29 de setembro de 2018
Tito Madi (1929-2018)
Tito Madi foi daquela geração do "samba canção", um pouco antes da Bossa Nova estourar, e era influência clara para os baluartes do gênero que nascia. Inclusive foi dos melhores amigos de João Gilberto, até que este quebrou um violão em sua cabeça, ainda em 1961, deixando-lhe no crânio 10 pontos que só cicatrizaram pra valer quando Tito perdoou João décadas depois. Seus sambas-canções deixaram marcas profundas na música brasileira: "Chove Lá Fora"; "Cansei de Ilusões"; "Não Diga Não"; Por Causa de Você". Sem contar "Balanço Zona Sul", a música mais pra cima que fez na carreira, em contrapartida a suas canções tristes, melancólicas. Seus quatro discos no início dos anos 70 ( A Fossa vols 1, 2, 3 e 4) fizeram história ( e também contaram com arte primorosa a cargo de Joselito). Foi gravado por entre outros, Maria Bethânia, Nana Caymmi ( que vai lançar CD com suas músicas em 2019 depois de nove anos sem gravar solo), Claudette Soares, Caetano Veloso, Marisa Gata Mansa, Milton Nascimento, Wilson Simonal e até The Platters. Era também um ótimo intérprete de suas canções e pianista de mão cheia ( daqueles que calejaram as mãos em boates e inferninhos dos anos 50). Gravou disco até 2015, mas um AVC sofrido em 2008 o deixara fragilizado. Descansa agora um dos maiores especialistas em "samba canção" que este país viu/ouviu.
https://www.youtube.com/watch?v=TNZBDPtI194 ...........................................................https://www.youtube.com/watch?v=TNmEByYwF70
28 de setembro de 2018
Achado 9: figurinha do Príncipe Valente ( do álbum "Ídolos dos Milhões)
Essa figurinha aí embaixo ( frente e verso) veio junto com um lote que eu adquiri. Um achado e tanto pois nunca tinha visto nada similar, em se tratando de personagens clássicos de quadrinhos. Futebol já tinha visto algo parecido. A imagem aqui engana, parecendo que a figurinha é do tamanho de uma nota de dinheiro, mas na verdade, ela é minúscula. Fuçei na web para ver se achava alguma pista desse álbum "Ídolos dos Milhões" e só encontrei uma imagem de vendedor do ML - imagem lá embaixo ( e a venda está até expirada). Quem souber mais a respeito, por favor, fiquem a vontade nos comentários...
27 de setembro de 2018
Luhli (1945-2018)
Luhli partiu ontem para outras experiências e deixou um imenso legado ainda a ser descoberto. A começar pelo começo, quando lançou compacto e LP em meados dos anos 60, poucos anos depois da sua enorme turma da Zona Oeste já realizar grandes encontros de bossa nova em sua casa na Tijuca em paralelo à turma da Nara Leão na Zona Sul ( Sá, Aldir Blanc eram alguns deles). Em seguida formou a dupla com Lucinha ( depois Lucina) e a mágica dessa sinergia libertária rendeu projetos intensos, músicas para Ney Matogrosso ( fora as obras primas de Luli - era assim que ela assinava na época - para os Secos & Molhados, "O Vira" e "Fala"), participação em festivais, ações comunitárias, pesquisas musicais e folclóricas, etc etc. Aliás, foi Luhli quem apresentou Ney para João Ricardo - o resto é história! O maravilhoso filme de Rafael Saar, "Yorimatã" ( Rafael, que foi entrevistado aqui no blog - procurem no campo de pesquisa) conta toda a trajetória da dupla, inclusive a relação libertária e a frente do tempo ( até do atual!) entre Luli, Lucina e o fotógrafo ( já falecido) Luiz Fernando da Fonseca. Depois da dissolução da dupla, Luli continuou batalhando sua música sempre independente e lançando obras ricas e profundas. O disco de 2014, "Música Nova" é prova desta força compositora perene de Luhli. Vez em quando reencontrava a parceira Lucina para apresentações antológicas ao vivo. Até onde a saúde deixou, produziu poesias, tambores, desenhos, arte. Hoje vamos escutar todos seus discos solos; todos os discos de Luli & Lucina; as músicas na voz do amigo Ney Matogrosso. Vamos transformar esse dia 27/09 não em um dia triste, mas numa celebração à música de Luhli!
