30 de junho de 2014
Histórias Secretas do Rock Brasileiro
E aproveitando a deixa do post anterior, estou em mãos com o último livro do Nelio Rodrigues, "Histórias Secretas do Rock Brasileiro", mais uma obra saborosa e milimetricamente pesquisada pelo jornalista. Os bastidores do rock brasileiro dos anos 60/70 são revelados a partir dos passos dos principais músicos da época e toda a movimentação que gerou formações essenciais como Analfabitles, O Terço, A Bolha, O Som Nosso de Cada Dia, Os Lobos, entre outros. Uma geração das mais criativas que acabou nebulizada pela censura militar,segregada comercialmente e para o bem e para o mal, voltada para novas experiências físicas e emocionais. Nelio Rodrigues mais uma vez ilumina essa era escura com sua escrita esclarecedora.
29 de junho de 2014
Jorge Amiden, cofundador de O Terço, por Nélio Rodrigues
Amiden ( com sua guitarra de três braços) no O Terço |
JORGE AMIDEN: UMA HISTÓRIA RESUMIDA
Nélio Rodrigues
Esquecido num sítio na
periferia do Rio, o compositor, guitarrista e fundador de O Terço e do Karma,
Jorge Amiden, tenta recuperar a saúde abalada pelo uso de drogas e das
(pouquíssimas) viagens que fez com LSD no início dos anos 1970. "Foram
muito boas, mas custei a voltar delas", diz o nosso afável Syd Barrett.
Jorge é o compositor da inesquecível 'Tributo ao Sorriso' (em parceria com
Hinds) e de tantas outras canções geniais do repertório de O Terço (1970 a
1971) e do Karma (1972). Era ele o principal arquiteto dos vocais harmoniosos
de ambas as bandas. Além do mais, gravou um antológico LP com o Karma,
participou do disco 'Sonhos e Memórias' de Erasmo Carlos e integrou a banda de
Milton Nascimento. Depois, com o cérebro golpeado, se afastou dos palcos. Seguiu-se,
então, um longo e indesejável ostracismo. Mas Jorge quer voltar, quer a música
"viva" de volta a sua vida. E nós, órfãos de sua brilhante
musicalidade, torcemos para que ele encontre o fio da meada, a luz no fim do
túnel, a glória de um final feliz.
Jorge Geraldo Amiden nasceu em Campinas, SP, no dia 9 de janeiro de 1950. Com três anos de idade, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, de onde partiu para Brasília, em 1962, quando seu pai, Jamil Amiden, se elegeu deputado federal.
Por conta dos caprichos da mãe, o menino Jorge começou a estudar piano clássico, com eventuais desvios em direção à bossa nova. Levava jeito, tinha bom ouvido musical e uma especial sensibilidade para a música. No entanto, o piano só resistiu até Jorge entrar em contato com a música dos Beatles. Encantado com o conjunto inglês, que invadia o mundo com seus 'yeah yeah yeahs', Jorge trocou o piano pelo violão, Bach por Lennon e McCartney. Mas não sossegou até conseguir uma guitarra - uma Sound de 12 cordas.
Ainda em Brasília, ajudou os amigos Bina, Edson e Armandinho a montar uma banda. Na verdade, uma das primeiras de Brasília e que veio a ser batizada como Os Primitivos. Amiden, porém, não fez parte do grupo, já que mais uma mudança se encarregou de afastá-lo da cidade ao mesmo tempo que o trouxe de volta ao Rio, no início de 1967.
Amiden chegou decidido a montar sua própria banda. Com Jorge Roberto, na guitarra e vocal, Guilherme Cataldi, no baixo, e Sérgio, na bateria, Jorge criou Os Medievais e logo entrou no circuito de bailes da cidade. No repertório, muito Beatles e Byrds, além de temas de sua autoria.
Já com Vinícius Cantuária ocupando o posto de crooner da banda, os Medievais gravaram um compacto simples para a Diacuí Discos. Num lado, gravaram a otimista 'Hey de Vencer', uma das primeiras composições de Amiden. No outro, serviram de banda de apoio para a cantora Therezinha Côrtes, que colocou no acetato mais uma canção de Amiden: 'Rosa'. A pequena gravadora, no entanto, confeccionou apenas 10 cópias em acetato que mandou distribuir para algumas estações de rádio a fim de testar o potencial dos desconhecidos artistas. Como não aconteceu nada, a companhia não investiu na prensagem do disco.
O grupo seguiu tocando em bailes e acompanhando gente como os cantores Edson Vander e Serguei. Aliás, era o grupo favorito de Serguei, como conta Mário, irmão de Amiden. Mário, por sinal, logo se tornaria o novo baixista da banda. Sua entrada coincidiu com o processo de reformulação do grupo engendrado por Jorge Amiden. Os Medievais deixaram então de existir, entrando em cena o Joint Stock Co., um septeto inicialmente formado por Jorge Amiden (guitarra de 6 e 12 cordas, violão e vocal), o futuro baterista do Peso, Geraldo D'Arbilly (guitarra e vocal), João (bateria), Mário (baixo), Renato Terra (teclado e vocal), Vinícius Cantuária (vocal) e Jorge Roberto Sá (vocal). O ano de 1968 estava em progresso.
