30 de dezembro de 2011

O Guia do Bob Dylan - Nigel Williamson (Ed.Aleph)

Acabei de ler este ótimo "guia" sobre Bob Dylan (acima), volume de uma série aclamada no Reino Unido, a "Rough Guides",que chegou neste ano ao Brasil (vi também à venda o guia Led Zeppelin. No ano que vem tem o do Pink Floyd). A compilação é bem completa e além de conter uma biografia detalhada e cheio de notas e boxes complementares essenciais (bios de suas influências, perfil das musas, detalhes de sessões, etc), inclui resenhas de todos os discos ( os famosos bootlegs estão todos aqui), lista com as 5o maiores canções do trovador, os filmes, frases, livros&sites&fanzines e até uma seleção com os "outros Bob Dylans" que vieram na sequência do original. Em se tratando de um dos artistas mais "impenetráveis" da música ( tanto por suas autonarrações extravagantes, surreais e fantasiosas como por todo o folclore criado ao seu redor), o guia esmiuça, tenta explicar mistérios e principalmente, penetra em sua criação com bisturi cirúrgico. Pra quem quer descobrir porque esse americano esquisito, com voz de taquara e letras quilométricas mudou todo o cenário do pop mundial em apenas três anos e mesmo indo e voltando lá do fundo, manteve sua aura de trovador essencial,  esse guia é perfeito como obra de referência e reverência.

28 de dezembro de 2011

Nelson Cavaquinho, 100

Eu não poderia fechar o ano sem homenagear os 100 anos de Nelson Cavaquinho, o mais intuitivo entre tantos dos nossos sambistas intuitivos. Apesar do apelido ( o nome de batismo é Nelson Antonio da Silva), seu instrumento de fé sempre foi o violão, com o qual dedilhava harmonias de modulações inesperadas, com toques precisos e rascantes providenciados sempre por apenas dois dedos. Quem o via tocando nos pés sujos cariocas (seu reduto habitual) ficava de queixo caído, não só pelo peculiar jeito de tocar, mas também pela quantidade de cerveja entornada, a voz roufenha e única em anos de boemia e as letras de uma poética intensa e lírica, sempre sobrevoando lealdade, corações despedaçados e a implacável morte, seu tema mais comum. Nascido em 29/10/1911, viveu intensos 74 anos ( até 18/02/1986) , ricos em histórias que acabaram entrando para o folclore cultural brasileiro, seja de seus tempos de guarda noturno ( devidamente montado à cavalo) , das amizades musicais e da boemia inveterada. Nelson Cavaquinho foi único, mais uma força da natureza brasileira a fabricar sons do coração. 
Durante o ano, a TV produziu alguns bons programas sobre o compositor (vejam os links abaixo) e a EMI lançou uma edição especial com dois CDs em sua homenagem ( link para compra também abaixo). Viva Nelson!
#Ensaio ( TV Cultura - 30/10/2011 - reeditando o programa MPB Especial de 1973) - http://tvcultura.cmais.com.br/ensaio/nelson-cavaquinho
# Mosaico ( original de 2007 - reapresentado em 2011- TV Cultura) 
# Disco Nelson Cavaquinho – 100 anos – Degraus da Vida Emi Odeon -2 CDs 

26 de dezembro de 2011

O Verão do Píer (Dunas da Gal)

Neste mês li uma matéria muito boa sobre o famoso Verão do Píer, em Ipanema, ocorrido em 1972 e que sem querer se tornou revolucionário e influência para outros verões sucessores ( como o Verão da Lata e o Verão do Apito). Tudo começou com o movimento dos surfistas, que correram para para lá depois que o imenso píer, uma nada elegante estrutura de madeira, aço e ferro adentrando o mar, foi afixado para escorar os tubos de esgoto e acabou involuntariamente aumentando o tamanho das ondas e formatando exóticas dunas artificiais na orla (montes de areia retirada do fundo do mar). O movimento do surf trouxe também artistas, descolados, vagabundos, poetas e intelectuais, e em pouco tempo formou-se a primeira tribo em Ipanema. Gal Costa, que fazia show ali perto, foi a pioneira e tornou-se musa inspiradora, chegando a batizar as tais dunas. A história completa, com fotos incríveis de Fernando Fedoca Lima, Eurico Dantas e Frederico Mendes ( frequentadores do local) podem ser lidas na íntegra no link abaixo ( matéria original da Revista O Globo de 04/12/2011, de autoria de Renato Lemos). Também existe uma página específica sobre o píer, pierdeipanema.com.br e para 2013 cogita-se o lançamento do longa "Píer de Ipanema-1972", de Fernando Keller. 

20 de dezembro de 2011

Capa do mês: As Aventuras de Sherlock Holmes ( Editora Zahar)

Adquiri um livro de bolso nesta semana com uma arte de capa muito bem resolvida: "As Aventuras de Sherlock Holmes", da Editora Zahar. A edição faz parte da série "Bolso de Luxo" da editora carioca, e traz capa dura, uma dúzia de casos do famoso detetive de Arthur Conan Doyle ( na verdade, o volume reúne os doze primeiros contos de Holmes, publicados entre julho de 1891 e junho de 1892 na revista britânica Strand Magazine) e 50 ilustrações originais de Sidney Paget. Com projeto gráfico de Carolina Falcão, a arte da capa é de Rafael Nobre ( incluindo imagem de Andrew Ward/Life File/Getty Images). Uma cena muito bem urdida, como se vê na reprodução acima.

12 de dezembro de 2011

O bom blog do Dagomir

Durante todo o ano, acompanhei vários endereços na blogosfera, principalmente os voltados para a cultura, a História ( e aí incluo também o colecionismo), a música e os quadrinhos ( minhas paixões). Entre tantos, um realmente me fisgou pra valer: o blog do Dagomir Marquezi. Escritor, roteirista e jornalista, ele mantém a página desde 2006, e o que se percebe de cara em seus posts é que ele gosta muito do seu ofício de escrever. Histórias de suas amizades, projetos, viagens e descobertas, sempre com foco em sua produção literária e jornalística, que passa por todos os meios de comunicação possíveis: revista, jornal, fanzine, livro,tv, rádio e internet. Seu texto tranquilo, elegante sem ser rebuscado,direto ao ponto, traz ao leitor do blog uma cumplicidade natural, como em uma carta a um velho conhecido. De quebra, o autor resgata pérolas de sua produção de quatro décadas, como histórias em quadrinhos de fanzines setentistas, matérias raras de revistas e vídeos dos seus tempos de roteirista de TV. Nos meus anos de DEDOC-Abril ( 1989 a 2002) , cheguei à vê-lo em diversas ocasiões, pesquisando fotos para uma matéria nova ou mergulhando nas velhas pastas com matérias de jornais clipadas. Pelo que vejo hoje em seu blog, a sua escrita hiperativa continua à toda, seja no novo livro sobre JK como em seus blogs-irmãos ( que podem ser acessados na mesma página), nas colaborações mensais na Placar ( "Mortos-Vivos") e Info ( "Em 2031") e eventuais em outros veículos.Dagomir, para citar uma de suas paixões, continua uma veloz locomotiva.
http://dagomir.blogspot.com/

9 de dezembro de 2011

Coojornal, o resgate

Estava eu ontem na Fnac Paulista com as crianças, quando me deparei com uma exposição sui generis: 24 capas do histórico informativo alternativo gaúcho Coojornal estampavam discretamente as paredes do café interno da megalivraria. Editado pela Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre, o jornal existiu entre 1975 e 1982 e se destacou por sua linguagem direta e provocativa, sem partidarismo.Na entrada do café, um livro propositadamente em destaque: "Coojornal - Um Jornal de Jornalistas sob o Regime Militar", organizado pelo antigo colaborador Rafael Guimaraens (que chegou a ser preso pela Ditadura), e Clô Barcellos, responsável pela Editora Libretos.A seleção para a obra reproduz 33 reportagens, além de entrevistas representativas ( com Elis, Brizola, Chico Buarque, etc), fotos, charges e cartoons. Entre os colaboradores, Eduardo Bueno, Caco Barcelos, Eduardo Galeano, Hamilton Almeida Filho, Palmério Dória, Ricardo Chaves, Edgar Vasques e Santiago.Tanto o livro como a exposição itinerante ( que passa por vários pontos culturais durante todo o ano) fazem parte de um grande projeto de memória, que também inclui um documentário ( junto com o livro por um preço só), palestras, site do projeto e a digitalização de toda a coleção do jornal ( em doses homeopáticas, claro).


