27 de maio de 2011

Alain Voss (1946-2011)

Alain Voss foi um dos grandes quadrinistas da Metal Hurlant, mas no Brasil, onde viveu a maior parte de sua vida ( Voss nasceu na França, veio pequenino pra cá e no início dos 70 voltou pra Europa) as suas mais conhecidas "obras" são as duas capas que fez para os Mutantes: "Jardim Elétrico" de 1971, e "Mutantes e Seus Cometas no País dos Baurets", de 1972. Mas o artista já produzia para os quadrinhos desde os anos 60, em revistas como O Loco (Editora Taika - 1968 - nos moldes da Mad americana e antes da Mad Brasil) e personagens próprios como "O Careca" (1969). Esse último poderia ter sido bem mais conhecido na época, mas a União Brasileira de Editoras, que pretendia  lançar a revista do personagem e também a primeira edição de Mônica, desistiu de se lançar nos quadrinhos e todos os 8.000 exemplares de "O Careca" já impressos foram incinerados ( no ano seguinte, a Editora Abril lançou Mônica). "O Careca" só foi ressucitado em 1995, em edição facsimilar do Comix Club. Depois de estourar na França nos anos 70, com fantásticas histórias sci-fi na Metal Hurlant via Les Humanoides Associés (onde se tornou amigo pessoal de Moebius) e álbuns avulsos de grande sucesso, Voss voltou ao Brasil em 1981, publicando HQ na Inter-Quadrinhos ( Editora Ondas) e na efêmera revista "Monga, a Mulher Gorila" (Press-Maciota). Entre trabalhos publicitários e editoriais diversos, ganhou dois prêmios HQ-Mix: em 1988, como "melhor desenhista nacional" e 1989, por "melhor exposição". Em 2001, o Itaú Cultural promoveu o evento "Anos 70: Trajetórias", destacando o trabalho de Voss ao lado de Roberto Crumb, Paulo Caruso, Angeli, Flávio e Laerte. Nos últimos anos, criou quadros, ilustrou capas de discos e livros e mesmo debilitado por um AVC sofrido em 2009, colaborou com a edição brasileira do Le Monde Diplomatique, produziu a HQ  "Anarcity" no computador e lançou as tiras "Os Zensetos" para  Caros Amigos. Alain Voss faleceu no dia 13 de maio em Portugal, onde morou por anos. No dia 16, Rita Lee twittou em sua homenagem: "Alain Voss era um artista gauche. Sarcástico e irônico. Perdia o amigo mas ñ perdia um deboche cruel. Tenho vários quadros da época Mutante".
Galeria "Alain Voss":
Capa do LP "Jardim Elétrico" dos Mutantes (1971)
"O Careca" - a revista original de 1969 não foi lançada

"Heilman"de 1978
Capa "Inter-Quadrinhos" - 1981
"Parodies" - série que virou álbum na Europa

"Mutantes e Seus Cometas no País dos Baurets' (1972)

26 de maio de 2011

"20 anos Gibiteca Henfil"

Começou no dia 19 deste mês no Centro Cultural São Paulo a mostra "Henfil nos 20 anos da Gibiteca". Intercalando imagens de duas exposições famosas, "Henfil Baixou Aqui" ( apresentada no Salão de Humor de Piracicaba logo após sua morte) e “Henfil – Vida e Obra”, coletânea de diversos personagens criados pelo artista e charges políticas e esportivas ( por anos, Henfil desenhou no Jornal dos Sports do Rio e também na revista Placar), a mostra é um verdadeiro mergulho na obra incomparável do mestre mineiro, patrono da gibiteca. Como de praxe, Ivan Cosenza, filho e herdeiro de suas obras, organizou e produziu a exposição, que vai até 17 de julho e é grátis.

