-der-Kids, de Lyonel Feininger, publicado em curto período ( 1906-1907) no Chicago Sunday Tribune e tão revolucionário como Krazy Kat e Little Nemo; Little Jimmy (ou apenas Jimmy) de James Swinnerton, de 1904 ( e que durou até 1958, com um pequeno hiato na época da 2ª guerra), com inusitadas formas do uso dos balões, cores e quadros; e Polly and Her Pals, de Cliff Sterret, iniciado em 1912 e durando também até 1958. Polly foi uma das mais anárquicas contribuições para as tiras de jornais, seja na formatação dos quadros, seja em seu surreal cenário. Os museus do mundo deveriam prestar mais atenção nessas preciosidades impressas - alguns colecionadores sabem bem o seu valor histórico para as artes e guardam os originais à sete chaves. Vamos a algumas páginas destes tesouros gráficos do século XX:




10/05/1931
04/11/1928













28/05/1936
12/09/1937
03/02/1941

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