30 de agosto de 2019
Yesterday, novo filme de Danny Boyle
O surpreendente diretor Danny Boyle (Trainspotting; Quem Quer Ser Milionário; Steve Jobs) entrou em cartaz (desde ontem no Brasil) com a sua nova comédia "Yesterday". O filme tem uma premissa bem interessante, embora absurda: um músico com dificuldades financeiras, de repente se vê em uma realidade que desconhece a banda Beatles! Não há indícios de que os Fab Four existiram e a partir daí, a vida do guitarrista ( interpretado por Himesh Pattel, novato nas telonas) se transforma, para o bem e para o mal. A premissa empolga e vem recebendo boas críticas. Vou assistir neste finde com certeza. Segue o trailer:
https://www.youtube.com/watch?v=Yyk9N40uIFs
27 de agosto de 2019
Fernanda Young (1970-2019) e Sonia Abreu (1951-2019)
Duas mulheres essenciais, fortes, transgressoras , tão necessárias para esse cenário titubeante e decepcionante atual, partiram muito de repente nesta semana e nos deixAram com o coração encharcado de tristeza. Fernanda Young, atriz, escritora incrível, com enredos para TV engraçadíssimos e anárquicos - como Os Normais - e indo para sua 15ª obra literária, e Sonia Abreu, radialista, produtora, jornalista, primeira DJ mulher do Brasil, se foram por esses dias e deixaram mais uma cratera gigantesca neste ano cheio de buracos, absurdos e desenganos. Um grande buraco pelas colunas que não lerei mais da Fernanda e outro tão grande quanto para o fim dos eventuais papos inbox com a Sonia, doces, simpáticos, aconchegantes, sempre. Não vou entrar em detalhes sobre as causas...não importa. Que Deus ilumine essas duas guerreiras. (abaixo, a última coluna da Fernanda Young, no O Globo de ontem).
(Sonia nos anos 70 - Grace Lagoa - divulgação)
(foto de perfil de Sonia Abreu no FB -reprodução Facebook) (Fernanda Young - abaixo)
Bando de cafonas
A Amazônia em chamas, a censura voltando, a economia estagnada, e a pessoa quer falar de quê? Dos cafonas. Do império da cafonice que nos domina. Não exatamente nas roupas que vestimos ou nas músicas que escutamos — a pessoa quer falar do mau gosto existencial. Do que há de cafona na vulgaridade das palavras, na deselegância pública, na ignorância por opção, na mentira como tática, no atraso das ideias.
O cafona fala alto e se orgulha de ser grosseiro e sem compostura. Acha que pode tudo e esfrega sua tosquice na cara dos outros. Não há ética que caiba a ele. Enganar é ok. Agredir é ok. Gentileza, educação, delicadeza, para um convicto e ruidoso cafona, é tudo coisa de maricas.
O cafona manda cimentar o quintal e ladrilhar o jardim. Quer todo mundo igual, cantando o hino. Gosta de frases de efeito e piadas de bicha. Chuta o cachorro, chicoteia o cavalo e mata passarinho. Despreza a ciência, porque ninguém pode ser mais sabido que ele. É rude na língua e flatulento por todos os seus orifícios. Recorre à religião para ser hipócrita e à brutalidade para ser respeitado.
A cafonice detesta a arte, pois não quer ter que entender nada. Odeia o diferente, pois não tem um pingo de originalidade em suas veias. Segura de si, acha que a psicologia não tem necessidade e que desculpa não se pede. Fala o que pensa, principalmente quando não pensa. Fura filas, canta pneus e passa sermões. A cafonice não tem vergonha na cara.
O cafona quer ser autoridade, para poder dar carteiradas. Quer vencer, para ver o outro perder. Quer ser convidado, para cuspir no prato. Quer bajular o poderoso e debochar do necessitado. Quer andar armado. Quer tirar vantagem em tudo. Unidos, os cafonas fazem passeatas de apoio e protestos a favor. Atacam como hienas e se escondem como ratos.
