30 de outubro de 2020

As seis edições da Revista MeMo agora impressas!

Soube ontem de uma ótima notícia para as HQs nacionais: a essencial revista MeMo, idealizada e produzida pelo publicitário e especialista em quadrinhos Toni Rodrigues, finalmente está disponível no formato impresso, em uma parceria do autor com a Editora Criativo e o selo GRRR!. As seis edições existentes - Rodolfo Zalla (nº1), Luiz Saidenberg (nº2), Nico Rosso (nº3), Monteiro Filho (nº4), Jayme Cortez parte 1 (nº5) e Jayme Cortez parte 2 (nº6) podem ser compradas avulsas ou em um pack com todas na loja da Editora Criativo. Tive a honra de participar deste projeto como revisor e estou ansioso para ver como ficou no papel - o conteúdo eu já sei que é muito bem pesquisado e editado!

O link para a loja da Criativo está aqui embaixo. E na sequência, todas as capas:

https://www.criativostore.com.br/busca.asp?t=memo









Biografia de Jacob do Bandolim até dia 02/11 no Catarse!

 


A esperada biografia de Jacob do Bandolim, (Editora Noir), "Um Coração que Chora" está em campanha de captação no Catarse até 02/11/2020! Fruto de longos anos de pesquisa do jornalista, pesquisador e editor Gonçalo Junior, a obra captura a vida do maior bandolinista e compositor do choro, falecido em 1969, baseada em farto material de arquivo e dezenas de depoimentos e entrevistas. Como o livro ficou com quase 700 páginas, o autor resolveu fazer essa campanha flexível e relâmpago no Catarse com a tiragem limitada. Quem apoiar e fazer a compra antecipada terá direito a um exemplar autografado, nome impresso nos agradecimentos do livro, uma foto rara do acervo do Instituto Jacob do Bandolim (que está apoiando a obra) em formato postal e cinco marcadores de texto exclusivos. Há também outras recompensas exclusivas para outras opções de valores. Uma oportunidade única para adquirir a primeira e definitiva biografia do mestre Jacob. Link do Catarse abaixo:

https://www.catarse.me/jacob_do_bandolim_a_biografia_90cd?ref=ctrse_explore_pgsearch&project_id=123632&project_user_id=1156297




22 de outubro de 2020

Baú do Seu João 34: certificado de curso de cinema - Super-8 (1979)

 Nos anos 70 meu pai, que sempre amou cinema, filmagens, projetores - na mocidade assistia três sessões seguidas de filmes nas matinês dos cinemas de bairro e no final da vida vivia filmando festinhas e encontros familiares com sua filmadora - resolveu fazer um curso de Super-8, na época ministrado por professores ligados ao CRIC (Círculo de Realizadores Independentes de Cinema), em Santo André. Eu tinha 12 anos e lembro do meu pai produzindo um filme aqui na rua, com ajuda dos meus tios e amigos, com muita correria, gente subindo no muro do terreno da Eletropaulo (na época Light), gritos de "Corta!". Um barato! Desde que me conheço por gente, sempre vi meu pai antenado quando o assunto era cinema - desde os anos 80 teve câmera de mão e nos anos 70 usava o projetor de slides. Nessa época de Super-8 chegou a filmar inclusive um acampamento que participei como escoteiro ( fiquei de 1979 a 1981 no escotismo) e um pouco antes do seu passamento, ele estava passando todas essas imagens para o digital. Em outra oportunidade, tentarei compartilhar aqui algumas dessas filmagens. Valeu pai, por tantos tesouros culturais a descobrir ainda! 

Segue o certificado do curso:





17 de outubro de 2020

No Dia dos Professores, uma linda homenagem à minha mãe (por Pedroso de Moraes)

 Há alguns meses atrás, às voltas com a matéria sobre o bar Senadinho para a Revista Raízes, fui atrás do diretor/fundador da Tribuna do ABCD, Pedroso de Moraes, pois sabia que ele tinha boas histórias e imagens sobre o local. Realmente, sua ajuda foi muito preciosa e a matéria acabou muito enriquecida com fotos de seu arquivo e histórias saborosas de bastidores. Artigo pronto, recebi um telefonema do Pedroso dias depois me perguntando o que a Lourdes Pareja era minha, pois ele tinha visto seu nome nos agradecimentos do livro de poesias Aura de Heróis que eu lhe tinha presenteado. Quando eu falei que ela era minha mãe, ele quase desmaiou do outro lado! Aí ele me explicou o porque de seu espanto: minha mãe era uma antiga professora sua ( na verdade a segunda de sua vida) e ele na época era encantado por ela, tanto por seus ensinamentos precisos como por sua beleza radiante. Desde então ele tentara encontrá-la, mas todas as suas tentativas foram em vão. Mal sabia ele que ela estava bem pertinho do seu jornal, no bairro vizinho, casada e com dois filhos. Minha mãe acabou falecendo em 2002 sem saber dessa procura e agora, 60 anos depois, uma linda homenagem do seu ex-aluno, aproveitando o dia dos Professores, surge comovente na internet. Onde estiver, mãe, espero que você possa receber ou sentir de algum jeito esse depoimento sincero do Pedroso e aproveitando a ocasião, um beijo saudoso e estalado desse seu filho que ainda sente muita saudade.