................................https://www.youtube.com/watch?v=C35PySnHQjI ..............................https://www.youtube.com/watch?v=5WOEgcShc2k.......https://www.youtube.com/watch?v=aF0QY9lqm3Q&list=PLbayhx_GlcRp3zlWkKlyvDuDdqKxpzeFx
25 de setembro de 2018
Manhã literária na Biblioteca Paul Harris com os alunos do Colégio Arbos ( agosto/2018)
Só hoje consegui capturar as fotos que a equipe da Ana Maria Guimarães Rocha fez nas dependências da Biblioteca Paul Harris no final de agosto passado. Foi uma manhã muito prazerosa com o corpo docente e os alunos do 6º ano do Colégio Arbos de São Caetano. Teve declamação e apresentação literária de minha parte, conversas, frases estratégicas de pensadores ( devidamente coladas na parte inferior dos assentos de cada aluno) e uma bonita roda folclórica em que a professora/coordenadora declamou poesias de meu livro "Borboletas Abissais" (2001). No final, distribuí aos alunos minha poesia "Dia de Mudar" (na íntegra, depois das fotos). Adorei!
DIA DE MUDAR//////////////////////////////////////////
HOJE ACORDEI .....................
COM VONTADE DE MUDAR O MUNDO...................................
DANCEI COM MINHA MÃE NO MEIO DA COZINHA...........................
ROUBEI UM ABRAÇO DE MEU FILHO DO MEIO.............................
LEVEI A CAÇULA PRA AVISTAR JOANINHA...............................
CHAMEI MEU PAI PRA OUVIR UM DISCO E ELE VEIO......................
LIGUEI PRUM AMIGO QUE TÁ MUITO DOENTE.............................
PUXEI PAPO NA FILA DO MERCADO.....................................
ACENEI PRO VIZINHO QUE MORA EM FRENTE.............................
VISITEI UM ASILO E FIQUEI EMOCIONADO..............................
COMPREI FLORES PRO MEU GRANDE AMOR.................................
FIZ PASSEATA CONTRA ARMA DE FOGO..................................
PASSEI A MÃO EM UM BEIJA-FLOR.....................................
FUI ASSISTIR A UM GRANDE JOGO.....................................
NO FIM DO DIA .....................................................
O MUNDO TAVA NO MESMO ESTADO.......................................
O QUE EU NÃO SABIA.................................................
É QUE EU É QUE TINHA MUDADO!.......................................
24 de setembro de 2018
Bolinha desenhado por Ziraldo!!
Olha só o que eu encontrei sem querer à venda em um leilão: um plástico adesivo dos anos 60 com o personagem Bolinha, patrocinado pelos adoçantes Suita e assinado por...Ziraldo!! Já vi muita coisa incrível com assinatura do mestre Zira - pôsteres em que ele misturou heróis pra divulgar um festival de quadrinhos; capas maravilhosas para revistas como Senhor; cartões ilustrados como o que fez especialmente para o finado Sargentelli e suas mulatas; a série chamada Zeróis em que fez sua leitura para o universo dos super heróis tradicionais dos quadrinhos; e tantas mais! Mas esse desenho do Bolinha encomendado por uma empresa é para mim um dos itens mais surpreendentes que já encontrei. Bolinha é um ícone dos quadrinhos e vê-lo no traço peculiar de Ziraldo é bem interessante - as mãos com os dedos arredondados e as unhas aparentes é só um dos detalhes característicos da arte do mestre mineiro. Essa peça me faz supor que existiu uma série desses plásticos com mais personagens assinados por Ziraldo. Será? Quem souber algo, por favor, me avise aqui nos comentários...
23 de setembro de 2018
"O Trem" no Diário do Grande ABC
Poesia minha publicada hoje no caderno Cultura & Lazer do Diário do Grande ABC. O jornal está publicando poema dos seus leitores já faz um tempo. "O Trem" é uma poesia minha da década passada que já foi mandada para um concurso do Metrô mas não foi selecionada. Hoje teve seu momento de "holofote"
19 de setembro de 2018
Baú do Seu João 24: barbeadores elétricos ( anos 50 aos anos 70)
Depois de mostrar aqui alguns rádios de pilha (Baú do Seu João 23) do acervo do meu pai, eis que fui atrás em suas gavetas de barbeadores que eu sabia estarem guardados há décadas. Os aparelhos, do final dos anos 50 aos anos 70, surpreendem por trazerem suas caixas/embalagens originais e em um deles, folheto ilustrado de instruções e o certificado de garantia ( tudo aqui embaixo). Os mais antigos são da marca Remington ( a mesma das clássicas máquinas de escrever). O da marca Arno é bem interessante e segue o design destes mais antigos. Por fim, o da Philips - Philishave - que foi muito popular a partir dos anos 70 e segue nos mesmo formato ainda hoje.
