14 de março de 2020
Jorge Salomão (1946-2020)
Jorge Salomão nos deixou no dia 07/03, depois de complicações de uma cirurgia do coração. Jorge, assim como seu irmão Waly, foi um furacão cultural, participando ativamente da cena teatral de Salvador no final dos 1960 e a partir de 1969 fazendo parte da turma poética do Rio de Janeiro, frequentadora do Pier e que iria produzir monolitos fundamentais para a geração 70 do mimeógrafo, do fanzine e dos saraus, principalmente com a revista Navilouca, criada por Torquato Neto e o mano Waly Salomão. Barulhento, apaixonado e inquieto, o poeta foi também um grande performer da poesia falada e publicou seis livros: Mosaical (1996), O olho do tempo (1997), Campo da Amerika (1998), Sonoro (1999), Alguns poemas e + alguns (2016) e 7 em 1 (2019 - obras completas). Como letrista, marcou presença em muitas composições: ´com Dulce Quental ( "Natureza Humana", ao lado de Waly, versão de Human Nature), com o Barão Vermelho (“Política voz” e "Fúria e Folia", parcerias com Frejat), Marina Lima (“Pseudoblues”), Zizi Possi (“Noite”, com Nico Rezende), Adriana Calcanhotto (“Sudoeste”), Cássia Eller (“Barraco”), entre outras. As letras de música, aliás, eram seu maior combustível atual, e alguns lançamentos com a sua assinatura virão ainda este ano: no segundo semestre, a cantora Laura Finocchiaro, grande amiga do poeta, lançará disco que incluirá "A Vagar", canção inédita com letra de Jorge. Outra grande novidade, ainda em fase de produção e com apoio do Sesc, é o disco que reunirá todas as parcerias musicais de Jorge Salomão, em gravações realizadas por nomes como Wanderlea, Zeca Baleiro, Mônica Salmaso, entre outros. Siga em paz, poeta Jorge!
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