17 de julho de 2020

Adeus, queridos!

Nessa quarentena sem fim, uma das coisas que mais tem me entristecido é o número de pessoas queridas que nesse período, partiram desse planetinha adoecido para outras missões. A causa não foi só a Covid não... outras doenças, reincidências,tristeza profunda, medo - nesse momento tão dramático da humanidade, as fragilidades vem à tona com tudo. Tantas mães, avós, tias, pais, parentes, amigos em posts de despedida nas redes sociais! Muito triste. Nesse turbilhão de despedidas, acabei até pausando os obituários aqui no blog. Mas nesse post aqui, resolvi listar as perdas mais sentidas, seja de amigos próximos, colegas, influências ou personalidades que de alguma maneira fizeram parte da minha vida. Adeus, queridos. Suas lutas, sonhos, invenções e todo o amor daí resultante, ficarão para sempre no meu coração.
(Chinês - cinegrafista de TV e grande baterista do ABC - tocou nas bandas Crentes, 64 e os Efeitos Colaterais e Neocínicos, entre outras - ficou paraplégico em 1992, mas grande lutador que era, conseguiu se formar na faculdade de Rádio/TV depois disso e ainda tocou muita bateria em revivals e festas. Nos últimos tempos, troquei várias figurinhas com ele na internet. Valdir Chinês foi um exemplo de superação e paixão pela vida. (em 17/07/2020)
Antonio Bivar se foi aos 80 anos. Dramaturgo, escritor, ícone da contracultura, foi uma grande influência para mim nos anos 80. O seu livrinho de bolso "O Que é Punk" abriu minha cabeça e de muitos amigos. Trombei com ele em alguns eventos, mas o mais emblemático foi no próprio "O Começo do Fim do Mundo", festival punk idealizado por ele em 1982. Valeu pela liberdade compartilhada, Bivar! (em 05/07)
Ouvir pela primeira vez Little Richard - e eu tive essa honra ainda nos anos 1970 - é entrar numa zona de êxtase inexplicável. Ele foi a personificação do rock and roll e ponto. (em 09/05)
Marco Cury era um amigo querido dos bons tempos da Barcelona/São Caetano anos 70/80. O Cury daquela época ainda é bem nítido na minha cabeça: magrelo, elegante, fumando um Marlboro atrás do outro, sorriso largo e uma conversa que podia durar horas. Reencontrei-o na internet uns anos atrás, com o mesmo sorriso, a boa conversa de sempre, bem distante do tabaco e das porcarias mundanas e em, paz, muito em paz com o caminho escolhido para sua existência. E em todas as mensagens que trocamos a partir daí - a última foi em abril - a sua gratidão pela vida era muito evidente. Siga iluminado, grande Cury! (em 08/05/2020)
Kyoshi Ikeda era membro antigo da Academia Popular de Letras e uma pessoa agradabilíssima. Nos agraciou com bons momentos nos saraus da biblioteca Paul Harris.(Em 06/05/2020)
Rubem Fonseca - um dos escritores que eu mais li na vida, desde a coletânea "Para Gostar de Ler" nos anos 1970. Seus contos e romances policiais inauguraram um novo jeito de se contar suspense e o submundo - sem invenciones, com personagens críveis e protagonistas nada geniais, além de criminosos perversos, sem o mínimo de culpa. Rubem viveu bastante, 94 anos e escreveu muito.(em 15/04)

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