Esse resgate todo foi incumbido inicialmente ao ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas de Porto Alegre e segundo editor do Coojornal, Osmar Trindade, que faleceu em 2009, mas deixou a semente nas mãos de Guimaraens e Clô, que conseguiram passar o projeto na Lei Rouanet. A exposição segue até o dia 15/12 na Fnac Paulista, fechando à partir das 18h com uma apresentação do documentário e debate com a presença dos ex-coojornalistas Elmar Bones, Ayrton Centeno e Rafael Guimaraens.( o livro está à venda por: R$40,00).

Acompanhem o projeto no site e toda a saga do Coojornal na ótima série feita pela reportagem do Sul21:
 http://www.coojornal.com.br/
http://sul21.com.br/jornal/2011/06/coojornal-a-cooperativa-que-incomodou-a-ditadura/
http://sul21.com.br/jornal/2011/06/coojornal-um-alternativo-suprapartidario/
http://sul21.com.br/jornal/2011/06/coojornal-a-memoria-comeca-a-ser-resgatada/

4 de dezembro de 2011

Um samba para Sócrates

Crédito: site oficial do Corínthians
O disco "Ná Ozetti" de 1988 foi o tão aguardado primeiro LP solo da cantora que perambulara desde o final dos anos 70 por dezenas de festivais e discos ( principalmente da cena paulistana) e se destacara no experimental e inteligente grupo Rumo. Eu gastei com vontade os sulcos deste vinil e o considero um dos destaques daquela década.
Entre canções memoráveis, líricas e reconfortantes, esse disco trouxe uma homenagem especial ao Dr. Sócrates: um samba bem pra frente, alegre e faceiro, de autoria do prof. José Miguel Wisnik, intitulado "Socrates Brasileiro", cuja letra pegava o mote não só da extensão do nome de batismo do craque (Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira), como aproveitava também para destacar o seu peculiar segundo nome também no título. Nesse 04/12/2011, que entra para a história com o pentacampeonato brasileiro do Corínthians e com o falecimento de um de seus maiores ídolos, fecho o dia com esse delicioso samba, recheado de política, povo, labuta e esperança, e sem transparecer um pingo de tristeza, como bem o doutor gostaria.
http://www.youtube.com/watch?v=8YzgF0PiBS8

30 de novembro de 2011

Oito vídeos de George Harrison (escolhidos a dedo por Tânia Vinhas do blog da Superinteressante)

Eu sempre que posso dou uma olhada nos meus sites preferidos da blogosfera e a página da Super está entre as ++ da minha lista. Por coincidência, minha esposa Cris mandou por e-mail o link desta matéria-homenagem, publicada ontem ( 10 anos exatos da morte de George). Eu não tinha visto, mas bem sei da competência da Tânia Vinhas em capturar lances inusitados e curiosos do vasto mundo cultural pop. Uma ótima chance para analisar as várias facetas do mais misterioso entre os FabFour.
http://super.abril.com.br/blogs/cultura/8-momentos-agitados-da-carreira-de-george-harrison-o-beatle-quieto/

Mark Twain ganha Doodle especial em seu 176º aniversário

O Google trouxe nesta quarta-feira mais um Doodle especial, desta vez  para o escritor e jornalista americano Mark Twain (1835-1910 - nome de batismo: Samuel Clemens), no dia de seu 176º aniversário.No cabeçalho da página aparecem crianças pintando a palavra "Google" em um cercado, referência direta aos seus personagens mais famosos ( a cena de Tom Sawyer caiando a cerca é clássica). Com títulos como 'As Aventuras de Tom Sawyer', 'As Aventuras de Huckleberry Finn', e  'O Príncipe e o Mendigo', o escritor é clássico absoluto, recomendado para quem ama literatura bem feita e ainda por cima feita com emoção.

Baú do Malu 34 - Raio Vermelho nº 49 -20/12/1952

O Pato Donald foi a primeira revista da Editora Abril, e isso é alardeado desde os tempos de Victor Civita, o homem que fundou a editora nos idos de 1950, em São Paulo. Na verdade, o Pato Donald virou uma espécie de "moedinha nº1" do velho editor e sua revista, lançada em julho de 1950, sempre foi considerada a primeira da editora porque trouxe sorte e sucesso ao empreendimento ( a revista existe até hoje e segundo seu filho, Roberto Civita, jamais deixará de existir, tanto por razões históricas como emotivas). Mas antes, existiu um "patinho feio" na ´história da Abril: a revista "Raio Vermelho", lançada em maio de 1950 e editada nos mesmos moldes do irmão Cesar Civita, da Editorial Abril da Argentina ( lá a mesma revista chamava-se "Misterix").As historietas eram feitas na Itália, montadas na Argentina e despachadas para o Brasil, mas seja por seu formato estranho ( horizontal), que acabava empastelando os quadrinhos e diminuindo os balões, seja pelo ritmo mais "lerdo" das aventuras, em comparação com os ágeis heróis americanos, a revista nunca foi um sucesso e parou em fevereiro de 1953 ( no mesmo ano houve uma nova tentativa, utilizando-se o mesmo título argentino, "Misterix"). Esta edição (capa acima), de 20 de dezembro de 1952 ( muitos especialistas cravam que a revista parou em 1951) já saía em formato americano, mas mesmo assim a revista estava à beira de seu desaparecimento. As histórias, muito bem desenhadas pelos italianos e argentinos, trazem os personagens Kayo Kirby, Homem de Ferro ( muito antes do famoso da Marvel, mas sem armadura - só força descomunal), Bull Rocket e Dito Mangalô ( tira cômica).Destaque para a primeira tira que abre a edição, "Trabuco e Trinquete" (destaque abaixo),desenhada por Luis Destuet ( e assinada, raridade nas revistas da Abril da época), artista argentino,o mesmo que já desenhava para a Disney em seu país e nessa época era contratado da Abril para ensinar o "estilo Disney" aos jovens desenhistas da editora ( entre eles, Álvaro de Moya).O diretor de quadrinhos na época era Jerônimo Monteiro, um pioneiro dos quadrinhos brasileiros e também da literatura sci-fi por aqui. Outro detalhe curioso é o logo da editora na capa, um quadrado branco com a letra A em preto, que eu nunca tinha visto em outra publicação da casa.

29 de novembro de 2011

Caetano Veloso e Ronnie Von (1967)

Estava eu com esse disquinho na mão hoje (logo abaixo) - de vez em quando eu cato um compacto da minha coleção pra pesquisar sua história - e descobri que antes dessa gravação de "Pra Chatear" de Sérgio Murillo (de 1968), houve outra no ano anterior, com Ronnie Von e o então jovem compositor baiano Caetano Veloso ( acima, o compacto retirado do LP Ronnie Von nº 3).