18 de setembro de 2018
Revista Raízes 30 anos na Coluna Memória do Ademir Médici - 14-09-2018 ( e entrevista de Paula Fiorotti no programa Memória)
Na sexta-feira, 14/09, a coluna Memória do Ademir Médici no Diário do Grande ABC destacou as três décadas de vida da revista Raízes, e para isso, selecionou algumas capas marcantes do veículo, além de fazer link com a excelente entrevista que a editora da revista Paula Fiorotti concedeu ao mesmo Médici em seu programa Memória. Fui citado - junto de outros colegas colaboradores, meu amigo Renato Donisete incluso - e fiquei muito contente, pois ajudar no conteúdo desta longeva e importante revista histórica é para mim uma honra e uma felicidade imensa.
Abaixo, a página da coluna Memória e em seu conteúdo o link para a entrevista com Paula Fiorotti...
17 de setembro de 2018
Foto do Mês: com Daniel Azulay no 30º HQMix
Foto tirada pela minha escudeira-filha ontem no 30º Troféu HQMix, no interior da comedoria do Sesc Pompéia. Azulay levou o prêmio de "mestre dos quadrinhos" e fez questão de frisar em seu discurso no palco que depois de tantos e tantos anos trabalhando com desenho e ensinando técnicas em seus programas infantis na televisão com a sua eterna Turma do Lambe Lambe, essa premiação foi a primeira relacionada exclusivamente aos quadrinhos. Vale lembrar que além da própria turma do Lambe Lambe ter virado revista em quadrinhos e de atividades, ele também teve um antigo personagem, o Capitão Cipó, publicado em tiras diárias no Correio da Manhã, em 1969. O herói ( ou anti-herói) era uma crítica ao próprio mundo dos super-heróis na época e voltado para o público adulto. Fiquei muito feliz de ter encontrado o mestre Azulay, que além de simpaticíssimo, segue com a mesma cara de décadas atrás!
12 de setembro de 2018
70 anos de Caio Fernando Abreu no Google
O Google mais uma vez presta homenagem a uma personalidade brasileira e traz hoje um doodle animado em sua página inicial comemorando os 70 anos do escritor "cult" Caio Fernando Abreu. Ele faleceu em 1996 aos 47 anos, de complicações decorrentes da AIDS e hoje é um dos mais cultuados escritores nas redes sociais, principalmente pelos jovens. A imagem ilustra o autor segurando um livro em um ambiente obscuro, o que remete ao clima angustiante de muitas de suas obras. Na animação aparece também um dragão chinês, referência ao livro “Os Dragões Não Conhecem o Paraíso”, vencedor do Prêmio Jabuti em 1989.
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10 de setembro de 2018
Sérgio Rodrigues e Antonio Cândido no Itaú Cultural
Em agosto fui com a family visitar duas exposições ímpares que estavam fechando a temporada no Itaú Cultural: do jornalista e crítico literário Antônio Cândido e do designer Sergio Rodrigues. Ambas fizeram uma grande retrospectiva de carreira e dentro deste contexto, muitas surpresas apareceram. Eu não sabia, por exemplo, que o Sérgio Rodrigues era um ótimo cartunista. Inclusive, evitei clicar o andar da sua fase mais conhecida, o de designer de móveis ( vide a sua série de "cadeiras moles") pra centrar no "Sergio Rodrigues desenhista" . Já da parte do Antonio, o que vale muito a pena ver são seus cadernos e anotações originais. E também seus artigos e críticas, muitos deles descobridores de talentos da literatura que viriam a ser dos maiores nesse campo de atuação. Vejam as fotos e tirem suas conclusões. Ah, eu também sabia da história trágica da família do Sergio, quando seu pai, o artista e ilustrador Roberto Rodrigues foi morto na redação do jornal de seu pai, A Crítica, por uma mulher que não conseguiu impedir a publicação de uma matéria em que era acusada de trair um figurão. Foi para matar o dono do jornal, mas como esse não estava, matou o primeiro Rodrigues que viu. Na exposição, além das manchetes da tragédia, há também desenhos e quadros de Roberto Rodrigues, que era um exímio desenhista, especialista em ilustrar justamente matérias policiais. SERGIO RODRIGUES:
ANTONIO CÂNDIDO
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