Nasce o Terço
Jorge queria uma banda tão boa quanto os Analfabitles ou The Outcasts, mas seguindo estilo próprio. E o Joint Stock Co. tinha nos vocais uma de suas melhores armas. Afinal, haviam cinco para dividir as vozes. Com o instrumental também afiado, a banda encarou os Analfabitles no palco do Casa Grande e, na Zona Norte, dividiu vários shows com as principais bandas da região, os Red Snakes e os Famks (futuro Roupa Nova).
No início de 1969, com a saída de Mário, que foi estudar teatro, e de Jorge Roberto Sá, o Joint Stock Co. agregou Sérgio Magrão e César de Mercês. Mas a nova fase não foi muito longe. Magrão, que integraria aquela clássica formação de O Terço, com Flávio Venturini, Sérgio Hinds e Luiz Moreno, teve que servir o exército, deixando o grupo capenga.
Insatisfeito com a situação, Jorge se encontra com o guitarrista Sérgio Hinds e com o baixista Robertinho (ambos do trio Os Libertos), a fim de tê-los como parceiros em sua nova empreitada. Da conversa, resulta porém um reformulado Os Libertos, que vira um quinteto com a exclusão de seu baterista e a entrada de Jorge, Vinícius e João (todos ex-integrantes do Joint Stock Co.). Mas, ao longo do ano de 1969, vários acontecimentos levariam o grupo a se transformar no trio que se lançaria pela etiqueta Forma (da Philips); teria participações memoráveis em festivais; e se consagraria, mais tarde (e com mudanças em sua formação), como uma das maiores bandas do rock brasileiro, O Terço.
Para abreviar uma longa história, o grupo seguiu para Corumbá, MS, onde passou meses se apresentando numa boate local, com esticadas eventuais à Bolívia e Campo Grande. Mas João e Roberto não ficaram muito tempo por lá. Mário voltou a assumir o baixo, posição que ocuparia temporariamente até o retorno do grupo ao Rio, no início de 1970. O fato é que os remanescentes Jorge, Sérgio e Vinícius já tinham um compromisso agendado com Paulinho Tapajós, com quem Sérgio Hinds se encontrara numa breve visita ao Rio. Paulinho estava começando a trabalhar com produção na Philips e mostrou-se interessado em ouvir o grupo.
Contudo, como o nome Os Libertos não havia sido do agrado de Paulinho, inclusive por soar desafiador em plena ditadura, o grupo resolveu se auto-intitular Santíssima Trindade. Enquanto ainda estavam em Corumbá, num encontro do grupo com o Padre Ernesto, velho conhecido da família de Amiden, ouviram dele que Santíssima Trindade não era um nome adequado para uma banda de rock. Na verdade, o padre deu um tremendo esporro (desculpe, Padre) em Jorge por causa disso. Quando acabou o sermão, olhou para o rosário que segurava nas mãos e disse: "Que tal batizar a banda com o nome O Terço?".
Embora Jorge tenha gostado do nome, Santíssima Trindade prevaleceu até cerca de abril de 1970, quando o primeiro LP do trio já estava quase pronto para ser lançado. Mas, por conta de um veto atribuído à censura, a banda finalmente passou a adotar o nome defendido por Amiden, O Terço, em substituição ao censurado Santíssima Trindade.
Junto com o novo epíteto, veio o LP de estréia, o primeiro e único de Amiden com o Terço (Forma VDL 116). Amiden assina nove de suas 12 faixas. Cinco em parceria com Hinds e as demais com diferentes parceiros. Um dos destaques é o apurado vocal do trio, preocupação constante de Jorge, cuja voz, em tom mais alto, completava o terceto.
Com um LP nas costas e o benefício de excelentes apresentações nos prestigiados festivais de Juiz de Fora (em junho de 1970) e no Internacional da Canção Popular (em outubro de 1970), a ascenção de O Terço foi muito rápida. No primeiro, venceram o certame com uma canção de Guttemberg Guarabyra e Renato Corrêa, 'Velhas Histórias'. E no segundo (o V FIC), obtiveram o 9o lugar com a lindíssima 'Tributo Ao Sorriso', de Amiden e Hinds.
Em 1971, seguindo no embalo dos festivais, com 'Mero Ouvinte', de Amiden e Cézar de Mercês, o Terço levou o prêmio de melhor arranjo (de Amiden) do IV Festival de Juiz de Fora. Já no VI FIC, o grupo obteve o 7o lugar com 'Adormeceu', também de Amiden e Cézar de Mercês. Foi nesse FIC que o quarteto (Cézar já fazia parte do grupo) apresentou ao público seus novos instrumentos: uma guitarra de três braços (tritarra) e um violoncelo eletrificado. A 'tritarra' foi idealizada por Jorge. Ele queria explorar diferentes timbres e possibilidades sem precisar ficar trocando de instrumento durante as apresentações. Sérgio entrou na onda de Amiden e também quis inovar, introduzindo o violoncelo eletrificado. Talvez assim os holofotes não apontassem apenas para Jorge.