A música "Pra Chatear" é uma composição de Caetano Veloso, inspirada em tradicional ciranda pernambucana. Vale a pena escutar esse raro registro da dupla, que de tão descontraído, até inclui uma risada de Ronnie Von, que na época já despontava como uma alternativa mais voltada ao "rock inglês" ( inclusive com versões de Beatles), em contrapartida à Jovem Guarda mais "americana" de Roberto Carlos.
http://mais.uol.com.br/view/7itgi4myir9b/ronnie-von-e-caetano-veloso--pra-chatear-1967-0402CC183660D0911326?types=A&

26 de novembro de 2011

Capa do Mês: Piauí 62

A Piauí de novembro saiu com essa chamativa capa estampando famoso óleo do pintor holandês Marinus van Reymerswaele, de 1540,. Essa obra é conhecida por “Dois coletores de impostos” ou “O gabinete do coletor de impostos”, mas na internet encontrei também como “Os Agiotas” e “Os Usurários”. Na verdade, nem a autoria de Marinus é comprovada inteiramente, embora outras obras de sua autoria foquem em tema econômico ( dinheiro, bancos, impostos). A equipe de arte da revista fez algumas inserções modernas, atualizando o dinheiro para dólares e euros, modificando o conteúdo do livreto para gráficos e grafando nas vestimentas marcas famosas do mundo financeiro ( Goldman Sachs, Merril Lynch). Outra curiosidade é a máscara “V de Vingança” ( a máscara de Guy Fawkes) logo atrás dos camaradas (referência direta aos manifestantes de Wall Street). Aliás, os confrades da usura receberam um discreto fotoshop no rosto, além de mudanças cromáticas nas vestimentas .Comparem a capa (acima) com o quadro original ( abaixo) e aproveitem também para ler uma boa matéria dessa edição, de autoria de Renato Terra ( músico e cineasta de “Uma Noite em 67”), que com o foco no esquema de lançamento do último disco de Lenine, acabou destrinchando o comércio musical atual, com suas saídas e armadilhas.
http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-62/questoes-tecnomusicais/lenine-lanca-um-som

24 de novembro de 2011

20 anos sem Freddie Mercury

Um dos melhores vocalistas de todos os tempos já deixou o Planeta há duas décadas exatas. O dia traz homenagens em várias mídias, e elas já começaram no final de semana.
No domingo, o bom programa Extrato da MTV veio com o título "Os Hinos da Rainha", trazendo em sua tradicional lista, 15 das músicas mais representativas do Queen.
Assista aqui: http://mtv.uol.com.br/programas/extrato/videos/os-hinos-da-rainha
Hoje rola muita coisa boa relacionada ao Queen e a Freddie. Nas ondas do rádio, via Antena 1 ( essa dica é do Léo) entre 18h e 19h, uma hora exclusiva com a banda no programa Big Hour ( sintonize no 94,7 FM)
ou na web: http://www.antena1.com.br/
O site The Living Brick criou para a data um boneco do cantor feito de Lego
aqui: http://livingdigital.com.br/20-anos-sem-freddie-mercury/
O site do Fantástico resgatou um antigo programa ( com apresentação de uma jovem Cristiane Torloni) com imagens inéditas de show raro do Queen.
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1676867-15605,00-MORTE+DE+FREDDIE+MERCURY+COMPLETA+ANOS.html 
Paulo Cavalcanti na Rolling Stone digital traz hoje uma ótima matéria com os últimos dias de Freddie ( e links com fotos, vídeos e promoção)
http://www.rollingstone.com.br/noticia/os-ultimos-dias-e-morte-de-freddie-mercury/
E para quem quer novidade ( e mesmo 20 anos depois, sempre aparece uma), na sexta, o The Sun noticiou que em 2012 as gravações de Freddie com Michael Jackson sairão em disco. A fonte é duvidosa, mas quem falou foi o próprio Brian May. É ver para crer.
http://culturasemcensura2.blogspot.com/2011/11/dueto-entre-michael-jackson-e-freddie.html

18 de novembro de 2011

O Espírito Vivo de Will Eisner

Spirit, a obra prima de Will Eisner (1917-2005), é tema de exposição inédita na Gibiteca Henfil (Centro Cultural São Paulo), fechando as comemorações de 20 anos do espaço.A mostra apresenta 106 desenhos originais do artista norte-americano, além de uma estátua de bronze do personagem esculpida pelo artista Peter Poplaski. Em paralelo à homenagem ao personagem, a proposta da curadora Marisa Furtado é mostrar o processo criativo e a personalidade de Eisner, que esteve no Brasil sete vezes ( e eu fiquei frente a frente com ele em uma delas.Aqui: http://almanaquedomalu.blogspot.com/2009/08/frente-frente-com-o-mestre.html ) e se não bastasse ter revolucionado os quadrinhos já em 1940, com suas quebras de páginas, ângulos cinematográficos e grafismos inéditos em The Spirit, também quebrou a boca do balão nos anos 70, quando inaugurou ( alguns dizem que ele consolidou) o gênero graphic novel.
Vale a pena, muito a pena, conhecer a obra e o processo criativo desse genial artista. E para aqueles que não conhecem sua obra, nunca é tarde. Depois de uma passadinha na exposição, que é gratuita, podem aproveitar a própria gibiteca e apreciar qualquer uma das fantásticas histórias criadas por Will Eisner.
Em tempo: Marisa Furtado, curadora da exposição, e também diretora dos documentários da Série Profissão Cartunista. dirigiu o primeiro filme feito no mundo sobre Eisner, aprovado pelo próprio ( disponível em DVD) e faz um trabalho explêndido de pesquisa e design nessa apaixonante exposição.
"O Espírito Vivo de Will Eisner"
Centro Cultural São Paulo (Piso Flávio de Carvalho - Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso. Junto à estação Vergueiro do Metrô).
Até 18 de dezembro (terça a sexta, das 10h às 20h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h)
Informações: 3397-4002
Grátis

Trilha natalina com The Smiths

A nova revelação da música londrina está na trilha do novo filme natalino da rede John Lewis. Slow Moving Millie canta com muita emoção uma nova versão da música "Please, Please, Please, Let Me Get What I Want”, by The Smiths, cover que estará no seu primeiro álbum a ser lançado em dezembro. Sigam no Tripicalistas:
http://tripicalistas.blogspot.com/2011/11/smiths-no-novo-filme-natalino-da-rede.html

16 de novembro de 2011

Erika Iris Simmons e sua "Tape Deck Art"

A artista americana Erika Iris Simmons  usa fitas cassete e rolos de filme para criar  portraits de alguns dos maiores ícones da música e do entretenimento. A arte realmente não precisa escolher matéria-prima pra virar obra-prima. Incrível!
http://www.flickr.com/photos/iri5/sets/72157611954107572/with/3344465546/ 

Esses retratos já influenciaram até a indústria do vídeo. No ano passado, o diretor Ethan Lader, elaborou o  clipe do cantor/compositor Bruno Mars para a música Just The Way You Are, baseado inteiramente na arte de Erika (abaixo):
http://www.youtube.com/watch?v=LjhCEhWiKXk 

11 de novembro de 2011

Eleven e o legado do casal Alain Johannes/Natasha Schneider

Escolhi este 11/11/11 para homenagear uma banda muito boa e pouco comentada no Brasil, que tem tudo a ver com a numerologia da data: Eleven. Fundada nos EUA em 1990 pelo casal Alain Johannes ( vocal, guitarra) e Natasha Schneider ( vocal, teclado), com Jack Irons na bateria, a banda encerrou as atividades com a morte por câncer de Natasha em 2008 e deixou uma discografia relevante, calcada no rock e sempre muito bem produzida e arranjada. Casados, Alain e Natasha se completavam nas idéias musicais e as composições escancaravam essa cumplicidade. Inicialmente o som do grupo não era tão denso e mesclava arranjos e harmonias bem amplas e solares, mas com a aproximação de Josh Homme ( Queen of the Stone Age) em várias parcerias, as composições tornaram-se mais pesadas e “garageiras”, mas sem perder a aura "cigana". Inclusive, Alain e Natasha participaram também do belo álbum solo de Chris Cornell, “Euphoria Morning”, do próprio Queens of the Stone Age e Alain colaborou mais recentemente com o Them Crooked Vultures ( projeto de Joss).Um casal bem camaleônico, durante um quarto de século juntos, tanto no visual como nas composições ( vejam os exemplos lá embaixo) Em 2010, Alain Johannes, considerado um dos grandes músicos da sua geração, e que além de compositor, é multi-instrumentista e produtor, lançou seu disco solo ( “Spark”, pelo selo Rekords Rekords de Joss Homme) , um registro embebido de lembranças e homenagens à sua musa – a canção “Endless Eyes” por exemplo, foi composta especialmente para o “Natasha Schneider Benefit Concert” e deu pano para toda a concepção de “tributo” do álbum. Natasha Schneider, nascida em Moscou, além da longa parceria com o marido no Eleven ( e bandas menores anteriores), participou também de filmes como “2010-O Ano em que Faremos Contato”(1984) e Spiker (1985), além de compor trilhas ( como “Who’s in Control”, para Mulher-Gato de 2004). Faleceu em 02/07/2008, e conforme relatos não confirmados, às 11:11.

