26 de setembro de 2012

O Acervo Sorve 8: Popeye nº 1 - Ebal (março de 1953)

Essa relíquia acima eu consegui no ótimo Mercado de Pulgas, evento capitaneado pelo Edson Diogo do Guia dos Quadrinhos. E foi com um dos melhores expositores que ali estavam - o Celso "Comic Hunter". Mesmo chegando no meio da tarde, quando grande parte das raridades já estavam nas mãos de ávidos "caçadores", encontrei exemplares bem interessantes - alguns raros, outros apenas para completar minha coleção - e assim que puder, postarei aqui. Esmiuço por enquanto esse exemplar nº 1 do Popeye, lançado pela Ebal no movimentado mês de março de 1953, em que foram publicados outros primeiros números pela editora, incluindo o cultuado Batman (os lançamentos simultâneos podem ser vistos no anúncio acima). Vale a pena também ler de ponta a ponta o "Conversa do Diretor", seção em que Adolfo Aizen traz não só curiosidades sobre o famoso personagem como resgata nomes de colaboradores ilustres que trabalharam na primeira publicação de Popeye para o "Suplemento Infantil", primeira publicação de Aizen no campo dos quadrinhos. Os ilustres citados são Donatelo Grieco, ex-Cônsul do Brasil em Lisboa e que deu nome a vários personagens da série e seu primo Giuseppe Ghiaroni, novelista, radialista e poeta. Também é citado o jornalista Orlando Dantas do Diário de Notícias, que publicou as tiras de Popeye em seu jornal graças à dica de Aizen. Esse era um tempo em que poetas, escritores (como Nelson Rodrigues), artistas plásticos e funcionários públicos trabalhavam nos bastidores das histórias em quadrinhos, como tradutores e "adaptadores" principalmente. Muitos destes profissionais deram nomes ou "abrasileiraram" nomes estrangeiros de personagens, vários utilizados até hoje (Dudu, chapa do Popeye é um deles). Curtam as imagens, que são de encher os olhos.

24 de setembro de 2012

Vida nova para o Copan



O mítico edífício Copan, no centro de São Paulo, finalmente está conseguindo ressurgir de uma extensa fase decadente. O curvilíneo cartão postal da cidade, inaugurado em 1966 e com projeto inicial de Niemeyer, ainda sofre com o desleixo a que foi submetido em décadas, mas já experimenta uma nova fase de recuperação, com projeto de tombamento da fachada e uma lufada de vida vindo do mundo da arte. Isso mesmo. No dia 04/09, um grupo de jovens artistas lançaram o "Pivô", galeria criada dentro do edifício, aproveitando três andares a muito tempo desativados, para ser um espaço cultural múltiplo, aberto e de grandes experimentações artísticas.
A ideia de criar o Pivô rolou depois de uma primeira ocupação da área, no ano passado, em uma intervenção coletiva chamada "Projeto Imóvel", que reuniu 28 jovens artistas, sem representação em galerias, além de workshops e palestras. O movimento bombou e deu pano para uma proposta mais duradoura. A exposição inaugural chama-se "Da Próxima Vez Eu Fazia Tudo Diferente" (essa é a última frase do filme "Documentário" de 1966, do diretor Rogério Sganzerla) e exibe trabalhos de 14 artistas até 14/10 (entrada gratuita).
O Copan já tem um ótimo bar, o Dona Onça, com uma das melhores cozinhas de bar de São Paulo e entre os seus milhares de moradores distribuídos em 1.160 apartamentos, já despontam figuras chaves do meio cultural como o fotógrafo Rui Mendes, o diretor da Casa do Saber Mario Vitor Santos, a atriz Mika Lins e o multiativista Carlos Beutel da ONG Viva o Centro e do Fórum do Centro. Muita coisa ainda tem que ser feita, fora e dentro do Copan, mas aos poucos suas veias obstruídas ganham oxigenação e pendem para um futuro promissor.
Copan
Av. Ipiranga, 200, loja 48, Centro, SP
Informações: (11) 3259-5917

21 de setembro de 2012

Charlie Chaplin em nova coleção da Folha

No domingo próximo (23), começa mais uma ótima coleção da Folhona: em 20 livretos-DVDs, formato já comum neste tipo de série colecionável, o jornal trará toda a obra do genial diretor/ator, incluindo não só seus clássicos, mas também inéditos, curtas e projetos em que atuou como diretor ou em pequena participação como ator. Esse painel aviva as outras facetas do artista, desde produtor, roteirista, dançarino e músico, até "escada" para outros atores. A coleção é uma realização da Versátil, que vem fazendo um trabalho essencial para a memória cinematográfica, relançando diretores cruciais como Bergman, Antonioni, Puccini e Glauber Rocha. Abaixo, todos os   DVDs da coleção:


Feira de Discos no Bar Brahma

Olhem que beleza de cartaz! e o evento promete: são 60 expositores, incluindo colecionadores e sebos, vai rolar show com duas bandas ( uma de surf rock e outra de jazz) e também vai ter venda de acessórios - vitrolas principalmente! vai rolar no domingão, dia 30/09 e a entrada será grátis. Informações no 980-302-255.