Estranhamente, os desentendimentos começaram a brotar no núcleo do grupo, criando um antagonismo entre Sérgio e Amiden. Nessa época, Jorge Amiden era quem mais sobressaía, certamente gerando ciúme nos companheiros. Aos poucos, começou a se sentir isolado dentro do grupo. Sérgio e Vinícius, por exemplo, queriam enveredar pelo rock mais pesado e isso contrariava os desejos de Amiden. Além disso, Sérgio Hinds decidiu registrar a marca 'O Terço' em seu nome e sem o conhecimento de Amiden.
A atitude de Sérgio e dos companheiros deixou o guitarrista profundamente abalado. Encostado na parede, não teve alternativa senão largar o grupo que ajudou a fundar e lhe dar uma cara. "Fiquei traumatizado", diz Amiden depois de tanto tempo. Na verdade, um trauma jamais superado e de graves conseqüências, a começar pelo uso cada vez mais freqüente das drogas em sua fase pós-Terço.
O raro Karma
Todavia, Amiden logo encontrou novos parceiros. Com Luiz Mendes Junior (violão e vocal) e Alen Cazinho Terra (baixo e vocal), irmão de Renato Terra, o guitarrista daria início a sua trajetória de pouco mais de um ano como líder do Karma. Ramalho Neto, da RCA, não teve dúvidas em contratar a banda antes mesmo de ouví-la. Reconhecia o talento de Amiden e antevia um belo disco do Karma para a RCA.
E foi o que aconteceu. Pouco tempo depois, a RCA distribuía na praça o LP homônimo do Karma, uma obra antológica que merece constar de qualquer lista dos melhores discos da história do rock brasileiro. Com uma sonoridade predominantemente acústica servindo de base para a primorosa vocalização do trio, 'Karma' é recheado de canções brilhantes, como 'Do Zero Adiante' (Amiden e Mendes Junior), 'Blusa de Linho' (Amiden e Rodrix) e a revisitada 'Tributo Ao Sorriso' (Amiden e Hinds). Esta, levada quase até seu final em a capela, servia para realçar ainda mais a força vocal do conjunto. Vale destacar a participação do baterista Gustavo Schroeter (então integrante da Bolha), que ajudou a abrilhantar o disco com sua batida sempre consistente, arrojada e precisa.
E foi com Gustavo na bateria que o Karma fez o show de lançamento do disco no Grajaú Tênis Clube. Lamentavelmente, este pequeno tesouro concebido por Amiden jamais foi reeditado. Possivelmente hiberna nos arquivos da RCA desde o seu lançamento, em 1972, como hibernam tantas outras obras importantes nos arquivos das gravadoras brasileiras.
Em sua curta vigência sob a liderança de Amiden, o Karma ainda participou do VII Festival Internacional da Canção Popular, em setembro de 1972. Foi quando defendeu 'Depois do Portão' (Amiden e Mendes Junior). Em 1973, nos primeiros meses do ano, durante um show no Clube de Regatas Icaraí, em Niterói, depois de misturar bebida com drogas, Amiden perde o controle do próprio cérebro. O solo de guitarra parece interminável... Depois, sentado à beira da praia com Mário, se perde em plano existencial paralelo, vagando inseguro e solitário pelo lado escuro da lua.
Jorge só encontra a saída do enovelado e desconhecido labirinto no dia seguinte, quando percebe que o mundo não é mais o mesmo, o Karma não é mais o mesmo, a música não é mais a mesma...E nem sua vida seria mais a mesma. Dos palcos, se afasta...para na calma do tempo, quem sabe uma luz como guia, em dado momento, conceda algum dia seu retorno sereno.
Agradecimentos: Jorge Amiden, Mário Amiden e Mendes Junior.
Jorge Geraldo Amiden nasceu em Campinas, SP, no dia 9 de janeiro de 1950. Com três anos de idade, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, de onde partiu para Brasília, em 1962, quando seu pai, Jamil Amiden, se elegeu deputado federal.
Por conta dos caprichos da mãe, o menino Jorge começou a estudar piano clássico, com eventuais desvios em direção à bossa nova. Levava jeito, tinha bom ouvido musical e uma especial sensibilidade para a música. No entanto, o piano só resistiu até Jorge entrar em contato com a música dos Beatles. Encantado com o conjunto inglês, que invadia o mundo com seus 'yeah yeah yeahs', Jorge trocou o piano pelo violão, Bach por Lennon e McCartney. Mas não sossegou até conseguir uma guitarra - uma Sound de 12 cordas.
Ainda em Brasília, ajudou os amigos Bina, Edson e Armandinho a montar uma banda. Na verdade, uma das primeiras de Brasília e que veio a ser batizada como Os Primitivos. Amiden, porém, não fez parte do grupo, já que mais uma mudança se encarregou de afastá-lo da cidade ao mesmo tempo que o trouxe de volta ao Rio, no início de 1967.