"20 anos Gibiteca Henfil"
Data: de 19/5 a 17/7
Horário: de terça a sexta das 10h às 20h e aos sábados e domingos das 10h às 18h
Local: Centro Cultural São Paulo - CCSP
End.: Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso - próximo à Estação Vergueiro do Metrô - centro - São Paulo
Preço: entrada gratuita
Tel.: (11) 3397-4002
http://www.centrocultural.sp.gov.br/

25 de maio de 2011

Compositoras Brasileiras -(5) - Anelis Assumpção

Anelis Assumpção - que responsa - é filha do inesquecível Itamar Assumpção, o homem que revirou de ponta cabeça a MPB na virada dos 70 pros 80. Mas não é que esse DNA todo, nesse caso, só ajudou? Pai e filha tem muita coisa em comum: a poesia concreta/urbana/urgente; a mensagem desafiadora; os arranjos desconstruídos, entre o jazz, o pop e a MPB tradicional. Somam-se a essas atávicas semelhanças, a sua privilegiada vocação vocálica, o dub impassível, a suavidade insuspeita e o distanciamento natural da sua atualidade, que a mantém imune a rótulos absurdos que lançavam maldição às gerações passadas. Da sua geração, só faltava ela lançar disco solo ( as suas ex-companheiras de DonaZica, Andréia Dias e Iara Rennó já debutaram). Não falta mais: seu CD/LP "Sou Suspeita, Estou Sujeita, Não Sou Santa" (imagem acima) está na boca do forno e seu lançamento está marcado para o início de junho ( ouça ele inteiro no link abaixo). A demora tem justificativas fortes: a compositora maturou suas canções enquanto produzia a antologia definitiva da obra de seu pai, "Caixa Preta" ( com todos os discos de carreira + dois inéditos). E o destino fez mais. Itamar havia prometido produzir o primeiro disco da filha mais velha, se em contrapartida ela o ajudasse a botar toda a sua discografia em dia. E mesmo com seu falecimento em 2003, tudo aconteceu como prometido: com o dinheiro da "Caixa Preta", Anelis conseguiu bancar as gravações e a produção de seu disco - de uma maneira ou de outra, o pai cumpriu seu trato também. E a faixa de abertura é de quem? ele, Itamar Assumpção, claro. Abrindo clareira pra filha, prestes a lançar um dos discos do ano.
http://www.anelis.com.br/
http://www.facebook.com/pages/Anelis-Assump%C3%A7%C3%A3o/112958915387280
http://www.youtube.com/watch?v=mnBPEPGAWpM
http://www.youtube.com/watch?v=9lLhvNidFiE&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=adhT1gM5PKo&feature=related

21 de maio de 2011

A Banda Mais Bonita da Cidade

Os vídeos campeões de audiência no Youtube geralmente focam três situações: o cômico, o ridículo ou o polêmico. Pois A Banda Mais Bonita da Cidade conseguiu entre ontem e hoje uma proeza incrível: o clip caseiro produzido pela banda incluindo uma dezena de amigos músicos em um casarão centenário no interior do Paraná, já está neste momento em que escrevo, alcançando 500.000 visualizações. A canção "Oração" é bonitinha, simples sem ser simplória e emotiva na medida, daquelas que ficam ressoando na cabeça. Mas o toque mágico de tudo foi a filmagem, gravada em plano-sequência, que conseguiu capturar uma espontaneidade rara de se ver nesses tempos tecnológicos e cínicos. A banda é formada por Uyara Torrente (vocal), Vinícius Nisi (violão, teclado e piano infantil), Rodrigo Lemos (banjolele e guitarra), Diego Plaça (violão e baixo) e Luís Bourscheidt (percussão e bateria). O cara que inicia o vídeo com o gravador na mão e anda pela casa é Leo Fressato, o compositor da canção. A coisa bombou de uma maneira, que muitos veículos correram para entrevistar a turma ( veja abaixo a da Marie-Claire, com o tal vídeo da banda e mais duas gravações na mesma casa). Só espero que essa "fama" instantânea não estrague justamente o melhor deles: a alegria de fazer música.
http://revistamarieclaire.globo.com/Revista/Common/0,,EMI234865-17642,00-VINICIUS+NISI+INTEGRANTE+DA+BANDA+MAIS+BONITA+DA+CIDADE+QUE+VIROU+HIT+NA+IN.html

