12 de fevereiro de 2019
Despedidas de janeiro/2019
Como eu estava as voltas com a doença do meu pai no início do ano, deixei de postar sobre as personalidades culturais que deixaram o nosso planetinha ( para um lugar melhor, sem dúvida, visto os terríveis últimos acontecimentos que despencam em nosso colo todo dia). Fica aqui o registro e um pequeno perfil deles;
Pedro Bento (1934-2019) -(03/01) Um ícone da música sertaneja, Joel Antunes Leme, conhecido como Pedro Bento, faleceu aos 84 anos, e já estava sem seu parceiro de décadas, Zé da Estrada, falecido em 2017. A dupla tinha como característica marcante o uso de "sombreros" e roupa típica, inclusive incorporando ao som elementos mexicanos.
Edyr de Castro (1946-2019) - (15/01) Atriz, integrante do grupo As Frenéticas, já havia diagnosticado Alzheimer desde 2004 e morava há alguns anos no Retiro dos Artistas. Foi casada com Zé Rodrix, com quem teve uma filha.
Marcelo Yuka (1965-2019) - (18/01) Cofundador, Baterista, letrista e um dos principais compositores de O Rappa, Yuka ficou paraplégico em 2000 após levar nove tiros ao tentar proteger uma mulher em um assalto na Tijuca. Ainda permaneceu no Rappa por mais de um ano, quando a banda lançou disco ao vivo gravado antes do seu incidente. Declarou divergências com os outros integrantes quando saiu. Criou pouco depois a banda F.U.R.T.O (Frente Urbana de Trabalhos Organizados), parte de um projeto social já existente, e só lançou seu disco solo em 2017. No ano passado já tinha tido um AVC. Nesse último acidente vascular, acabou não resistindo. Deixa um vasto acervo de músicas, letras e pinturas, muitas delas inéditas.
Marciano (1951-2019) - (18/01) Reconhecidamente no meio como um dos grandes cantores sertanejos, Marciano faleceu aos 67 anos, depois de um infarto agudo ( em São Caetano do Sul, assim como Pedro Bento). Mas não era só cantor - mandava muito bem nas letras e compôs sucessos populares duráveis ( muitos ao lado de Darci Rossi) como "Fio de Cabelo" e "Crises de Amor". Além de ser gravado por dezenas de duplas desde os anos 70, também manteve uma carreira solo desde 1993 e chegou a fazer dupla também com Milionário.
Roberto Livi (1942-2019) - (25/01) Cantor, compositor e produtor argentino, começou dançando rock and roll em seu país natal. No início da Jovem Guarda (1964) aproveitou oportunidade dada por um empresário brasileiro e acabou fazendo sucesso aqui com dois LPs e váriuos singles. Nos anos 70, voltou para a Argentina, gravando seus sucessos em espanhol, ma slogo voltou a gravar no Brasil. Produziu muita gente a partir da mesma década, de The Fevers a José Augusto, além de ter lançado Sidney Magal. A partir dos anos 80, foi trabalhar nos EUA. Suas músicas foram gravadas por artistas do mundo todo, de Roberto Carlos a Julio Iglesias, de Sting a Zé Rodrix, de Pimpinela a Armando Manzanero. Em fevereiro de 2018 voltou como cantor, apresentando o single "La Puntita".
Michel Legrand (1932-2019) - (26/01) Michel Legrand é um dos maiores músicos da França. Compôs para inúmeros filmes de sucesso, como Les Misérables, e marcou o jazz mundial liderando bandas que contaram com anata do gênero - Miles Davis, Bill Evans e John Coltrane foram alguns deles - além de compor para Stan Getz, Sarah Vaughan e muitos outros. Canções suas viraram standards, regravadas por músicos de jazz por décadas a fio.
Sérgio de Carvalho ( 1949-2019) - (26/01) Produtor responsável por discos primordiais na história da nossa música, Sergio era irmão dos músicos Dadi e Mú. Entre os destaques de sua carreira, a produção dos principais discos de Chico Buarque entre 1972 e 1994; e também discos de Fafá de Belém , Emílio Santiago , Edu Lobo , Gal Costa, Elba Ramalho, Luiz Melodia (o fundamental "Pérola Negra"), Quinteto Violado, Nara Leão, Simone, Francis Hime, Altamiro Carrilho, MPB-4,Quarteto em Cy, Guilherme Lamounier , A Cor do Som, Zizi Possi e Raul Seixas, entre outros, muitos outros. Na Globo, foi responsável por 10 especiais de Roberto Carlos.
James Ingram (1952-2019) - (29/01) Cantor, compositor e produtor musical americano, ficou conhecido pelas músicas em trilhas no cinema e duetos premiados. Iniciou carreira na banda Revelation Funk e cantor de estúdio, chamando a atenção de Lamont Dozier, um compositor de reputação ( Motown) que o chamou para participar de seu disco - a música Love's Calling fez parte do álbum Zíngara (1980) e foi um sucesso. A partir daí, duetos marcantes com Patty Austin ( incluindo a número 1 "Baby Come to Me"), Kenny Rogers, Kim Carnes, Michael McDonald, Linda Ronstadt; produções ao lado de Quincy Jones, Ray Charles, Anita Baker, Natalie Cole, Nancy Wilson; e partipação junto a outros 45 artistas no memorável "We Are the World". A partir dos 90, focou a carreira no cinema.
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