29 de fevereiro de 2020
José Mojica Marins (Zé do Caixão) (1936-2020)
Algumas personalidades nos passam a imagem de que são imortais, nunca vão deixar esse nosso planetinha. Mojica, que se amalgamou de uma forma tão profunda ao seu personagem mais famoso, que virou Zé do Caixão pro resto de sua vida, era desses - por mais que soubéssemos que já alguns bons anos vinha com sua saúde bem frágil. No dia 13 deste mês ( data bem propícia), ele partiu. Fica um legado dos mais pitorescos, inovadores e singulares da cinegrafia mundial. Para saber mais sobre o genial diretor/ator/roteirista/produtor, leiam sua boa biografia escrita pela dupla André Barcinski e Ivan Finotti, os quadrinhos que saíram com o personagem entre os anos 60 e 90 e principalmente assistir seus filmes. Vale muito a pena conhecer o seu estranho mundo! O livro pode ser achado na estante virtual e em alguns sebos físicos por aí - e aposto que logo sairá uma nova edição. Já os quadrinhos, hoje raros (principalmente os dos anos 60 e 70), se forem achados, virão com valores salgados, mas não custa ir atrás. A dupla Nico Rosso e R.F.Lucchetti, principalmente, fez um trabalho esplendoroso com o personagem nas HQs.
Adeus, grande Mojica!
Desarquivando Alice Gonzaga no Curta!
Acho que já disse aqui, mas vale repetir: os canais fechados que me deleitam a alma ultimamente são poucos, mas ainda bem que existem! Além do History - assisto só alguns programas, pois a maioria deles não é da minha praia - e da TVT (quando quero me inteirar do social e das lutas das minorias), me fixei ultimamente em três canais essencialmente de arte/cultura: Canal Brasil, da major Globo (tirando a participação de alguns globais, nem parece), focada em cinema; Arte 1, focada em artes em geral ( escultura, dança, cinema, música, teatro, artes plásticas, etc) e que passa muito documentário bom ( principalmente vindos da França); e o Canal Curta!, que como o próprio nome diz, foca em curtas-metragens - frisando que os curtas são sobre todos os assuntos possíveis, com ênfase em biografias/perfis. Deste último me encantei ontem com o documentário sobre a Alice Gonzaga, filha do cineasta Adhemar Gonzaga. O curta, "Desarquivando Alice Gonzaga" (de Betse de Paula) foca em sua vida e principalmente na sua longa luta pela preservação do espólio do pai e dos arquivos da Cinédia, estúdios em que Adhemar reinava. Hoje mesmo, passou no canal ( 19h30 -canal 546 na Net/Claro; 76 da Oi TV; 664 da Vivo TV). Fiquem ligados que anda passando no período. Abaixo, o trailer...
https://www.youtube.com/watch?v=DxmycKCYWLc
25 de fevereiro de 2020
Cláudia Telles (1957 -2020)
Claudia Telles, filha de uma das maiores intérpretes da bossa-nova, Sylvia Telles (morta aos 32 anos em um acidente) e do virtuoso violonista Candinho, faleceu aos 62 anos no dia 21/02, de endocardite. Tinha uma das vozes mais suaves da nossa música brasileira e foi uma grande divulgadora da bossa nova. Começou a cantar ainda criança, ao participar de show ao vivo com a mãe e ainda bem jovem, já nos anos 70, substituiu sua amiga Regina no Trio Esperança, onde pode fazer inúmeras gravações de estúdio e ao vivo, acompanhando grandes artistas, e criando experiência para uma careira solo que não tardaria. O momento oportuno surgiu em 1976, quando Walter D'Ávila Filho lhe ofereceu a música "Fim de Tarde" de seu parceiro Mauro Motta, produtor da CBS, que lhe caiu como uma luva e fez um estrondoso sucesso em compacto. O LP saiu em 1977, e além do hit anterior, contava com as corajosas adições de "Dindi", música de Tom Jobim e Aloysio Oliveira que sua mãe imortalizou e "And I Love Her" dos Beatles. O disco rendeu mais dois sucessos, "Eu Preciso te Esquecer" e "Aprenda a Amar" e a fez seguir em sucesso pelos anos conseguintes. Na virada da década, Claudinha deu uma guinada radical na carreira, deixando um pouco de lado o pop soul que vinha interpretando para iniciar um longo mergulho na bossa nova - o que incluía logicamente a perpetuação do nome de sua mãe - e na música brasileira mais clássica. Quem a ouviu cantar Dindi ao vivo sabe bem do que ela era capaz. Esse desprendimento na carreira fez com que se afastasse dos modismos das gravadoras e consequentemente não gravasse discos com tanta assiduidade. Mas continuou fazendo shows e apresentações em programas até o momento em que sua saúde não mais permitiu. Claudia parte precocemente, mas deixa um legado de luta em favor da boa arte, da música bem elaborada e cheia de encantamento. Nada que surpreenda vindo da filha da grande Sylvia Telles.
https://www.youtube.com/watch?v=cU7_L0_gs8Q -------------------------------------------------------------------------------------
https://www.youtube.com/watch?v=LxSpGiU7Nio
22 de fevereiro de 2020
2020 - Iniciando os trabalhos! (Com Zuza e Ruy)
Depois de 11 anos de blog, é a primeira vez que inicio as postagens de um ano novo em fevereiro! Não foi por desleixo, mas por questões puramente técnicas - no último mês vi meu velho computador entrar em modo "auto-destruição", após mais de uma década de serviços bem prestados. Agora, com equipamento em cima, volto com o Almanaque em pleno Carnaval já pensando em postar com fervor até o fim deste mês - que já está indo embora - para dar conta desse atraso. Aguardem! A minha maior folia neste Carnaval, aliás, vai ser ler dois livros maravilhosos que focam em épocas maravilhosas: Copacabana, de Zuza Homem de Mello (Sesc), que conta a história do samba-canção (da década de 20 à 1958) e o último do Ruy Castro, "Metrópole à Beira-Mar - O Rio Moderno dos Anos 20", que como o próprio título diz, esmiúça a capital federal do Brasil nos loucos anos 20, através de suas mais produtivas e criativas personalidades. Leitura dupla em grande estilo para começar bem 2020!(e que capas!)
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