19 de maio de 2011

12/05/2011: Waters, Gilmour e Mason no mesmo palco

O dia: 12 de maio de 2011. O local: 02 Arena em Londres. O show: turnê 2011 de Rogers Waters. Os três remanescentes da formação original do Pink Floyd, Roger Waters, Nick Mason e David Gilmour ( dois fundadores, Syd Barret e Richard Wright, já faleceram) subiram ao palco para uma verdadeira celebração junto ao público. O momento foi emocionante e não foi pra menos: eles não tocavam juntos desde o Live 08 em 1995, ou seja, 16 anos antes ( o tecladista Richard Wright também estava naquela apresentação). Os três tocaram juntos apenas duas vezes em 30 anos. O encontro começou com uma apresentação já ensaiada de Gilmour ( nas alturas do grande muro de Waters), mas a entrada de Mason, em seguida, foi totalmente espontânea, propiciando um desfecho perfeito. Quem sabe, os três não gravam material novo, depois de longos invernos de isolamento?

Seguem as cenas do grande encontro ( registros de celulares, claro) e uma matéria original da Rolling Stone.com, traduzida pela Nathália Plá da Whiplash.
http://whiplash.net/materias/news_851/130393-pinkfloyd.html
http://www.youtube.com/watch?v=-L42YTWSJtI
http://www.youtube.com/watch?v=TTHX6VsU2ZA

18 de maio de 2011

Compositoras Brasileiras -(4)- Andréa Dias

Andréa Dias era pra estar aqui faz tempo, mas antes tarde do que nunca. Ela sem dúvida é uma das mais autênticas compositoras dos últimos anos, mesclando com convicção humor, sarcasmo, ironia,  em crônicas cotidianas de amores e dissabores existenciais e sociais. Se Andrea cantasse lá nos idos dos oitenta, Itamar Assumpção lhe daria aval - sua música tem samba de breque, atonalidades e espírito rock e a poesia corajosa de suas letras mistura lirismo com marcas de medicamentos. E desde que lançou o autoral "Vol.1" em 2007, vem embasbacando sua classe. Fez parte da Banda Glória e da DonaZica, teve uma breve passagem pela Farofa Carioca do Seu Jorge, antes do estouro, e desde o primeiro disco, vem tocando e gravando com meio mundo do meio: Fernando Catatau, Marcelo Jeneci, Oswaldinho da Cuíca, Zeca Baleiro, Arrigo Barnabé, TomZé, Zélia Duncan, Jair Rodrigues, entre outros. O "Vol 2" veio em 2010, mais uma vez com todas as composições suas.Engatou shows em Sevilha e Paris.Participou de coletâneas internacionais. Andréa tem uma vida tão intensa quanto sua carreira: ex-evangélica, saiu de casa aos 17 e caiu no mundo. Virou garçonete, babá, fez bicos, morou na casa de amigos, perambulou pelo mundo, passou fome, até que em um bar que trabalhava, sua voz agradou o dono, que lhe deixou cantar para os clientes. Misturou no repertório, sua musa Janis Joplin, os maçetes do coral da igreja que frequentava e as quebradas do samba de breque. Deu em tudo isso. E Andréa Dias quer mais.
"O Fio da Comunicação" - http://www.youtube.com/watch?v=_6JdJEiUV-4
"Homem" - http://www.youtube.com/watch?v=J_R3blpq36E&feature=fvwrel ( essa música foi composta por Andrea logo depois de ouvir do ator Paulo Cesar Pereio que "mulher boa é mulher morta")
"Asas" e "Bode" - http://www.youtube.com/watch?v=jhC3llLNdO4&feature=related
"Retrato" - http://www.youtube.com/watch?v=Lelar9jvvlk&feature=related