Amiden chegou decidido a montar sua própria banda. Com Jorge Roberto, na guitarra e vocal, Guilherme Cataldi, no baixo, e Sérgio, na bateria, Jorge criou Os Medievais e logo entrou no circuito de bailes da cidade. No repertório, muito Beatles e Byrds, além de temas de sua autoria.
Já com Vinícius Cantuária ocupando o posto de crooner da banda, os Medievais gravaram um compacto simples para a Diacuí Discos. Num lado, gravaram a otimista 'Hey de Vencer', uma das primeiras composições de Amiden. No outro, serviram de banda de apoio para a cantora Therezinha Côrtes, que colocou no acetato mais uma canção de Amiden: 'Rosa'. A pequena gravadora, no entanto, confeccionou apenas 10 cópias em acetato que mandou distribuir para algumas estações de rádio a fim de testar o potencial dos desconhecidos artistas. Como não aconteceu nada, a companhia não investiu na prensagem do disco.
O grupo seguiu tocando em bailes e acompanhando gente como os cantores Edson Vander e Serguei. Aliás, era o grupo favorito de Serguei, como conta Mário, irmão de Amiden. Mário, por sinal, logo se tornaria o novo baixista da banda. Sua entrada coincidiu com o processo de reformulação do grupo engendrado por Jorge Amiden. Os Medievais deixaram então de existir, entrando em cena o Joint Stock Co., um septeto inicialmente formado por Jorge Amiden (guitarra de 6 e 12 cordas, violão e vocal), o futuro baterista do Peso, Geraldo D'Arbilly (guitarra e vocal), João (bateria), Mário (baixo), Renato Terra (teclado e vocal), Vinícius Cantuária (vocal) e Jorge Roberto Sá (vocal). O ano de 1968 estava em progresso.
Nasce o Terço
Jorge queria uma banda tão boa quanto os Analfabitles ou The Outcasts, mas seguindo estilo próprio. E o Joint Stock Co. tinha nos vocais uma de suas melhores armas. Afinal, haviam cinco para dividir as vozes. Com o instrumental também afiado, a banda encarou os Analfabitles no palco do Casa Grande e, na Zona Norte, dividiu vários shows com as principais bandas da região, os Red Snakes e os Famks (futuro Roupa Nova).
No início de 1969, com a saída de Mário, que foi estudar teatro, e de Jorge Roberto Sá, o Joint Stock Co. agregou Sérgio Magrão e César de Mercês. Mas a nova fase não foi muito longe. Magrão, que integraria aquela clássica formação de O Terço, com Flávio Venturini, Sérgio Hinds e Luiz Moreno, teve que servir o exército, deixando o grupo capenga.
Insatisfeito com a situação, Jorge se encontra com o guitarrista Sérgio Hinds e com o baixista Robertinho (ambos do trio Os Libertos), a fim de tê-los como parceiros em sua nova empreitada. Da conversa, resulta porém um reformulado Os Libertos, que vira um quinteto com a exclusão de seu baterista e a entrada de Jorge, Vinícius e João (todos ex-integrantes do Joint Stock Co.). Mas, ao longo do ano de 1969, vários acontecimentos levariam o grupo a se transformar no trio que se lançaria pela etiqueta Forma (da Philips); teria participações memoráveis em festivais; e se consagraria, mais tarde (e com mudanças em sua formação), como uma das maiores bandas do rock brasileiro, O Terço.
Para abreviar uma longa história, o grupo seguiu para Corumbá, MS, onde passou meses se apresentando numa boate local, com esticadas eventuais à Bolívia e Campo Grande. Mas João e Roberto não ficaram muito tempo por lá. Mário voltou a assumir o baixo, posição que ocuparia temporariamente até o retorno do grupo ao Rio, no início de 1970. O fato é que os remanescentes Jorge, Sérgio e Vinícius já tinham um compromisso agendado com Paulinho Tapajós, com quem Sérgio Hinds se encontrara numa breve visita ao Rio. Paulinho estava começando a trabalhar com produção na Philips e mostrou-se interessado em ouvir o grupo.
Contudo, como o nome Os Libertos não havia sido do agrado de Paulinho, inclusive por soar desafiador em plena ditadura, o grupo resolveu se auto-intitular Santíssima Trindade. Enquanto ainda estavam em Corumbá, num encontro do grupo com o Padre Ernesto, velho conhecido da família de Amiden, ouviram dele que Santíssima Trindade não era um nome adequado para uma banda de rock. Na verdade, o padre deu um tremendo esporro (desculpe, Padre) em Jorge por causa disso. Quando acabou o sermão, olhou para o rosário que segurava nas mãos e disse: "Que tal batizar a banda com o nome O Terço?".
Embora Jorge tenha gostado do nome, Santíssima Trindade prevaleceu até cerca de abril de 1970, quando o primeiro LP do trio já estava quase pronto para ser lançado. Mas, por conta de um veto atribuído à censura, a banda finalmente passou a adotar o nome defendido por Amiden, O Terço, em substituição ao censurado Santíssima Trindade.
Junto com o novo epíteto, veio o LP de estréia, o primeiro e único de Amiden com o Terço (Forma VDL 116). Amiden assina nove de suas 12 faixas. Cinco em parceria com Hinds e as demais com diferentes parceiros. Um dos destaques é o apurado vocal do trio, preocupação constante de Jorge, cuja voz, em tom mais alto, completava o terceto.