Existe algo mais brega do que um rico roubando? Algo mais chique do que um pobre honesto? É sobre isso que a pessoa quer falar, apesar de tudo que está acontecendo. Porque só o bom gosto pode salvar este país. (Fernanda Young - O Globo 26/08/2019)
21 de agosto de 2019
O essencial Poesia.Net (by Machadinho)
Há quantos e quantos anos eu recebo o Poesia.Net, capitaneado pelo querido Carlos Machado, amigo de tempos áureos de uma Editora Abril que já não existe, e só agora percebi que nunca publiquei por aqui - falha grave! Pensando bem, pode até ser que eu comentei alguma coisa no início do blog, mas mesmo assim já tava mais do que na hora de falar de novo. Recebi hoje o boletim de número 429, focado no novo livro do poeta Ruy Espinheira Filho. Além do texto delicioso do Machado, ele mesmo poeta de primeira, há todo um cuidado com o layout, com a parte gráfica e com o perfil dos autores escolhidos que ele faz questão de manter desde o início do projeto. Que bom que eu estou desde sempre em seu mailing! Vida longa ao essencial Poesia.Net! Valeu, Machadinho! Link abaixo...
http://www.algumapoesia.com.br/poesia4/poesianet429.htm
16 de agosto de 2019
Dave Gibbons no encarte do LP do Jethro Tull de 1976!
Eu ganhei esse LP em um lote há alguns meses atrás e só agora que fui escutá-lo vi a incrível HQ de Dave Gibbons no miolo de sua capa. O disco, "Too Old to Rock and Roll: Too Young to Die" é de 1976, portanto antes de Gibbons desenhar Dan Dare no Reino Unido e muito antes de seu sucesso na DC nos anos 80 com o fenômeno Watchmen ( ao lado de Alan Moore). Nos créditos aparece o autor da capa - Michael Farrell - e Gibbons com seu nome de batismo (David). Fotografei a capa e o encarte abaixo, mas também posto o link do ótimo blog do Helio Jenné que traz os pormenores da obra e da história em quadrinhos encartada. Demais!!
http://heliojenne.blogspot.com/2008/09/velho-demais-pro-rock-roll-muito-jovem.html
14 de agosto de 2019
Filme "Arthur Moreira Lima" - Um Piano Para Todos, de Marcelo Mazuras, teve pré-estreia no MIS
Na segunda passada, eu e family fomos prestigiar a pré-estreia do filme "Arthur Moreira Lima - Um Piano para Todos", de Marcelo Mazuras, no MIS (Museu da Imagem e do Som). Além do Mazuras ser meu amigo desde os anos 1980, esse filme é uma extensão de um grande projeto que eu tive a honra de participar há alguns anos atrás: o livro "Arthur Moreira Lima - O Piano e a Estrada" (Editora Casa Maior - 2009). Na obra, em que eu participei como pesquisador, o autor conta toda a trajetória do pianista, desde sua entrada precoce e prodigiosa na música, passando pelos concursos internacionais de que participou ( e chegou nas primeiras posições) e sua carreira no Brasil, em carreira solo e também ao lado de grandes músicos como Heraldo do Monte, Paulo Moura, Elomar, João Carlos Martins e muitos outros.Além da biografia detalhada, a segunda parte do livro traz o grandioso projeto social idealizado por Arthur, que o levou a atravessar o Brasil de ponta a ponta, levando a música universal e seu piano para rincões fincados em praticamente todos os estados brasileiros, desde capitais e médios e grandes municípios, até cidadezinhas e localidades isoladas. O filme foca exatamente nesta segunda parte, mostrando com riqueza de detalhes, a árdua logística de transporte e montagem, realizada por uma equipe ferrenha, e algumas cenas escolhidas das próprias localidades visitadas pelo projeto, incluindo o cotidiano da população antes do espetáculo e detalhes muito próximos da plateia durante as apresentações ( muitos ali, jamais botaram os olhos e os ouvidos em um piano). Entremeando esta valorosa ação cultural, que entre vindas e idas durou mais de uma década, imagens históricas de vida e de carreira do pianista são inseridas. Há também momentos do músico durante os trajetos, hospedagens e backstage, desde uma visita descontraída com direito a cachacinha e ensaios, até depoimentos sinceros sobre música, carreira, e principalmente sobre o Brasil. Cenas emocionantes, como a incrível execução de Chopin ao vivo por Arthur na final do concurso em Varsóvia em 1965 e a junção da mesma música no palco do caminhão em plena Amazônia, fazem deste filme uma pérola cultural essencial e uma grande homenagem a este que é seguramente um dos maiores pianistas brasileiros de todos os tempos. Quem puder ver esse filme, eu recomendo muito. Vá sem a expectativa de saber tudo sobre a carreira internacional e nacional de Arthur Moreira ( para esse fim, existe o livro), mas para sentir, saborear, adentrar essa estrada chamada Brasil junto com Arthur e sua trupe. A sensação é sublime e inenarrável.