Paulo Leminski e os quadrinhos

Eu leio muito sobre HQ, e muitas vezes me deparo com personalidades da cultura e das artes que receberam influência dos quadrinhos em suas formações. Quando li na última semana um trecho sobre Paulo Leminski no livro "Guerra dos Gibis 2 - Maria Erótica e o Clamor do Sexo - Imprensa, Pornografia, Comunismo e Censura na Ditadura Militar", do incansável pesquisador Gonçalo Júnior, me veio o estalo: vou começar a postar essas referências! primeiro, porque geralmente partem de figuras que a priori não imaginamos que um dia foram fãs de gibis; e segundo, porque eses registros formarão um painel interessante para futuras consultas. Os quadrinhos, ao que parece, finalmente estão se firmando como arte e entretenimento sério aos olhos da sociedade. HQ nunca foi coisa só para criança, embora forças externas ( igreja, governo, pais, escola) sempre a colocassem como vilã, má influência e subliteratura. Da minha geração, de cada 50 amigos ( e a minha velha tchurma tinha por volta disso mesmo), cinco liam quadrinhos às vezes e outros cinco liam com frequência. 40 deles sequer tomaram conhecimento ou não puderam acompanhar as artes sequenciais impressas. Muitos pais rasgavam as revistinhas, muitos padres faziam discursos contra, muitos professores condenavam. Hoje - até que enfim - a diferença entre quadrinhos adultos e infantis está muito clara. Do começo do seculo XX até o início da década de 1980, fã de quadrinho era que nem sambista ( dos anos 20 aos 50) ou roqueiro (dos anos 60 aos 80) - invariavelmente tachado de vagabundo. Gibi deixava a mente preguiçosa. Grandes fãs desta nobre arte, principalmente jornalistas e fanzineiros, conseguiram reverter essa pecha e hoje livros, graphic novels e revistas de luxo repousam triunfais nas prateleiras das livrarias. O que precisa-se agora é salvar a velha banca de jornais e as revistas populares - mas essa é uma outra estória. Fiquemos com o Leminski, que abre essa série.

"... a jornalista e poetisa Alice Ruiz tornou-se editora de Horóscopo Rose, com circulação mensal, que teve em seu marido, o poeta Paulo Leminski (1944-1989), um colaborador importante e assíduo. Principalmente na produção de roteiros para histórias em quadrinhos sobre o tema. Leminski era um apaixonado por histórias em quadrinhos desde a infância. Adorava ler gibis durante a madrugada. De preferência, de terror, da La Selva. Não perdia um número de O Terror Negro, Histórias do além e Sobrenatural. "Ele tinha um certo fanatismo pelos quadrinhos de horror. Quando nos conhecemos, possuía uma pilha de gibis que vinha colecionando desde menino", relembrou a ex-mulher. A mãe do poeta lhe contou que era comum, na alta madrugada, ela acordar e ver luz no corredor. Como dormia no mesmo quarto do irmão, Paulo não acendia a luz para não acordá-lo. Quando todos iam dormir, ele pegava os gibis e virava a noite no corredor."
( trecho do livro "Guerra dos Gibis 2 - Maria Erótica e o Clamor do Sexo - Imprensa, Pornografia, Comunismo e Censura na Ditadura Militar", de Gonçalo Júnior - Editora Peixe Grande - 2010).
ps: só para situar, esse trecho se refere ao momento em que a Grafipar, famosa editora de Curitiba, estava iniciando sua produção nos quadrinhos e em poucos anos faria história nesse gênero.Leminski e Alice Ruiz colaboraram com a editora nesse período.