Com um LP nas costas e o benefício de excelentes apresentações nos prestigiados festivais de Juiz de Fora (em junho de 1970) e no Internacional da Canção Popular (em outubro de 1970), a ascenção de O Terço foi muito rápida. No primeiro, venceram o certame com uma canção de Guttemberg Guarabyra e Renato Corrêa, 'Velhas Histórias'. E no segundo (o V FIC), obtiveram o 9o lugar com a lindíssima 'Tributo Ao Sorriso', de Amiden e Hinds.
Em 1971, seguindo no embalo dos festivais, com 'Mero Ouvinte', de Amiden e Cézar de Mercês, o Terço levou o prêmio de melhor arranjo (de Amiden) do IV Festival de Juiz de Fora. Já no VI FIC, o grupo obteve o 7o lugar com 'Adormeceu', também de Amiden e Cézar de Mercês. Foi nesse FIC que o quarteto (Cézar já fazia parte do grupo) apresentou ao público seus novos instrumentos: uma guitarra de três braços (tritarra) e um violoncelo eletrificado. A 'tritarra' foi idealizada por Jorge. Ele queria explorar diferentes timbres e possibilidades sem precisar ficar trocando de instrumento durante as apresentações. Sérgio entrou na onda de Amiden e também quis inovar, introduzindo o violoncelo eletrificado. Talvez assim os holofotes não apontassem apenas para Jorge.
Estranhamente, os desentendimentos começaram a brotar no núcleo do grupo, criando um antagonismo entre Sérgio e Amiden. Nessa época, Jorge Amiden era quem mais sobressaía, certamente gerando ciúme nos companheiros. Aos poucos, começou a se sentir isolado dentro do grupo. Sérgio e Vinícius, por exemplo, queriam enveredar pelo rock mais pesado e isso contrariava os desejos de Amiden. Além disso, Sérgio Hinds decidiu registrar a marca 'O Terço' em seu nome e sem o conhecimento de Amiden.
A atitude de Sérgio e dos companheiros deixou o guitarrista profundamente abalado. Encostado na parede, não teve alternativa senão largar o grupo que ajudou a fundar e lhe dar uma cara. "Fiquei traumatizado", diz Amiden depois de tanto tempo. Na verdade, um trauma jamais superado e de graves conseqüências, a começar pelo uso cada vez mais freqüente das drogas em sua fase pós-Terço.
O raro Karma
Todavia, Amiden logo encontrou novos parceiros. Com Luiz Mendes Junior (violão e vocal) e Alen Cazinho Terra (baixo e vocal), irmão de Renato Terra, o guitarrista daria início a sua trajetória de pouco mais de um ano como líder do Karma. Ramalho Neto, da RCA, não teve dúvidas em contratar a banda antes mesmo de ouví-la. Reconhecia o talento de Amiden e antevia um belo disco do Karma para a RCA.
E foi o que aconteceu. Pouco tempo depois, a RCA distribuía na praça o LP homônimo do Karma, uma obra antológica que merece constar de qualquer lista dos melhores discos da história do rock brasileiro. Com uma sonoridade predominantemente acústica servindo de base para a primorosa vocalização do trio, 'Karma' é recheado de canções brilhantes, como 'Do Zero Adiante' (Amiden e Mendes Junior), 'Blusa de Linho' (Amiden e Rodrix) e a revisitada 'Tributo Ao Sorriso' (Amiden e Hinds). Esta, levada quase até seu final em a capela, servia para realçar ainda mais a força vocal do conjunto. Vale destacar a participação do baterista Gustavo Schroeter (então integrante da Bolha), que ajudou a abrilhantar o disco com sua batida sempre consistente, arrojada e precisa.
E foi com Gustavo na bateria que o Karma fez o show de lançamento do disco no Grajaú Tênis Clube. Lamentavelmente, este pequeno tesouro concebido por Amiden jamais foi reeditado. Possivelmente hiberna nos arquivos da RCA desde o seu lançamento, em 1972, como hibernam tantas outras obras importantes nos arquivos das gravadoras brasileiras.
Em sua curta vigência sob a liderança de Amiden, o Karma ainda participou do VII Festival Internacional da Canção Popular, em setembro de 1972. Foi quando defendeu 'Depois do Portão' (Amiden e Mendes Junior). Em 1973, nos primeiros meses do ano, durante um show no Clube de Regatas Icaraí, em Niterói, depois de misturar bebida com drogas, Amiden perde o controle do próprio cérebro. O solo de guitarra parece interminável... Depois, sentado à beira da praia com Mário, se perde em plano existencial paralelo, vagando inseguro e solitário pelo lado escuro da lua.
Jorge só encontra a saída do enovelado e desconhecido labirinto no dia seguinte, quando percebe que o mundo não é mais o mesmo, o Karma não é mais o mesmo, a música não é mais a mesma...E nem sua vida seria mais a mesma. Dos palcos, se afasta...para na calma do tempo, quem sabe uma luz como guia, em dado momento, conceda algum dia seu retorno sereno.
