Os anos 50 foram anos de ouro para os quadrinhos brasileiros, quando a Ebal de Adolfo Aizen, a Rio Gráfica do Roberto Marinho e a Cruzeiro de Chateaubriand, todas cariocas, se estapeavam pelo rico mercado das comics magazines. Essa guerra iria se estender até os anos 60, período em que a Ebal se estabilizou como a maior produtora e distribuidora brasileira de quadrinhos, Marinho chegou à sua "pedra filosofal" Rede Globo de Televisão - graças principalmente à sua trilha anterior, aberta a facão na imprensa escrita e nos quadrinhos - e Chateaubriand adentrou já em queda livre, com a saúde debilitada e as finanças em risco. A Abril nos heróicos anos 50 crescia na surdina, aumentando sua estrutura longe dos rapinas, tijolo por tijolo. E correndo por fora, a paulistana La Selva, que já compunha uma linhagem tradicional de gráficas instaladas nos bairros italianos da Mooca, Brás e Cambuci, investiu com força na produção de revistas.
Este cenário fértil escancarou o mercado para jovens revelações e artistas consagrados dos quadrinhos. E o aumento das publicações e das histórias importadas fez com que alguns desses profissionais se tornassem verdadeiros experts em capas. Jayme Cortez, lusitano de nascimento e artista completo, além de maior incentivador de novos talentos que o mercado já viu, foi certamente um dos maiores capistas de todos os tempos. Sua versatilidade abria um leque que ia do desenho infantil à cenas heróicas ou de terror. Antonio Euzebio foi por anos, exclusivo da Ebal, e suas capas são de uma plasticidade única. Monteiro Filho, mestre dos mestres, batalhador dos quadrinhos desde os anos 30 e múltiplo homem da cultura , enriqueceu e transpôs com sua bela arte mais este terreno deslumbrante. Lá no alto, capas produzidas pelos três profissionais citados, dão uma boa noção da excelência alcançada no período. Os 50 também foram anos de ouro para as capas de revistas em quadrinhos.
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