Abaixo, onze bons momentos da Eleven e de Alain/Natasha (incluindo música do solo-homenagem de Alain Johannes e participações com Joss Homme/ Queen of the Stone Age).
Eleven - Raimbow's End (1991) - http://www.youtube.com/watch?v=N6Hvqj9mWds&feature=related
Eleven - Tomorrow Speaks - http://www.youtube.com/watch?v=eHjC6K0dK_M&feature=related
Eleven - Reach out  http://www.youtube.com/watch?v=X4xgT-JziVw  
Eleven - Heavy (1994) - http://www.youtube.com/watch?v=sgvyYl5JLwU&feature=related
Eleven - Took me for a Ride - http://www.youtube.com/watch?NR=1&v=h3sXgq8gB-o
Eleven - You're my Diamond -  http://www.youtube.com/watch?v=JxDWxePPmKU&feature=related
Eleven - Towers - http://www.youtube.com/watch?v=tc1VlsAz4dQ&feature=related
Eleven c/Joss Homme-Stone Cold Crazy- http://www.youtube.com/watch?v=FiAWn1KSe-0&feature=related
Queen of the Stone Age ( acoustic live Berlin 2005) -In My Head - http://www.youtube.com/watch?v=1GiaN_10pNk&feature=related  
Queen of the Stone Age (live 2005) - The Lost Art of Keeping a Secret - http://www.youtube.com/watch?v=0JlYFTQIjGY&feature=fvst 
Alain Johannes - Endless Eyes - http://www.youtube.com/watch?v=soMMdBsDswA&feature=related 

9 de novembro de 2011

A "Segunda-feira sangrenta" de Bob Geldof e os Boomtown Rats


Divulgação - Site oficial
 Qum escuta o nome de Bob Geldof talvez se recorde que ele foi o grande responsável pelo "Live Aid" em 1984, ao escrever a música "Do They Know It’s Christmas" (com Midge Ure do Ultravox) e conseguir juntar um grande time de músicos para o Natal daquele ano e show no ano seguinte, com a missão de arrecadar fundos para combater a fome na Etiópia. Ou se puxar um pouco mais a memória, talvez se lembre que ele foi o protagonista do filme "Pink Floyd The Wall", de Alan Parker (1982). Essas duas referências puxam principalmente a nossa "memória visual", e é por esse motivo que poucos sabem ou se lembram que um certo grupo irlandês, o Boomtown Rats, que existiu entre 1975 e 1985 ( e portanto, contemporâneo tanto do filme como do evento beneficiente) era a banda do próprio, Mr. Bob Geldof. E pouca gente sabe que o maior êxito do grupo, a música "I Don't Like Mondays" (de 1979) foi escrita logo depois de Bob ler nos jornais sobre um tiroteio numa escola da Califórnia executado por Brenda Ann Spencer, que disse tê-lo feito por não gostar das segundas-feiras (Mondays). Se outra banda irlandesa, U2, teve um dos seus grandes sucessos, "Sunday Bloody Sunday", baseado num violento conflito entre protestantes e católicos conhecido como "Domingo Sangrento", houve quatro anos antes, outro hit de outra banda irlandesa, que alcançou as paradas britânicas narrando outro dia violento. Sem as proporções da guerra civil irlandesa, mas uma guerra isolada e particular, do outro lado do Atlântico.
A música "I Don't Like Mondays", aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=-Kobdb37Cwc&ob=av2e
E a história do Boomtown Rats ( em inglês), aqui:
http://www.boomtownrats.co.uk/the-boomtown-rats.html

7 de novembro de 2011

O AcervoSorve 6 :álbuns portugueses da Distri - Spaghetti e o Tesouro da Pirâmide (1984) e San-Antonio na Grécia (1983)


Na minha última visita ao Sebo Proxy(já postado aqui: http://almanaquedomalu.blogspot.com/2009/10/boas-novas.html ) encontrei bem escondidas numa enorme pilha de gibis de super heróis, essas duas preciosidades portuguesas: os álbuns "Spaghetti - o Tesouro da Pirâmide" (1984) e "San-Antonio na Grécia" (1983), ambos da Distri Editora ( Colecção "B.D. Para Todos"). O primeiro personagem eu já tinha ouvido falar: começou em 1957 com desenhos de Dino Attanasio e roteiros do afamado René Goscinny na revista belga Tintin. Era uma série de histórias curtas que passou a ter aventuras mais longas quando Goscinny deixou de roteirizar logo no início ( para quem não sabe, ele começou a escrever as histórias de Asterix em 1959 e já fazia o cowboy Lucky Luke desde 1955). é o caso deste álbum, uma aventura posterior com roteiros de R.Francel. Já San-Antonio é um famoso personagem da literatura francesa, criação do autor Frédéric Dard.No álbum em quadrinhos,a arte é de Henri Desclez e o roteiro de Patrice Dard ( que deve ser filho de Frederic). Para saber mais sobre a obra de Attanasio e seu personagem Spaghetti, segue um ótimo post do ótimo blog português "As leituras de Pedro". E também um pouco sobre Frederic Dard, em nota sobre sua morte em 2000.
http://asleiturasdopedro.blogspot.com/2011/01/spaguetti-integrale-1.html 
http://www1.folha.uol.com.br/fol/cult/ult08062000165.htm

31 de outubro de 2011

Hoje é dia de Drummond!

Hoje não é só dia do aniversário do poeta maior Carlos Drummond de Andrade. O Instituto Moreira Salles, que cuida do acervo do escritor, resolveu transformar esse dia 31/10 em Dia D - Dia Drummond, já incluído no calendário cultural oficial do Brasil. A inspiração veio da Irlanda: no dia 16/06 é comemorado lá o Bloomsday, celebrando todo ano a obra de James Joyce. Acompanhem a matéria do Estadão sobre a efeméride e toda a programaçãoespecial para hoje:
 http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,carlos-drummond-de-andrade-ganha-seu-dia,792753,0.htm

24 de outubro de 2011

Legião nas bancas

O filão dos disquinhos/livretos em banca continua rendendo. Depois das coleções de Chico Buarque e Tim Maia, a Abril Coleções, em conjunto com a Gandra Editorial, investe em mais uma escolha certeira: Legião Urbana. Na semana que comemorou os 15 anos da morte de Renato Russo, ancorou nas bancas o primeiro CD, Legião Urbana (1985), o primeiro da discografia original do grupo ( a coleção seguirá a cronologia). Legião Urbana - Dois (1986) aparece hoje à venda, por R$17,90 ( mais caro que as coleções anteriores, mas ainda assim mais barato que os CDs novos por aí). O primeiro está R$9,90 e ainda dá tempo de encontrar. A nova série, com 15 lançamentos no total, segue à risca o formato das coleções anteriores, ou seja, livreto capa dura que mantém a arte de capa original ( com pequenos acréscimos gráficos) e texto histórico que engloba a trajetória da banda, capítulos específicos sobre a produção e faixas de cada disco e os acontecimentos paralelos ocorridos no país. Além dos discos de estúdio, estão incluídos também cinco ao vivo, além do Música para Acampamentos 1 e 2 (1992) ambos mesclando registros ao vivo com raridades. No final do mês, um livro compilando trechos de entrevistas e versos de músicas – além do box especial para guardar a coleção – também será vendido em bancas, livrarias e afins. Está aí uma chance  de ouro pra quem sempre quis completar a sua coleção ou como no meu caso, já tem seus LPs e CDs detonados depois de anos de audições constantes e empréstimos tortuosos.