Agradecimentos: Jorge Amiden, Mário Amiden e Mendes Junior.
http://www.youtube.com/watch?v=rDAaRBVt9-Q
Baú do Malu 46 - "Vestuário" - Folheto do SNES (Serviço Nacional de Educação Sanitária) - ano 1949 - desenhos de Luiz Sá
Esse simpático item de campanha pública ligada à sáude traz quadrinhas rimadas com dicas para o uso apropriado de roupas. Idéia do SNES (Serviço Nacional de Educação Sanitária), órgão lotado na ainda capital federal Rio de Janeiro, para o verão (creio eu, pelos temas abordados) de 1949. O grande charme do folheto são os desenhos sempre vibrantes de Luiz Sá (1907-1979), eclético profissional que trabalhou em vários jornais e revistas produzindo quadrinhos, cartuns, caricaturas e arte publicitária.
27 de junho de 2014
"Tá no Ar" volta em 2015
reprodução |
Selecionei algumas cenas abaixo:
http://gshow.globo.com/programas/ta-no-ar-a-tv-na-tv/
https://www.youtube.com/watch?v=dMVgb3DtS0Y
https://www.youtube.com/watch?v=70h1rj7mo9c
https://www.youtube.com/watch?v=q6ndV5DBRp8
https://www.youtube.com/watch?v=T_hsnXeWcXI
https://www.youtube.com/watch?v=QKShUheA8b8
22 de junho de 2014
Dois poetas em carne viva e à flor da pele
Estou lendo simultaneamente dois livros com dois poetas que foram contemporâneos, amigos, e que ajudaram a moldar o movimento que ficou conhecido como Tropicalismo. Ambos poetas em carne viva/à flor da pele. Os poetas são Torquato Neto, piauiense e figura de proa da Tropicália ( ele não gostava de "ismos") e Waly Salomão, baiano de Jequié que se enturmou com os tropicalistas ainda em 1968 mas só viu seu trabalho lançado no começo da década seguinte em parceria com Jards Macalé, em um caminho pós-tropicalista. Quanto às obras que estou devorando, uma é a biografia reeditada agora pelo Toninho Vaz, que eu já havia assoprado em um post anterior ("A Biografia de Torquato Neto" - Editora Nossa Cultura) e a outra é uma antologia da obra de Waly Salomão, "Poesia Total", que saiu do forno pela Companhia das Letras. O primeiro livro traz a escrita elegante de Toninho Vaz, um especialista no gênero e mais um autor que penou nas últimas batalhas contra as biografias - a reedição de "O Bandido que Sabia Latim", biografia de Paulo Leminski, seu amigo, foi barrada pela família por causa de um capítulo adicionado. Em minuciosa pesquisa, Vaz destrincha a vida do perplexo poeta que não lançou livro algum em vida e tanto podia ser dândi como vagabundo, boêmio ou jornalista que varava madrugadas escrevendo, revolucionário de idéias e fãzaço de Chacrinha. E tenta desvendar a complexidade de seu comportamento e psique, que o fez acabar com a própria vida aos 28 anos. Já "Poesia Total" reúne pela primeira vez toda a obra de Waly Salomão, desde seu livro "Me Segura que eu vou dar um troço" de 1972 até suas experimentações multiconcretistas no final da vida (Waly faleceu em 2003 aos 59 anos), além de uma seção de canções inéditas em livro e um apêndice com os textos mais relevantes sobre sua obra. Um livraço com 550 páginas que finalmente joga luz sobre a importante obra de Waly Salomão. Aliás, tanto ele como Torquato foram um dos grandes responsáveis pela entrada da legítima poesia ao universo cancioneiro. Se antes haviam letristas apenas, depois desses dois, e do pioneiro Vinicius de Moraes, claro, e outros contemporâneos como Capinam, os poetas se sentiram mais à vontade para encaixar suas letras em músicas. E vale lembrar, que embora Torquato tenha se afastado dos baianos antes mesmo da foice do AI-5 passar pelas cabeças culturais do período, indo para a Europa com Helio Oiticica, e Waly produzir já com a cabeça no "pós aquilo tudo", ambos iriam arquitetar a revista Navilouca ainda em 1972, um dos mais essenciais e cultuados veículos literários da época.Torquato deu o último retoque antes de morrer, mas a revista tipo almanaque, com 16 poetas no bojo e disquinho com duas músicas, só saiu em 1974. Último suspiro criativo de Torquato, com a produção do sempre surpreendente Waly Salomão.