13 de maio de 2011

Toninho Spessoto (1958-2010)

Eu soube muito depois sobre seu falecimento, mas não importa. O Rick Berlitz me avisou meses depois que Toninho Spessoto, um dos maiores jornalistas musicais do país tinha falecido em 23 de dezembro de 2010. Além da data ingrata, perto do Natal, a internet, com sua enxurrada de informações para todo o lado, traz tanto lixo e inutilidade, que na filtragem final algumas notas cruciais acabam invisíveis. Jornalista quase não escreve sobre jornalista ( que bobagem!) e poucas notas sairam a respeito do seu falecimento. Não deveria ser assim. Spessoto foi um dos críticos mais apaixonados por música e arregimentou durante a vida muitos amigos no meio, principalmente entre os músicos independentes, categoria que ele defendeu e colocou como prioridade em suas batalhas profissionais. Além de crítico e jornalista, foi radialista, produtor e até arriscou-se em algumas composições, como membro do Clube Caiubi ( link abaixo). As suas contribuições ao jornalismo musical em 30 anos de carreira são infindáveis: colaborador da Bizz, revista Sucesso, Rolling Stone, JB, Portal Imprensa; editor da Rádio Pool e Bandeirantes; colaborador da Rádio Alvorada de Belo Horizonte e Juiz de Fora, produtor da AllTV. Nos últimos tempos, além do seu imprescindível blog Acordes ( desde 2007), também fazia os programas  “Fora de Série” e “Papo de Músico”, na Rádio USP. Nesses tempos de preconceitos gratuitos e relações glaciais, foi antes de tudo um grande apreciador da "boa música", fosse o gênero que fosse, e sempre dava uma força para talentos escondidos nos subterrâneos do brutal mercado musical. Nos meus tempos de Dedoc Abril, vi muito o Toninho tomando café e pesquisando suas pautas, sempre com seu jeito tranquilo e discreto. Ele já está fazendo uma falta danada.
http://blogacordes.blogspot.com/
http://clubecaiubi.ning.com/profile/toninhospessoto
http://www.dicionariompb.com.br/toninho-spessoto/dados-artisticos
http://emiliopacheco.blogspot.com/2010/12/toninho-spessoto.html

Hard Rock Cafe argentino traz a a história por trás da música

Esses chamativos e bem urdidos pôsteres acima são criações da Y&R de Buenos Aires para campanha fresquíssima do Hard Rock Cafe argentino, intitulada There's a story behind every song (Há uma história por trás de toda canção). As três clássicas canções escolhidas são transportadas para a linguagem dos quadrinhos em uma bem amarrada sequência de ilustrações alusivas tanto à letra da composição como à própria vida do criador. Na transposição de Tears in Heaven de Eric Clapton, a letra autobiográfica que narra a triste e real história do filho de Clapton, que morreu aos 4 anos após cair do 53º andar do seu apartamento em Nova York, transforma-se em quadros sem balões ou legendas, intercalando cenas do nascimento da criança, o relacionamento pai e filho, as excursões e ensaios paralelos, o acidente fatal, a reação emocional imediata de Clapton e a criação da música neste turbilhão todo. Let it Be, assinada por Lennon-McCartney, mas cria inconteste de Paul, traz em sua versão folder o início rock and roll da banda mais famosa do mundo, passando pela beatlemania, as polêmicas e buscas do quarteto, o momento de inspiração/revelação de Paul,, a fuga de John para Yoko e a inexorável dissolução da banda depois de conflitos internos e desavenças. O painel ilustrado de Redemption Song vai mais longe ainda, ao resgatar o passado africano, a escravidão e luta do povo, a tradição rastafári vinda de lá, o início do reggae e dos Wailers, a carreira e o sucesso solo de Marley e até a referência ao seu dedo machucado em uma pelada no Brasil, mal curado, que acabou progredindo para um câncer e levando o compositor em 1981.  Uma bela campanha, que muito além do apelo comercial, faz uma grande homenagem à música.

11 de maio de 2011

Mais uma bela homenagem em animação do Google

Hoje na página inicial do Google, mais uma bem feita homenagem em animação à uma figura importante da história das artes. A personalidade em foco desta vez é a revolucionária dançarina americana Martha Grahan (117º aniversário), em animação realizada por Ryan Woodward, ilustrador especialista em storyboards.