21 de outubro de 2011

Por dentro dos "modernismos"

A exposição "Modernismos no Brasil", no MAC, é uma mostra única sobre o tão falado mas pouco estudado movimento do começo do século XX.
A mostra é fruto de longo estudo do Modernismo desenvolvido por Tadeu Chiarelli, diretor do museu e professor do Departamento de Artes Plásticas (CAP) da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. Para ele, não houve um só modernismo no Brasil, mas vários, com vertentes e posturas estéticas diversas, embora todos em comunhão com o "moderno" em detrimento ao "arcaico" conceito de arte do século XIX.
O MAC, para quem não sabe, é um dos museus brasileiros que possui em seu acervo as mais importantes obras modernistas, algumas inclusive, sem serem exibidas há anos. A exposição em si tem cinco blocos com obras de características comuns. Entre as 150 obras expostas, estão as de Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Flávio de Carvalho, Di Cavalcanti, Paul Klee, Pablo Picasso, Giorgio De Chirico, Iberê Camargo, Tomie Ohtake, Victor Brecheret, Henri Matisse, Alfredo Volpi, Lygia Clark, Marc Chagall, Ismael Nery, Lasar Segall e muitos outros.
A inclusão de artistas internacionais é proposital, justamente para suscitar uma visão mais ampla sobre a complexidade estética da época. Para os estudantes de arte, um prato cheio. Para o público geral, amante da arte, onde eu me incluo, imperdível.

A exposição é gratuita e foi inaugurada no dia 06/10. Abre ao público de terça-feira a domingo, das 10 às 18 horas, e segue até 29/01/2012.
MAC Ibirapuera, Pavilhão Ciccillo Matarazzo, 3° piso.
Mais informações: (11) 5573-9932
 www.mac.usp.br

20 de outubro de 2011

Sergio Sampaio, ex-maldito,agora bendito, ainda restrito, de volta ( graças ao Zeca Baleiro, de novo)

Eu nem ia usar a palavra "maldito", tão maldita que ela é. Acho uma puta sacanagem/injustiça com esse cara que se foi cedo, deixou uma discografia pequena, mas vasta de intenções, modernidade e desprendimento total em relação ao que se faz e o que se fez na MPB. Acabei deixando no título, mas porque saquei o "bendito" na última hora. Bendito, porque não vi nenhum conhecido que tenha ouvido Sergio Sampaio e não tenha gostado. Pelo contrário: a maioria se surpreende que esse compositor tão atento, sensível, de letras sinuosas e inteligentes e música brasileiríssima ( com o samba quase sempre no fundo de experimentações, pós-tropicalismo, rocks, baladas, lamentos e breques) tenha vivido uma carreira tão escondida e no ostracismo. Ok que o compositor era rebelde demais pra quadrada indústria fonográfica e os mandriões do showbusiness ( e foram estes que cunharam a praga daquele rótulo, que depois virou lugar-comum). Depois do estouro de "Eu Quero Botar meu Bloco na Rua", a gravadora queria, vejam vocês, transformá-lo num novo Roberto Carlos das "marchinhas" ( Roberto é seu conterrâneo de Cachoeiro do Itapemirim/ES). Sérgio saltou fora - claro. O mercado era muito estrábico pra perceber a riqueza criativa e as entrelinhas estéticas de uma obra tão diferenciada. Então Sergio Sampaio entrou para o clube dos..... lá vem aquela palavra fdp de novo.... malditos. E vejam vocês a qualidade dos tais malditos deixados de lado pelo incrível mercado musical dos anos 70: Luiz Melodia, Jards Macalé, Itamar Assumpção, Arrigo Barnabé, Jorge Mautner, Walter Franco...
Eles não eram cordeirinhos e pagaram a insubordinação com um confinamento artístico involuntário.
Nos últimos tempos, um grande fã de SS, Zeca Baleiro,não só começou a gravar e divulgar sua obra, mas também resolveu tirá-lo do limbo discográfico. Primeiro com o lançamento há alguns anos atrás de Cruel, disco que estava no prelo, quase pronto, quando o compositor faleceu prematuramente em 1994, aos 47 anos. E agora, o seu terceiro LP de 1982, Sinceramente,  independente e talvez o mais escondido de todos, é lançado pelo selo do compositor maranhense.
Esse disco na época passou completamente despercebido e virou cult com o tempo. Mas assim como o próprio autor está sendo conduzido aos poucos ao panteão dos grandes da MPB, com muita justiça, sua obra vem à tona e prova que de maldita não tem e nunca teve nada. Bendito Sergio Sampaio, bem vindo à luz ( e obrigado, Zeca Baleiro).
As faixas do disco ( e a página do artista no MySpace):
Homem de Trinta: http://www.youtube.com/watch?v=fIbMawGyVfw
Na Captura: http://www.youtube.com/watch?v=yRTEcA2xGu8&feature=related
Tolo fui Eu: http://www.youtube.com/watch?v=mJg_1GBGxj8&feature=related
Só para o seu Coração: http://www.youtube.com/watch?v=0c01x-PTf7s&feature=related
Essa tal de Mentira: http://www.youtube.com/watch?v=gWZPWvXQYv8
Meu Filho, Minha Filha: http://www.youtube.com/watch?v=rg9iUYVdTLo&feature=related 
Cabra Cega: http://www.youtube.com/watch?v=-eoI0aSddD8&feature=related
Sinceramente: http://www.youtube.com/watch?v=31ChH81a6rk&feature=related  
Nem Assim: http://www.youtube.com/watch?v=_SnGJodqfjw&feature=related 
Doce Melodia: http://www.youtube.com/watch?v=4eMf2cU55K0&feature=related 
Faixa Seis: http://www.youtube.com/watch?v=duM00wyPxTc

Foi Ela (do compacto de 1974): http://www.youtube.com/watch?v=w27EIT3TSnU&feature=related 
Meu pobre Blues ( idem): http://www.youtube.com/watch?v=z4PTa5WtCD4
http://www.myspace.com/velhobandido

16 de outubro de 2011

Ao mestre com quadrinhos

A semana também vivenciou uma gigantesca discussão sobre a nona arte, graças à onipotente Vejona e seu jornalismo "acima de todas a coisas". A pauta tem seus méritos quando discute alguns critérios difusos do ENEM, mas acaba se embanando quando coloca as tiras cômicas como vilãs e as comparam com literatura. Logo vê-se que o prezado crítico Jerônimo Teixeira não entende bem o espírito real dos quadrinhos e acaba não só tentando rebaixá-lo à sub-arte como na ânsia de defenestrá-lo, se complica até com as estatísticas. Nesses tempos multimídia, meu caro Teixeira, nossos nobres estudantes precisam interpretar literatura, cordel, jornal, letra de música, mídia eletrônica, cinema e QUADRINHOS, que não é subliteratura, mas uma mídia que merece o mesmo respeito que as outras citadas. HQ não emburrece ninguém e muito menos deixa alguém "iletrado".
Segue a matéria ( "A pedagogia do Garfield", Veja 10/10/2011) e algumas reverberações interessantes para vossas devidas interpretações:
https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/10/10/a-pedagogia-do-garfield
http://blogdosquadrinhos.blog.uol.com.br/arch2011-10-01_2011-10-31.html
http://abibliotecaderaquel.folha.blog.uol.com.br/arch2011-10-09_2011-10-15.html 
http://judao.mtv.uol.com.br/livros-hqs/falando-em-quadrinhos-veja-gibis-enem-e-a-supernanny/ 
http://liberland.blogspot.com/2011/10/literatura-e-quadrinhos-de-novo.html

Lygia, Edson e os Quadrinhos

Na Folhinha de São Paulo da semana passada (08/10/2011) a matéria de capa, "Tempo de criança", trouxe à tona detalhes riquíssimos da infância de alguns famosos. Além de brincadeiras na rua, futebol e cinema, para dois deles, Lygia Fagundes Telles, prestigiosa escritora, e Edson Arantes no Nascimento, o mundialmente famoso Pelé, os quadrinhos também fizeram parte do dia a dia de seus tempos de criança.
Separei os trechos:

* Pelé foi um menino levado e amigo de todo mundo. Ele contou à Folhinha que era divertido viver no século passado, em Três Corações (MG) e depois em Bauru (SP), sem TV e sem internet. Adivinhe qual era o brinquedo favorito dele? Claro que era a bola! Além de álbuns de figurinha e gibis dos heróis Tarzan e Flash Gordon.