(a homenagem e a foto usada, abaixo):



HOMENAGEM AO DIA DOS PROFESSORES


À INESQUECÍVEL PROFESSORA LOURDES PAREJA

Em especial à minha segunda professora Lourdes Pareja que hoje mora no Paraíso. Graças a ela, eu aprendi as primeiras lições e a escrever com letras bonitas. Isto, há 60 anos durante todo esse tempo eu mantive ela tão linda na minha memória. Deus infinitamente é bom e recebi a visita de um filho dela jornalista também, da Editora Abril que estava fazendo uma matéria sobre o “Senadinho” para Revista Raízes - Marcos Massolini que me presenteou com um livro com o título “Aura de Heróis”. Por Deus, acho que somente por Deus o editor do livro autografou justamente na página em que ele prestava homenagem para as pessoas que lhe eram caras, qual não foi a minha surpresa ao ver o nome Lourdes Pareja Massolini (in memoriam). De imediato, liguei para ele e perguntei: - Quem é essa Lourdes Pareja que você está homenageando? Ele disse: “É minha mãe”; então perguntei: - O que ela fazia? “ Era professora”, então disse: Onde, seria em Santo André? Em algum grupo escolar da Avenida Dom Bosco? Ele disse-me : “Sim”, então eu falei para ele: - Pois é; Deus me trouxe a quem eu tanto esperei rever. Ela foi minha professora; Marcos levou um espanto. A professora vive na minha memória há 60 anos. Perguntei: - Ela é viva? Ele me disse: “faleceu”. Fiquei alegre e ao mesmo tempo triste. Ele me disse:” tenho foto dela”. E eu falei: - Em nome de Jesus, me mande a foto. Ele respondeu: “ vou lhe enviar em qualquer dia da semana”, e o Marcos não tinha me mandado ainda. Liguei para ele: Desculpe-me ligar novamente, mas você não vai me deixar passar o sábado e o domingo com toda essa curiosidade. De bate pronto mandou-me a foto. Era ela mesma! Com certeza pela candura desta mulher heróica e aguerrida está no Paraíso junto à Deus. Minha homenagem a ela através de uma prece ao Criador com muito carinho. Agradeço à Ana Sales pela feliz lembrança que envolvido pelo trabalho, estava me esquecendo. Mas tenho certeza que Deus já me perdoou por isso...Acho que Dona Lourdes Pareja está lecionando no Paraíso. 

Pedroso de Moraes

16 de outubro de 2020

O novo livro do poeta Hugo Paz

O poeta e artista plástico Hugo Paz já está há um bom tempo na labuta cultural da literatura. Conheci sua pessoa e sua obra nas reuniões da APL (Academia Popular de Letras) aqui em São Caetano, onde somos membros. Hugo é um dos poetas/artistas mais ativos da Grande São Paulo e mesmo com a epidemia - que acabou limitando bastante sua movimentação pela periferia toda, ABC, interior e onde mais precisasse de um sarau, de uma oficina, de uma declamação, de uma palavra de incentivo para crianças, fãs, e pretendentes à escritores - ele continua à toda com sua produção: além de artes incríveis que já foram expostas este ano, em agosto saiu o seu novo livro de poesias, "Sopro de Ideias" (Editora Desconcerto), uma obra que junta várias temáticas poéticas de sua lavra - social, política, conflitos, relações, cultura, negritude, identidade, ancestralidade. Um sopro de sensibilidade e engajamento nesses dias tão difíceis. Para saber mais e adquirir a obra, escreva para hugopaz11@yahoo.com.br ou mande uma mensagem para sua página no FB , "Hugo Paz -Poeta e Artista Plástico".



14 de outubro de 2020

Foto do Mês: Cyro Monteiro e Grupo Rosa de Ouro (1967/1968)

Voltando com a "Foto do Mês" que estava meio encostada nos últimos tempos, trago essa maravilha aqui em PB, que consegui para o acervo recentemente. A imagem deve ser de 1967 ou 1968 pois traz o encontro do grande intérprete Cyro Monteiro (e grande tocador de caixa de fósforos) com o grupo Rosa de Ouro, protagonistas junto de Nora Ney e Clementina de Jesus do show "Mudando de Conversa" de 1967, produção de Hermínio Bello de Carvalho. Como o show virou disco em 1968 pela gravadora Odeon, é bem provável que essa foto seja de um desses anos. Na foto, vemos ao lado de Cyro Monteiro, Dino Sete Cordas (que não era do grupo quando foi formado em 1965 - não sei se oficializou como integrante fixo), Anescarzinho do Salgueiro, Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho, Mauro Duarte e outro integrante que não reconheci ( quem souber, por favor, avise nos comentários). Da formação original do Rosa de Ouro não estão presentes Paulinho da Viola e Nelson Sargento. Um belo registro, que infelizmente não tem informação de fotógrafo, agência e data. (Para observar melhor os detalhes da foto, é só clicar em cima dela).