Em tempo: muitos amigos apareceram na pré-estreia: além da Karen - escudeira do Mazuras, apareceram no MIS: o editor do Agora, Luiz Carlos Duarte, o baterista Duda Moura e sua esposa Paula, o editor de arte Luciano Araujo ( o homem do futebol de "botão"), o editor de arte Pedro Versolatto, entre outros.
8 de agosto de 2019
"Moracy do Val Show" - lançamento do livro
Ontem, eu e meu filho fomos até a Livraria da Vila da Fradique Coutinho para o aguardado lançamento do livro "Moracy do Val Show", escrito pela dupla Celso Sabadin e Francisco Ucha. Participei desse projeto fazendo a revisão final, o que me deixou muito lisonjeado, por tudo o que Moracy representa para a cultura brasileira. O livro mostra com destaque a importância dele como produtor/empresário na carreira dos Secos & Molhados e como ele foi o principal responsável pelo estouro fenomenal do grupo. Mas além desse feito, Moracy sempre deixou sua marca onde passou - trazendo grandes músicos para o Brasil, inaugurando carreiras e espetáculos ( o debut fonográfico de Jorge Mautner teve a sua mão). trabalhando com filmes - incluindo aí as duas versões do sucesso "O Menino da Porteira", e muito, muito mais. Moracy do Val realmente fez de sua carreira um espetáculo! Por isso esse livro é tão delicioso e cheio de surpresas!! E o lançamento não poderia ser diferente - grandes figuras apareceram para prestigiar o biografado, incluindo: o ex-Secos Gerson Conrad, Arrigo Barnabé, Kendi Sakamoto, José Marcio Nicolosi, Ivan Freitas da Costa, Cristina Frota, Volney Faustini, Willy Verdaguer ( o grande baixista do Beat Boys que acompanhou Caetano em Alegria, Alegria), Fabio Siqueira, Gabriel Kwak, e claro, os anfitriões Celso Sabadin, Francisco Ucha ( sempre com a sua querida Luciana Lanzillo) e (com um sorriso de orelha a orelha) Moracy do Val, cuja felicidade do lançamento se completou com a presença de suas filhas. Noite memorável! (abaixo, meus "autógrafos")
4 de agosto de 2019
Azulejo artístico ( Rua Ivaí - São Caetano -SP)
Em minhas andanças pelos bairros da minha cidade São Caetano do Sul (SP), sempre fico atento para os cada vez mais raros azulejos artísticos, tão usuais na decoração das fachadas, terraços e garagens de casas na segunda metade do século passado. Na semana passada, fiquei de quieixo caído com esse belo e enorme painel com motivos ecológicos em uma casa da Rua Ivaí, no Bairro Santa Maria. Simplesmente deslumbrante ( principalmente ao vivo). Consegui tirar fotos para que vocês possam também apreciar ( embora meu celular atual não tenha lá tanta qualidade).