* Cabeceira
Nos gibis, as trapalhadas de Bolinha e Luluzinha divertiam as crianças. A revista "Tico-Tico" trazia muita informação. E até em revistas de farmácia tinha histórias de Monteiro Lobato para ler, conta Lygia.

A matéria toda, aqui:
http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/987302-ex-jogador-pele-conta-as-brincadeiras-e-travessuras-de-sua-infancia.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/987314-didi-tostao-e-lygia-fagundes-telles-falam-de-sua-infancia.shtml

12 de outubro de 2011

Os "Homens de Letras" de Roberto de Vicq de Cumptich

Essa eu vi na edição especial da "Serrote" para a Flip 2011 e fiquei estupefato. O autor, Roberto de Vicq de Cumptich é um designer e artista gráfico brasileiro radicado em Nova York desde os anos 80. Apaixonado por tipografia, o desenhista retrata escritores utilizando as letras que compõe seus nomes. Para dar mais uniformidade ao retrato, as letras de cada personalidade escolhida são sempre da mesma família tipográfica. O resultado final surpreende e merece ser visto e repassado. Entrem na página do artista (link abaixo) e na listinha com  ilustrações para capas de livros, calendários, folhetos, cartazes e outros trabalhos, clique no item "Man of Letters". é bem divertido tentar adivinhar o "retratado letrado" da vez. Além de letras, Roberto usa também outros elementos como animais e itens culinários para compor seus portraits.
http://devicq.com/illustration.html

3 de outubro de 2011

Rock in Rio: a maratona de som acabou em água

O Rock in Rio fechou hoje de manhã ( por volta das cinco da matina) depois de um show feliz e empolgante do folclórico Axl Rose e seus novos comandados. A banda entrou horas depois do combinado por conta do temporal que caiu no Rio e destrinchou vários hits no meio do aguaceiro.Um desfecho roqueiro para um festival que muita gente reclamou por ter pouco rock em seu line-up. Eu também acho que o Rock in Rio escala muita gente nada a ver com rock, mas peraí, isso é discussão antiga: em 1985, Medina já escalara Elba Ramalho, Alceu Valença e Ivan Lins, tão rock and roll como o velho Frank Sinatra ou Luiz Gonzaga ( neste caso aqui, Raul Seixas discordava). Acho que tudo isso é um problema de nomenclatura: desde o início o festival se mostrou eclético e só recebeu esse nome porque soa bem para peças mercadológicas. E ponto. No mais, um festival com essa dimensão deve existir por essas plagas sim, e uma maratona de música dessas faz só bem para uma certa juventude que só vê MTV e ouve rádio da moda - ao vivo, na TV ou via web, eu acho que deu pra abrir a cabeça de muito teen por aí. Principalmente para quem deu uma sapeada no palco Sunset, mais experimental, que se nem sempre teve o ensaio necessário, botou muita gente boa no mesmo espaço. No palco principal, os dinossauros não deixaram espaço: Elton John e Stevie Wonder arrasaram. Coldplay, RHCP, Maroon5, Metallica, Guns, System of a Down, Joss Stone, todos mandaram muito bem. Mas essa é só uma visão minha. Música é que nem futebol e religião: cada um tem a sua predileção e a sua opinião. Foram 160 atrações e 700 mil pessoas em 7 dias. Selecionei alguns momentos interessantes abaixo ( misturando Sunset e Mundo, mas claro, sem conseguir incluir todos os bons momentos). E que venham mais festivais, com ou sem rock, mas com música boa e de qualidade.
1- (Jazz + Clube da Esquina) Milton + uma certa cabeluda que arrebentou no baixo:
http://www.youtube.com/watch?v=M2FSAve9bMw&feature=related
2 (Bossa + Soul) A garota de Stevie
http://www.youtube.com/watch?v=H-xVlWyESbM&feature=related
3-( Soul + Jazz) Joss acabando com os cardíacos
http://www.youtube.com/watch?v=qogYXQq1pbs&feature=related
4- ( rock + pop) O hit mais pedido ( e cantado) de todos
http://www.youtube.com/watch?v=IAg9p8Fv3ws
5- ( rock + Renato Russo)) a homenagem mais emocionante
http://www.youtube.com/watch?v=oQ30oipkGsM 
6- (rock + melodia+peso+ técnica) os caras do rock visceral e cerebral
http://www.youtube.com/watch?v=z38uRr4hZW8&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=zEc9qQwMuW0&feature=related
7- (piano+ baladas eternas) o clássico e elegante Elton
http://www.youtube.com/watch?v=Q0AlBVfwjKg
http://www.youtube.com/watch?v=2SrMZdTHQ10&feature=related
8- ( tropicália + rock + anarquia) mutações no palco Sunset
http://www.youtube.com/watch?v=43rhQSnVQVc
9- (música italiana + orquestra+ vanguarda) Patton, o doido de plantão
http://www.youtube.com/watch?v=CHjnJzjHaIE&feature=related
10-( surf + funk + punk rock californiano) os Red Hot chacoalham ( e o Flea flana)
http://www.youtube.com/watch?v=YhmSt8AhGPM&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=IBFwwgzWdlg&feature=related
11-(metal +industrial +teatro) barulho e mergulho
http://www.youtube.com/watch?v=8vlyDATbNKs

2 de outubro de 2011

Duas belas homenagens


MSP
 Na semana, vi duas homenagens pertinentes que partiram dos estúdios da Maurício de Sousa Produções e compartilho com vocês. O desenho do próprio Maurício de Sousa ( acima) foi feito em homenagem ao editor italiano Sergio Bonelli, que faleceu em 26/09 aos 78 anos. Filho do criador de Tex, Gian Luigi Bonelli, Sérgio sob o pseudônimo de Guido Nolitta criou personagens que viraram clássicos da HQ, como Zagor (1961), Mister No (1975) e fez da Sergio Bonelli Editore um império, editando sucessos incontestáveis como Ken Parker (de Giancarlo Berardi e Ivo Milazzo), Martin Mystère, Nick Raider, Nathan Never, Akim, Mágico Vento e Julia Kendall. Maurício de Sousa, um fã incondicional dos quadrinhos, usou mais uma vez a sua sensibilidade para homenagear um colega que fez história. A outra homenagem está nas páginas da Mônica nº 57 (de setembro de 2011 - trecho abaixo), na história intitulada "A História hoje é sua", que traz uma linda e justa homenagem ao irmão de Maurício, Márcio de Sousa, autor de algumas histórias clássicas da turma e co-criador de personagens libertários como Bugu e Louco. Márcio, responsável pela área musical da MSP, também foi a inspiração para a criação do Rolo ( da turma da Tina) e o Mano ( de Os Sousa, tira exclusiva para os jornais) e faleceu em 18/06 deste ano.