4 de outubro de 2020

Zuza Homem de Mello (1933-2020)


Um dia de consternação. Zuza Homem de Mello, produtor, escritor, jornalista, mestre de cerimônias, radialista, pesquisador, colecionador, músico, partiu, aos 87 anos. Triste, muito triste pela sua partida, mas confortado por saber de sua vida intensa e apaixonada e por saber também que ele faleceu dormindo, em paz, depois de brindar com a família à noite por todos os projetos bem sucedidos. E quantos projetos! Sua idade não o fazia descansar e a música, sua paixão da vida inteira, estava em todos eles. Como o último, "Muito Prazer, Meu primeiro Disco", em parceria com o Sesc e idealizado pelo jornalista Lucas Nobile. Em curadoria conjunta no projeto, Zuza entrevistou para o primeiro capítulo, Gilberto Gil que desfia para o público seu primeiro LP, "Louvação", de 1967 (a entrevista pode ser acessada nas redes sociais do Sesc, no Youtube do Sesc Pinheiros e na plataforma do Sesc Digital). Na pandemia estava superativo, participando de lives e colaborando com vários programas. O seu programa na Rádio USP, 'Playlist do Zuza" também estava à toda no ar, desde 2017 e sempre muito intenso, como tudo o que Zuza se dispunha a fazer. Li o seu livro "Copacabana - A Trajetória do Samba-Canção" (2017 - Editora 34) no início deste ano e simplesmente amei tudo nele: o tema, a pesquisa, os detalhes apurados das gravações de grandes clássicos, a geografia carioca na época, as entradas pessoais de Zuza como um diário em busca da boa música. Uma grande obra que ele maturou por 10 anos! Outros livros de Zuza que devem ser lidos por todos que amam música: os dois volumes feitos a quatro mãos com o pesquisador Jairo Severiano nos anos 90 para a série especial musical da editora 34, "A Canção no Tempo", onde cada ano é apurado e suas canções marcantes esmiuçadas; "A Era dos Festivais", detalhando um dos períodos mais férteis da música brasileira no papel de testemunha ocular privilegiada como técnico de som da Record. Esse emprego na Record veio em sua volta ao Brasil, depois de passar um bom tempo nos EUA, primeiro aprendendo a tocar baixo com lendas do instrumento no jazz, como Ray Brown, na School of Jazz em Massachusetts e em seguida na prestigiada Juillard School of Music, em Nova York. Enquanto estudava, passou a frequentar casas míticas de Jazz, onde pode ouvir ao vivo lendas como Thelonius Monk e John Coltrane. Lá aprendeu não só a tocar, mas a ouvir a boa música, o que o levou à grande meta da sua vida: fazer as pessoas saberem ouvir música. E foi o que fez: na Record, na TV Cultura, como diretor em "O Fino da Música" no Anhembi (SP) - onde conseguiu reunir o regional de Canhoto, Elis Regina, Ivan Lins, Elizeth Cardoso, entre muitos outros -, e como um dos articulistas do I Festival Internacional de Jazz de São Paulo em 1978 (em sete dias e oito noites), que trouxe nomes como Dizzy Gillespie, Benny Carter, Stan Getz, Astor Piazzolla, Jazz at Philarmonic (que entre seus lendários componentes tinha a presença de Ray Brown!) e Etta James, e também na segunda edição (1980), de novo em parceria com Montreaux, trazendo Betty Carter, Dexter Gordon e Joe Pass. Tive o grande privilégio de conhecer Zuza quando o entrevistei em 2010 para um projeto sobre a gravadora Marcus Pereira (que acabou abortado). Em seu apartamento em Pinheiros, além da excelente acolhida sua e de sua esposa Ercília, pude contemplar (babando) sua primorosa coleção de LPs que tomavam as paredes de um cômodo inteiro. Me mostrou três fileiras que considerava o xodó da coleção: Jazz; Música instrumental brasileira e Chorinho, e nos intervalos da entrevista, saboreando um bom café, colocou no prato alguns discos escolhidos a dedo. Um momento de pura exaltação e inesquecível pra mim. Nos anos seguintes, trocamos alguns e-mails e sempre que podia mandava alguns catálogos de discos para ele. Há duas semanas, depois de um bom tempo sem contato, falei com ele por telefone, pedindo ajuda em uma pesquisa, caso localizasse em sua coleção. Ele sempre solícito e generoso, disse que ia checar e caso achasse algo, avisava. Ontem partiu silenciosamente, como se tivesse se preparando para uma viagem como aquela da sua juventude, mágica e surpreendente. Onde for, a música certamente vai estar te esperando, Zuza!

(para quem quiser saber mais sobre o Zuza, vale a pena ver o curta 'Zuza Homem de Jazz" de Janaína Dalri - aqui: https://canalcurta.tv.br/filme/?name=zuza_homem_de_jazz )

Em tempo: espero que o lançamento da biografia de João Gilberto que estava planejado pela Editora 34 para a virada do ano ainda se mantenha!