20 de junho de 2014
Capa ( e contracapa) do Mês: Disparates de Todos Nós - 1º vol. - Agrippino Grieco - 1968 (Editora Conquista)
Essa simpática obra eu consegui no final de semana, em mesas improvisadas abarrotadas de livros, na Praça do Carmo, centro de Santo André. Os volumes ali selecionados faziam parte do interessante projeto da prefeitura que disponibiliza para a população edições repetidas do acervo de sua biblioteca. Além dessa chamativa capa, com caracteres arrojados tomando todo o espaço em diagramação bem livre, ainda há de lambuja na contracapa uma bela caricatura do autor assinada por Nássara com data de 1957. Agrippino Grieco, que começou como poeta em 1910, mas se consolidou como crítico literário, aparece na gravura como um capetinha danando obras várias. Pelo que se vê nesse "Disparates", uma vasta coletânea com erros, gafes, absurdos e como o próprio organizador diz, "pérolas recolhidas em revistas, livros e jornais", o veterano crítico é mordaz e faz suas diatribes sim, mas com muito humor e perspicácia.
19 de junho de 2014
Bambas do Broadcasting
14 de junho de 2014
Max Nunes e Marlene: dois contemporâneos se despedem
Divulgação |
Divulgação |
Max Nunes se formou médico em 1948 e exerceu a profissão como cardiologista até os anos 80. Mas antes de se formar, o humor e as artes já estavam profundamente ligadas à sua vida: além de seu pai, Lauro, ser jornalista na rádio e humorista com livros publicados sob o pseudônimo "Terra de Sena", Max foi vizinho de Noel Rosa em Vila Isabel, e embora molecote, acabou se tornando amigo do mitológico compositor carioca. Com esse ares propícios, participou na infância de programas e concursos radiofônicos que acabaram abrindo-lhe as portas para sua estreia como roteirista no programa de Barbosa Jr., em meados dos anos 40. Logo estava escrevendo para o cinema ( "E o Mundo Se Diverte", de Watson Macedo) e trabalhando em programas da Rádio Tupi, como "O Amigo da Onça" e "A Queixa do Dia". Enquanto escrevia para o teatro de revista ( durante sua carreira foram 36 peças) e para os jornais (Tribuna da Imprensa e Diário da Noite) , estourou na Rádio Nacional com "Balança Mas Não Cai", que virou referência para o humor que se faria depois, ganhando versões para o teatro de revista, o cinema e a televisão. Chegou à TV nos anos 60 como roteirista da Excelsior e logo estava na TV Globo, onde fez uma extensa parceria com Jô Soares, que se manteve no SBT, quando o humorista foi fazer no canal do SS o talk show Jô Onze e Meia nos anos 80 e continuou na volta à Globo, em 2000, com o Programa do Jô nos mesmos moldes. Mesmo com 92 anos, Max Nunes, que também se imortalizou como coautor da marchinha "Bandeira Branca", ainda acompanhava de perto o talk show do amigo, como conselheiro. A sua verve de frasista e cronista pode ser comprovada na coletânea "Uma Pulga na Camisola - O Máximo de Max Nunes", obra organizada por Ruy Castro (capa abaixo).
Marlene, que faleceu ontem, nasceu Vitória Bonaiutti em São Paulo, onde ainda bem nova, se transformou em uma das maiores estrelas da Rádio Tupi. Foi na Tupi que adotou o nome artístico Marlene em homenagem à diva do cinema Marlene Dietrich. Em 1943 mudou-se para a então capital brasileira e no Rio passou a atuar nos grandes cassinos da época. Com a proibição do jogo e o fechamento das casas, transferiu-se naturalmente para as rádios cariocas, além de atuar no cinema e como crooner do Golden Room de Copacabana por longa temporada. Estreou em disco em 1946 e nesse mesmo ano fez tremendo sucesso com a marcha "Coitadinho do Papai". Sua carreira deslanchou em 1948, quando foi contratada pela Rádio Nacional e tornou-se uma de suas principais estrelas, conquistando no ano seguinte o título de "Rainha do Rádio". Com prestígio, ganhou programa próprio e reinou até o fechamento da emissora, mantendo salutar disputa com Emilinha Borba durante toda a década de 50. Sua interpretação única e marcante eternizou músicas como Lata D'água na Cabeça, Sapato de Pobre, Eva, Qui Nem Jiló, Zé Marmita, Isso é lá com Santo Antonio, entre tantas outras. Em 2013 foi lançado pela Editora Imprensa Oficial o livro "Marlene - A Incomparável", escrito pela jornalista Diana Aragão ( capa abaixo).
Acompanhem nos links abaixo, um documentário sobre a rainha do rádio Marlene ( feito por alunos da Faculdades Integradas Helio Alonso) e trechos comemorativos da "Grande Família" original ( via Vídeo Show), uma das criações de Max Nunes.
https://www.youtube.com/watch?v=KOS2Bpsnls0
https://www.youtube.com/watch?v=nVYbIXHTjIg
12 de junho de 2014
Doodle da Copa
O Google, como nas edições anteriores, prestou homenagem à Copa do Mundo de Futebol com um Doodle bem colorido e festivo. É o primeiro de uma série ( e todos com animação) que estará na rede durante toda a Copa. Vamulá, Brasil!