MSP

28 de setembro de 2011

Rédson

Claudia Guimarães-25.nov.96/Folhapress 
Um dos grandes caras do punk rock nacional faleceu hoje, prematuramente, aos 49 anos : Rédson, fundador da banda Cólera, pioneira do movimento. Compositor, vocalista e guitarrista, montou o grupo ainda nos anos 70, ao lado do irmão e amigos e como bom punk, manteve-se sempre fora do “sistemão” ( ou “monstro sist”, como diria Raul e Coelho),o que não o impediu de falar de ecologia quando ninguém falava,  levantar a bandeira da paz em tempos medonhos ( ditadura, guerra do Golfo, guerra fria, lutas ferrenhas entre gangs de rua), excursionar pela Europa (pioneiramente) e lançar seu próprio selo discográfico ( Subs, depois Ataque Frontal). Rédson era uma espécie em extinção: acreditava na “mensagem” e em suas composições não havia meio termo ou metáfora – suas letras sempre tocavam na ferida social. O Cólera estava ativíssimo, tinha gravado um disco em 2009 e preparava novas gravações para um lançamento em 2012. Estrada? Direto,  inclusive voltando à Europa quando rolava intercâmbios com selos de lá. Nos gloriosos anos 80, além das famosas coletâneas punks pioneiras, que ouvia em casa de amigos, quase furei de tanto escutar o LP do Cólera “Pela Paz em Todo Mundo”( que minha irmã Helô ganhou na época). Hoje reencontrei-o na estante dos vinis e taquei-lhe na agulha em alto volume. Pelo Rédson, herói do nosso punk!  E pela paz no mundo! (luta inteira de sua vida).
Ao Vivo ( Fábrica do Som /1983 e Mixto Quente/1985): http://www.youtube.com/watch?v=SPNxSjMPuro
Histeria ( da compilação Sub - 1983): http://www.youtube.com/watch?v=TGv4XdG58cM
Deixe a Terra em Paz: http://www.youtube.com/watch?v=jV9NEJ1XxYU
Medo (ao vivo): http://www.youtube.com/watch?v=UftAvKM6eYA 
Dia Noite, Noite Dia ( e chat); http://www.youtube.com/watch?v=WaxtJsXRztw 

26 de setembro de 2011

O arranque do rock no Rock in Rio!

E não é que o rock apareceu no Rock in Rio 4? como eu havia prometido, não pesquei nenhum momento durante o show do Red Hot Chili Peppers. Tim tim por tim tim, vi o Kieds com pouco discurso e muito fôlego ( e um certo curativo no alto da testa - surf in Rio?), Flea elétrico e mirabolante ( como é que esse cérebro não se desloca dentro da caixa craniana? discípulo de Angus), Chad impávido e colossal atrás das baquetas e o novo guitarrista Josh Klinghoffer mostrando que tem cancha para substituir o idolatrado Frusciante. Showzaço que botou no bolso o irregular show de 2001 no Rock in Rio.
O domingão prometia ser o dia mais rock de todos e não decepcionou: no palco Sunset, a série em sequência com Matanza/ B Negão/ Korzus (30 anos de heavy no Brasil!)/ The Punk Metal Allstars (c/ ex-integrantes do Misfits e Destruction)/ Angra (c/ participação da cantora finlandesa Tarja Turunen) e Sepultura fez a festa dos metaleiros de plantão. Por conta dos problemas técnicos, o show da banda Gloria no palco Mundo começou enquanto o Sepultura e a surpreendente Tombours Du Bronx ( com percussionistas franceses realmente metaleiros!) ainda tocavam no palco alternativo. A Glória faz um mistura um tanto frankestein de emo+hardcore e a moçada de preto não quis saber: vaias, copos e xingos pra cima deles; mas os moleques foram firmes e até conseguiram uma trégua dos mais radicais quando mandaram, e bem, covers do Pantera; os americanos do Coheed and Cambria entraram sem guerra, mandaram um som eficiente e pesado, mas talvez inconsistente para um evento aberto deste naipe. Foi a deixa para as atrações seguintes, as mais esperadas, que não só detonaram, como resgataram o espírito cru, rebelde e mítico do gênero que dá nome ao festival. A começar pelo mitológico Motorhead, simplesmente a banda inventora do speed metal: com apenas três elementos, sem frescuras ou firulas, ascenderam a fagulha que logo encandesceria a noite, com clássicos e clássicos. Eles detém a personificação de um rock selvagem e libertário que só se vê hoje em livros de arqueologia - Lemmy, do alto de seus 64 anos, ex-rodie de Jimi Hendrix, é o próprio rock!
Já o Slipknot, esse é cheio de detalhes e idiossincrasias ( e máscaras medonhas). Obsessivamente aguardado por uma horda de fiéis fãs, fez um dos shows mais apocalípticos dos últimos tempos, com direito a moshs na platéia ( o DJ da banda pulou do teto da técnica para a galera duas vezes), bateria giratória, bate-estaca por todos os lados, chamas e uma energia que fez a Cidade do Rock tremer. O nu metal não é a minha praia, mas valeu pela atitude e sinergia.
Com esse ambiente já totalmente amaciado ( ou pisoteado, se preferir), o  reverenciado Metallica chegou chegando por volta da 1:30 deste dia 26 para mostrar porque é uma verdadeira lenda na história do rock. Hits atrás de hits, o quarteto, que já completou 30 anos de estrada, uniu vibração, técnica precisa e entrega total ao rock no melhor show do Rock in Rio até agora. Se o RHCP é ação, o Motorhead tradição e o Slipknot detonação, o nobre Metallica é tudo isso junto e também fúria+elegância, emoção+precisão, improvisos+compassos milimetricamente ensaiados. O rock de verdade baixou no Rock in Rio, e esses caras foram os culpados.
http://multishow.globo.com/platb/rock-in-rio/

Um porco ressurge no céu de Londres, 35 anos depois ( e traz boas novas)

A cena acima é familiar para quem conhece as capas de discos do velho Pink Floyd. Há 35 anos, o LP  'Animals' estampava em sua fronte de papelão um simpático porco gigante sobrevoando a estação de energia Battersea Power Station em Londres. Este big leitão versão 2011, de 9,14 metros de comprimento e 4,57 de altura, é um clone vitaminado do anterior e foi lançado hoje de manhã pela EMI Music, exatamente acima da atualmente desativada usina, em celebração ao relançamento de 14 álbuns de estúdio do Pink Floyd.
A arte original da capa de ‘Animals’ (abaixo), utilizou sobreposição de uma foto da estação de energia, feita no dia 2 de dezembro de 1976 sob outra do porco voador, tirada no dia 4 de dezembro do mesmo ano. Mas no dia anterior à ação, o suíno voador saiu pela tangente e foi parar no aeroporto de Heathrow. Recuperado por um fazendeiro, ficou encostado em uma oficina esse tempo todo, e só não participou do novo "happening" porque não conseguiram inflá-lo novamente.

Já os 14 lançamentos citados, fazem parte do grande projeto 'Why Pink Floyd?', engendrado pela EMI e que celebra o acerto de contas entre a gravadora e o grupo depois de anos de disputa judicial. O Pink Floyd não só impediu que a major vendesse suas músicas individualmente na web como conseguiu revitalizá-las, argumentando que os álbuns deveriam permanecer inteiros como uma "única obra". Como resultado, todos os discos de estúdio estarão disponíveis, tanto digitalmente como nas lojas ( haverá uma versão box com todos juntos) com faixas extraídas dos arquivos da gravadora selecionadas pelo próprio grupo e 'demos' antigas do início de carreira, ainda na gestão Syd Barret. Um bom exemplo é a edição super especial de ‘The Dark Side of The Moon’, unanimemente apontado como o melhor disco do grupo, vendida a partir de hoje com músicas inéditas. Como viram, de porcaria aqui, só o porco mesmo.

24 de setembro de 2011

Rock in Rio rolando...

