O poeta Armando Freitas Filho faleceu em setembro aos 84 anos e eu só soube hoje, depois que vi um documentário sobre a poeta Ana Cristina César (1952-1983) no Canal Curta. Armando era um amigo de primeira hora da escritora, e depois de sua abrupta morte - Ana se suicidou aos 31 anos - coube-lhe a missão de perpetuar sua obra, o que cumpriu muito bem: editou cinco livros póstumos com poemas que resgatou de várias caixas de papelão que vieram para sua casa após o falecimento e ajudou a manter o nome da escritora em voga por todos esses anos. Além dessa missão primordial, Armando seguiu com sua poesia - iniciada em 1963 com o livro "Palavra" - e se tornou um dos maiores poetas brasileiros, cultuado, premiado e - que bom - prestigiado em vida. Ganhou prêmios, foi protagonista em documentários (um deles, com direção de Walter Carvalho) e se manteve ativo - seu último livro, "Só Prosa", o único de prosa na carreira, é de 2022. Deixo aqui, como homenagem a ele, um filme da série "Sangue Latino", dirigido por Felipe Nepomuceno e apresentado por Eric Nepomuceno e uma poesia, daquelas dilacerantes, de sua lavra. Siga na luz, poeta!
https://www.youtube.com/watch?v=m7hhhGvcoLM ("Sangue Latino"- 2020 - Canal Brasil)