10 de junho de 2014
Hélcio Milito (1931- 2014)
No último dia 7, faleceu no Rio o baterista, percussionista e produtor musical Hélcio Milito, depois de ficar dois meses internado por conta de um infarto. O músico, um dos mais importantes instrumentistas da Bossa Nova, foi integrante entre os anos 60 e 80, do essencial conjunto Tamba Trio e tocou com grandes personas da música, como Tom Jobim, Maysa, João Gilberto, Nara Leão, Gil Evans e Stan Getz. Também participou de trilhas sonoras de filmes importantes, como em "5xFavela", de Leon Hirszman, "Os Cafajestes", de Ruy Guerra, e "Garrincha, Alegria do Povo", de Joaquim Pedro de Andrade.
8 de junho de 2014
Série "Brasileiros de Coração" traz "O Colecionador"
A série "Brasileiros de Coração", do Itaú, já está no ar com seu 6ºcapítulo de um total de dez episódios. O banco vem acertando o pé nesses tempos de Copa, desde a trilha musical, uma das melhores até agora, passando pela campanha da bola estilizada onde se pode contar as batidas do coração, e culminando com essa simpática série onde o mote é o futebol e o foco, as pessoas que fazem desse esporte uma paixão que extrapola o esporte em si. Um desses brasileiros focalizados é o empresário e escritor José Renato Santiago ( já postado aqui: http://almanaquedomalu.blogspot.com.br/2014/02/o-almanaque-do-sao-paulo-e-maior.html ), que no primeiro capítulo conta a memória emocional e as raízes familiares de sua paixão intrínseca. Vale a pena assistir:
http://sdesamba.com.br/campanhas/itau---brasileiros-de-coracao--ep-01--o-colecionador
http://sdesamba.com.br/campanhas/itau---brasileiros-de-coracao--ep-01--o-colecionador
5 de junho de 2014
Foto do Mês: Ricardo Kotscho, o repórter dos repórteres
Divulgação |
4 de junho de 2014
Animais do Chocolate Surpresa eram clicados por Luiz Cláudio Marigo
E para fechar a homenagem ao grande fotógrafo Luiz Cláudio Marigo, não posso deixar de lembrar da série de cartões que vinha no saudoso Chocolate Surpresa, com fotografias de animais feitas exclusivamente por Marigo, que ao seu estilo, chegava a ficar meses à espera de uma boa foto de uma espécie rara ou mais difícil de aparecer. Os cards vinham com toda a ficha do animal no verso e eram divididas por habitat, que tinham seus respectivos álbuns. Dois links pertinentes celebram a coleção: o da excelente entrevista do fotógrafo ao ótimo site Queimando o Filme, feita por Samuel Paz em janeiro deste ano, focando exatamente este trabalho que marcou a infância e a juventude de muita gente; e o completo post no blog do Jotacê, de março, esmiuçando toda a primorosa série da Nestlé.
http://www.queimandofilme.com/2014/01/13/entrevista-luiz-claudio-marigo-e-o-chocolate-surpresa/
http://bjc.uol.com.br/2014/03/28/colecionar-e-viver-os-cards-educativos-do-chocolate-surpresa/
http://www.queimandofilme.com/2014/01/13/entrevista-luiz-claudio-marigo-e-o-chocolate-surpresa/
http://bjc.uol.com.br/2014/03/28/colecionar-e-viver-os-cards-educativos-do-chocolate-surpresa/
Faleceu Marigo, pioneiro e um dos mais importantes fotógrafos brasileiros de natureza
Arquivo pessoal |
http://viajeaqui.abril.com.br/materias/morre-marigo-fotografo-da-natureza-brasileira
3 de junho de 2014
Cedoc da MSP encontra tesouro editorial
Foto: Sidney Gusman |
Jards Macalé e os gibis
Divulgação |
https://www.youtube.com/watch?v=miDlU6p8gK0
2 de junho de 2014
Livro esmiuça carreira do cartunista Fortuna
Fortuna (1931-1994), um dos fundadores do Pasquim e outras publicações famosas como O Bicho, e um dos mais ferrenhos adversários da ditadura, finalmente tem a antologia que sua obra merece, graças ao empenho e suór do caricaturista e pesquisador Cássio Loredano, que já fez isso com outros mestres do traço. O livro "Fortuna - O Cartunista dos Cartunistas" (formato 22 x 27 cm, 256 páginas, R$89,00) saiu pela galeria de arte e editora Pinakotheke e será lançado em Sampa em dois eventos: amanhã (terça, 2,a partir das 19h) na Livraria da Vila ( Rua Fradique Coutinho, 915) na Vila Madalena e na feira SP-Arte/Brasília, que acontece entre os dias 5 e 8 de junho no Shopping Iguatemi ( o lançamento mesmo será às 18h do dia 6). A edição, que tem prefácio de Ferreira Gullar e relembra os 20 anos da morte do artista, traz quase 50 anos de atividade de Fortuna em jornais, revistas e livros (335 cartuns selecionados, a maioria inédita em livro). Além de seus predicados latentes como artista gráfico, Fortuna foi chamado de cartunista dos cartunistas por outro motivo: o seu humor e amizade o fazia muito querido no meio, e uma de suas características mais admiradas era o incentivo que fazia questão de passar aos recém-chegados à profissão.
Página dupla de humor na Revista da Semana (18/02/1956) |
Um de seus cartuns mais contundentes, publicado na revista Pif Paf de Millôr |
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