Quem preferiu sofá à muvuca para assistir ao maior festival brasileiro de música, tem  a opção "Multishow", que traz tanto no canal pago como na web a íntegra do Rock in Rio 4 ( o 4º no Brasil, que fique claro). O que vi até agora não me empolgou muito, mas houve surpresas. O palco Sunset, eclético e menos preocupado com o misce-en-cene oficial, já mostrou a que veio: um lado B às vezes mais interessante e surpreendente que o palco principal: Móveis Coloniais de Acaju, Mariana Aydar, Ed Motta, Andrea Kisser, Bebel Gilberto, Sandra de Sá, Tulipa Ruiz, Nação Zumbi, Cibelle, Yuka, Karina Buhr, Amora Pera, todos  desencanados e afiados, como tem de ser ( e driblando os perrengues habituais no som).  Milton Nascimento, que já abrira ontem o festival, com muita emoção e vocal prejudicado por conta disso, fez um show bem jazzístico ao lado de Esperanza Spalding ( a mais empolgante baixista da atualidade), resgatando pérolas de um certo clube; teve Paralamas + Titãs à todo gás( e participação válida de Maria Gadú) mesmo com vários problemas técnicos; duas participações gringas: a The Asteroids Galaxy Tour ( um tanto chinfrim para um evento dessa envergadura) e a portuguesa Gift ( que eu achei bem espontânea e com uma vocalista de presença); e finalizando o segundo dia Sunset, a mais louca e bizarra apresentação até agora ( e que dificilmente será superada): Mike Patton, crazy como sempre, agora com seu projeto Mondo Cane, que mistura música pop romântica italiana (trilha da sua infância), postura punk cafajeste e a parede sonora da incrível Orquestra de Heliópolis ( praticamente minha vizinha) extrapolando em emoção e entrega. A platéia não entendeu muito ( e esse era o intuito) mas se entregou à loucura do californiano, em noite de Tom Waits napolitano. No palco Mundo, com as atrações mais cobiçadas, o grande destaque para mim até este instante foi a apresentação impecável de Sir Elton John, que sem pirotecnias ou cenários mirabolantes, em um show curto e eficiente, mostrou sua fábrica de hits perpétuos com precisão cirúrgica, incluindo nesse processo sua banda boa e camarada de longa data. Claudia Leitte? foi corajosa em cantar Led Zeppelin, incluiu Zeca Baleiro, Chico César e Jorge Ben, mas excetuando seu fiel público, não conseguiu empolgar a  geral e acabou o show com o axé de sempre estampado na testa ( na perna?). Katy Perry? gritou muito, trocou de roupa mil vezes ( e usou até truque já visto no Carnaval, o das trocas instantâneas), fez ceninha com um sorocabano no palco e só mostrou emoção mesmo no final, quando deixou de ser parte do figurino de guloseimas para olhar de frente a platéia. Mediana. Rihanna? dessa eu não posso falar nada, pois ela demorou tanto pra entrar que eu acabei dormindo. Dizem que foi um bom show. Será? A segunda noite do palco principal foi mais rock desde o início, com NX Zero, corretos e profissionais, empolgando seus fãs incondicionais ( mas que não conseguiram furar o bloqueio deste velhaco roqueiro aqui - nada pessoal); em seguida, Stone Sour, que eu não conhecia e faz um clima "metallica" interessante, que consegue reação da platéia, mas que também cansa em meia hora. Melhor sinergia conseguiu a nossa Capital Inicial, com sua cozinha competente, todos tocando como fãs de rock que são e destacando, claro, a performance empolgada de Dinho Ouro Preto, que sempre resgata a história roqueira de Brasília via Aborto Elétrico ( que conheceu como fã aos 17 anos e hoje toca com dois ex-integrantes) e seu peculiar dom de "segurar" a multidão ( desta vez, pediu "um passinho pra trás, por favor" e jogou garrafinhas de água para alguns que passavam mal no gargarejo). Um dos melhores shows até agora. A próxima atração ( que eu estou assistindo now, 23:45h) é o Snow Patrol, que parece bem interessante e simpática, numa linha pop rock 80/90, mas sem grandes vôos rasantes. O aguardado Red Hot Chili Peppers vem aí. Mas deles eu falo no próximo post ( não, hoje eu não vou dormir antes).
O RiR na íntegra ( e a programação):
http://multishow.globo.com/platb/rock-in-rio/category/dia-2/
http://www.rockinrio.com.br/pt/live/lineup.php

23 de setembro de 2011

Imagens raras da primeira década dos Stones

Ao lado do cartaz anti-drogas, o junk Keith Richards (1972 - photo by Ethan Russel)
Está em exposição desde o dia 15, raras e belas fotos de profissionais renomados que clicaram os Rolling Stones em seus primeiros dez anos. Uma pena que para vê-la, só atravessando o Atlântico ( embora pelo link abaixo dê para se ter uma boa noção da coisa). Até 1970, o grupo esteve sob contrato com a gravadora Decca Records, daí o nome da mostra, ""The Decca Years: The Rolling Stones, 1962 – 1971". As imagens captam o grupo desde a sua primeira exposição pública, quando os integrantes apareciam com cara e jeito de "legítimos cultuadores do blues", passando pela  fase mais psicodélica, em paralelo com a onipresença Beatles e o mod do The Who, culminando com o jeitão dândi decadente da virada da década. Interessante que imagens ótimas como essa aí em cima foram tiradas em 1972, um ano em que o grupo estava livre da Decca ( embora atolado de embrólios na justiça pelos direitos das músicas) e portanto, fora do período citado pelos curadores. Nada que ofusque a proposta.

Jimi Hendrix e Mick Jagger em 1969, antes de um show dos Stones no Madison Square Garden, NY ( photo by Eddie Kramer)
Vale lembrar que entre 1968 e 1972, os Stones alcançaram um ápice criativo que bons momentos isolados no futuro não foram suficientemente sólidos para perpetrá-lo. As fotos trazem essa aura, um misto de arrogância, decadência e liberdade - posturas milimetricamente trabalhadas nos bastidores. O preto e branco ( na maioria das fotos) dá vida e perpetua um período que fez história. E os Stones, novos, estão lá, para mostrar que o rock de verdade nunca teve vergonha de coisa alguma.
Segue o link para + imagens ( e para quem vai dar uma passadinha por Londres, a exposição fica até 23 de outubro na galeria Proud Chelsea):
Clique http://www.proud.co.uk

22 de setembro de 2011

REM, it's the end


REM em 1981
Depois de 31 anos de uma respeitável carreira, 15 discos e duas visitas ao Brasil, a banda REM anunciou no site oficial o fim de suas atividades. Segundo o vocalista Michael Stipe,  o fim não teve nada a ver com desentendimentos ou brigas, e é fruto de uma “decisão entre amigos”. O REM, nascido em 1980 em Athen, Geórgia (EUA), era um quarteto formado por Stipe ( vocal), Mike Mills ( baixo – ele escreveu a despedida oficial), Peter Buck (guitarra) e Bill Berry (bateria – saiu da banda em 1997 por motivos pessoais), que por um bom tempo seguiu independente, depois de estourar nas rádios universitárias ( que, a grosso modo, faziam o papel que faz a internet hoje). Nos 90, virou mega, principalmente com as vendas milionárias dos álbuns Out of Time (1991- só este vendeu 4 milhões de cópias nos States) e Automatic for the People (1992), que traziam em seus sulcos os sucessos Losing My Religion, Drive, Shiny Happy People  e Everybody Hurts ( a canção mais triste do mundo?). Com o  passar do tempo, a banda ficou  mais contemplativa e até introspectiva, mas sem deixar de lado a crônica social. O REM sempre foi uma banda que primou pela qualidade, tanto nos tempos duros como nos áureos ( e até em voltas de recessos e  abalos de saúde), e que fecha uma carreira excepcionalmente honesta, que em nenhum momento apelou para modismos ou concessões fonográficas ( chegou sim  a mudar o estilo, mas sem perder a essência). Uma jóia rara num meio recheado de pedras falsas, até no seu final mostrou ser uma banda de “aura diferenciada” ( se valerem as declarações): sem brigas, xingamentos ou advogados. Um grand finale.


Seguem grandes vídeos na página especial da banda no Youtube, uma seleta de 4 músicas (anos 80) e o anúncio oficial de ontem:
http://www.youtube.com/user/remhq?blend=1&ob=4 

http://www.youtube.com/watch?v=Xt93x3bSsvQ&NR=1

http://www.youtube.com/watch?v=1v1eWadquoY&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=M91_IWYzmYA&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=Z0GFRcFm-aY 

19 de setembro de 2011