20 de setembro de 2012

Seu João Massolini no Diário do Grande ABC (+duas)


Mais duas matérias sobre as "relíquias" do meu pai saíram no espaço "Memória" do Diário do Grande ABC, do grande historiador-jornalista Ademir Médici. A primeira lá em cima é do dia 12 e a seguinte é do dia 13. Dentro de alguns dias, segundo Ademir, outras pautas surgirão em torno dos documentos resgatados do acervo do Seu João. Assim que sair, posto aqui.

13 de setembro de 2012

Naumin Aizen (1939-2012) e Edmundo Rodrigues (1935-2012)

Foto dos anos 60 na Ebal.  Na roda intelectual com Chico Buarque (com violão), Adolfo Aizen ( de óculos) e os escritores Paulo Mendes Campos (1º à esquerda) e Fernando Sabino ( 5º), Naumin Aizen ( o maia calvo, com cigarro na mão) em seu auge como editor.
Mais dois grandes batalhadores dos quadrinhos faleceram neste 2012: Naumin Aizen, editor e filho do inesquecível fundador da Ebal, Adolfo Aizen, e Edmundo Rodrigues, desenhista e diretor de arte que deixou marcas fortes ao longo de cinco décadas. Naumin, que faleceu em julho, mas só teve sua morte anunciada nesta semana, nunca mais se recuperou do precário epílogo da Editora Ebal, que chegou a maior editora de quadrinhos entre os anos 60 e 70, mas sucumbiu a diversos fatores administrativos e econômicos. Com a morte de seu inesquecível pai em 1991, as coisas que já estavam ruins, pioraram e o fim foi inevitável, deixando toda as pendências jurídicas e trabalhistas em suas costas. Atualmente morava em asilo mantido pela comunidade judaica do Rio. Já Edmundo Rodrigues, falecido no último dia 10, depois de produzir quadrinhos desde o final dos anos 40 e se aposentar durante outro fim traumático, o da Bloch, também nos anos 90, continuou desenhando esporadicamente para livros e nos últimos tempos frequentava ativamente o Facebook e mantinha um blog pessoal com suas reminiscências. A última edição da  revista Mundo dos Super Heróis ( nas bancas) traz uma ótima entrevista ( e eu creio a última) com Edmundo feita pelo Roberto Guedes - vale a pena ler. Matéria completa do UHQ, abordando a história desses dois essenciais profissionais dos quadrinhos nacionais, pode ser lida aqui:
http://universohq.com/quadrinhos/2012/n13092012_01.cfm

11 de setembro de 2012

As memórias do Seu João Massolini no Diário do Grande ABC


Começou hoje na coluna do historiador Ademir Médici no Diário do Grande ABC ("Memória") uma série histórica com meu pai, focando documentos e impressos relacionados à região, guardados ao longo de pelo menos 6 décadas. Quase ninguém dá valor à impressos/objetos do cotidiano e  guarda por exemplo, panfletos, convites, chaveiros, documentos, jornais estudantis, folhinhas, revistas, folhetos, carteirinhas, etc, mas como bem diz o jornalista-historiador na matéria, "de onde trabalhou, de onde estudou, João Massolini foi guardando documentos". Na coluna de hoje, além de um pequeno perfil, há também detalhes de família e trajetória escolar/profissional. E duas fotos antológicas de dois momentos futebolísticos do goleiro amador João Massolini ainda na década de 50. Nos próximos dias, e o almanaque fará questão de postar, aparecerão os tais documentos guardados com afinco pelo meu velho - não percam. Aí vocês perceberão porque o filho dele ficou assim - com a memória bombando no sangue. Quem acompanha o blog já se deparou com algumas relíquias, principalmente editoriais, do baú do Seu João - nessa série do Ademir Médici, surge uma outra faceta do meu pai, ligada às suas raízes na região do ABC. Segue o link da coluna abaixo ( edição digital na íntegra - a coluna está na pág 2 do segundo Caderno - SeteCidades). ( a imagem acima também traz a matéria toda).
http://www.dgabc.com.br/vp/read/

10 de setembro de 2012

7 de setembro de 2012

"Melhor disco brasileiro de todos os tempos" do Estadão: votação encerrada

A votação para "melhor disco brasileiro de todos os tempos" do Estadão foi encerrada hoje e trouxe um resultado inesperado, pelo menos para os mais velhos. Ventura do Los Hermanos, de 2003, foi o vencedor com 11% dos 25 mil votos computados. Nada contra o grupo, que fez/faz uma mistura interessante de pop/samba/rock/indie, mas pelo menos na minha votação particular, esse disco estaria entre os últimos, atrás do Clube da Esquina de Lo/Milton ( o meu primeiro), e também do Chico, Elis/Tom, Raul Seixas, Novos Baianos, Secos & Molhados e pelo menos mais vinte dos selecionados. O disco vencedor aliás, é o mais novo dos que estavam concorrendo e o único do século XXI. Votação é assim mesmo...quem diria que o caçula alcançaria o topo com mais de 2000 votos? e quem diria também que o essencial Refavela de Gil pegaria a penúltima colocação? democracia é isso - que venham mais enquetes sobre música ( qual o melhor guitarrista? qual a melhor cantora? qual a melhor banda de rock? etc) e claro, mais polêmicas, pra agitar as redes e os papos dos amigos e fanáticos por listas.