Acompanhem o Doodle animado e sua pré-produção:
http://googlediscovery.com/2011/05/10/google-faz-doodle-animado-em-homenagem-a-martha-graham/

9 de maio de 2011

Compositoras Brasileiras 2011 -(3)- Simona Talma

O cenário musical do Rio Grande do Norte anda fervilhando desde a década passada, e muito dessa alta temperatura tem a ver com grandes talentos autorais que em um determinado momento resolveram unir forças e mostrar suas criações. Na cidade de Natal, além do Policanto, evento em que um artista convidado canta o repertório de um artista homenageado, outro projeto crucial, o Retrovisor, pensado em 2005 e desenvolvido em 2008 por Valéria Oliveira, Luiz Gadelha, Khrystal, Ângela Castro e Simona Talma, não só uniu composições dessa turma, como conseguiu lançar a música potiguar para outras esferas. Todos fizeram música com todos. Se a mentora Valéria já era uma grande referência para o grupo, depois de brilhar como intérprete no Japão desde os anos 90 ( onde lançou quatro discos), além de Suíça e EUA , e cantar ao lado de ícones como Edu Lobo, Hugo Fattoruso, Mário Adnet e João Bosco, entre outros, foi depois de se voltar para seus conterrâneos que finalmente conseguiu mostrar com mais convicção sua porção autoral iniciada em 2005 - postura que manteve até hoje. Khrystal lançou um excelente disco em 2007, "Coisas de Preto" e com a música homônima e outras de sua autoria à  tiracolo, escancarou seus vários talentos: cantora, violonista, guitarrista, pandeirista, pesquisadora de ritmos, encantando Guinga, Aldir Blanc e Tárik de Sousa, que a trouxe ao Rio. Ângela Castro, nascida em Porto Velho, mas desde 2000 em Natal, invadiu festivais e eventos com sua banda Rosa de Pedra, que lançou disco homônimo no ano primeiro do Retrovisor e assim como Khrystal, tocou em especial da Globo . E Simona Talma, talvez a mais inquieta de todas, já partiu para o autoral logo no seu debut ( "A Moça mais Vagal que Há"), gravado em 2005 mas só lançado no benfasejo ano de 2008. Com ares carregados de blues, rock e jazz, a compositora deslavadamente emociona quem a ouve. E não para: além de banda infantil (Trem Fantasma) e programa de vídeo no youtube (Microondas), lançou no ano passado ao lado do onipresente Luiz Gadelha ( o responsável por fazê-la cantar) o disco "Matando o Amor". A moça é matadora mesmo.
Todas as citadas aqui merecem destaque nesta série "Compositoras", mas resolvi deixar a instigante Simona Talma representando todas elas. A magnífica Valéria Oliveira, já com duas décadas de carreira, merecerá um post à parte em breve; Khrystal já venceu festival ( com música sua e de Simona), ganhou prêmos importantes, mas meu feeling diz que ela ainda vai lançar um grande disco entre este ano e 2012 - prefiro aguardar até lá. Ângela Castro ainda é uma integrante de banda e eu preferi não dissociá-la dela - merecerão post próprio com certeza. Simona Talma, é com você:


#Projeto Incubadora: http://www.dosol.com.br/2011/02/11/projeto-incubadora-simona-talma-e-luiz-gadelha-em-estudio-processo-de-gravacao/ 
# Gargalo: http://www.youtube.com/watch?v=_YNXrwBRU9A&NR=1   
# Eu te peço um Verso: http://www.youtube.com/watch?v=u7P0BUTxYNg&feature=related
# Dito Blues: http://www.youtube.com/watch?v=0OOPRx-m_mY&feature=related
# Confio a um Blues: http://www.youtube.com/watch?v=wOzHOBLRRQ8&feature=related
# O Roqueiro e a Hippie: http://www.youtube.com/watch?v=MNOahP-elbE&feature=related