26 de janeiro de 2022

O livro do Vitorio Cestaroli será lançado hoje!

 


Este é o livro do grande Vitorio Cestaroli, saído fresquinho da gráfica. O projeto, por vários motivos, levou alguns anos para ficar pronto e fazer parte da equipe que o ajudou na elaboração (fiz a revisão e o texto da quarta capa), ainda mais no meio dessa pandemia, é realmente um privilégio e um contentamento sem tamanho. Vitório abriu seu coração e mente para contar detalhes e momentos de sua longa carreira na publicidade e no meio editorial, em empresas como Editora Abril, Globo, Mesbla e OESP, e também passagens de sua vida em família, no futebol e na assistência social. Uma trajetória marcada pelo seu temperamento forte e muitas vezes a flor da pele, mas sempre leal, honesto e sincero. As fotos históricas, com grandes profissionais da publicidade, times em que jogou, viagens em família, aliadas às ilustrações fidedignas do ótimo Mario Mastrotti (mais uma vez, meu caminho cruza o do Mastrotti, com quem já fiz projetos inesquecíveis), algumas hilárias, dão o tempero certo para essa intensa autobiografia. A acuidade gráfica da Grife Publicações também deve ser mencionada. Mando mais uma vez os parabéns ao Vitorio e vou fazer o possível para estar presente hoje no seu lançamento às 19:30h no Clube São Caetano, local tradicional aqui da minha cidade, frequentado pelo autor há décadas. A capa aí em cima tem ilustração e lettering do Mastrotti e aqui embaixo segue a dedicatória que o Vitório fez pra mim.



20 de janeiro de 2022

Baú do Malu 84: Histórias Sinistras 21 (Seleções de Terror 88) - Editora Outubro


Eis mais um exemplar da minha coleção "HQs de terror", desta vez "Histórias Sinistras" nº 21 (Seleções de Terror 88) da Editora Outubro. A edição chama logo atenção pela capa "intensa" do mestre Nico Rosso, com uma fatídica mulher com decote aparente e cara maligna, de olho "grande" na gente, enquanto sua vítima agoniza lá atrás. Pelo anúncio interno de "Vigilante Rodoviário", este número da revista saiu entre o final de 1962 e o início de 1963. Nas histórias internas, já há a presença de uma nova geração de desenhistas na editora, como Wilson Fernandes (que trabalharia também para as editoras Pan Juvenil, Taika - nesta faria os heróis Escorpião e Bola de Fogo -, Edrel, Bloch, Press, entre outras) e Manoel Nunes (que também passaria pela Taika e outras editoras menores). Ironicamente, os três artistas que mais me chamaram atenção são para mim, três mistérios: Sumoko ( que usa um interessante jogo de sombra e luz) e Frederico Lopez de La Torre (que aparece em outras histórias da Outubro) - não encontrei referências sobre esses dois - e a primeira história, com um desenho bem original e fora dos padrões, que não tem assinatura (ATUALIZAÇÃO: o amigo Luigi Rocco, viu os créditos na lápide do primeiro quadro e me avisou: história de Ivan Saidenberg e desenhos de Julio Shimamoto. Valeu por essa!). Quem tiver dicas, por favor, me avise nos comentários. No expediente, ainda consta como diretor artístico o mestre Jayme Cortez, co-fundador da Outubro, que logo sairia da sociedade na editora e alçaria voos em outras paragens.










18 de janeiro de 2022

Canequinhas de louça: Bar do Elidio (década de 60) e Baile do Quentão (1912)

 Para apreciação dos leitores do blog, posto imagens (frente e verso) de duas canecas-miniaturas em louça do meu acervo, que já se tornaram peças históricas. A primeira é a caneca brinde do "Baile do Quentão", datada de 1912 (ou seja, com 110 anos). No verso consta o logotipo de um tal FCUST e estou tentando pesquisar na Biblioteca Nacional para ver we encontro alguma pista do que seja (se alguém souber, por favor, avise nos comentários). A outra canequinha é do tradicional Bar do Elidio, famoso pelo seu pioneiro balcão de acepipes, e que existe até hoje na Mooca (foi inaugurado em 1958), tocado pelas três filhas do fundador (Elidio Raimondi, falecido em 2012). Na peça não foi grafado o ano, mas o logo da Brahma sugere que seja dos anos 60.








14 de janeiro de 2022

Algumas clássicas revistas da Editora Pro-C

Em 1979, os amigos quadrinistas Francisco Marcatti e Ricardo Silva, que já faziam algumas edições marginais, resolveram fundar a Editora Pro-C, depois que Marcatti comprou a sua lendária primeira impressora offset de mesa (Rex-Rotary, dinamarquesa). Em agosto de 1980, foi impressa a Refugo nº2 e nos anos seguintes da década mais de três dezenas de revistas com tiragens de até 1000 exemplares. Abaixo, algumas dessas pioneiras revistas do meu acervo, uma pequena mostra histórica da extensa carreira do mais ativo artista dos quadrinhos independentes do Brasil: Francisco Marcatti. O artista continua em grande atividade, com nova impressora e um esquema recente onde imprime uma revista mensal com campanha fixa no Catarse. Um viva ao guerreiro Marcatti!

                             Refugo 2 (reimpressão de fevereiro de 1981)


                        
                                                  Lôdo 4 - novembro de 1983



                                      Cupim 1 - março de 1984



                                   Lôdo 6 - janeiro de 1985


5 de janeiro de 2022

"You Will Always be in Our Minds" - Átila Salvatore Panitz Púglia (1966-2022)

                                                          Festival do Idalina - 1984

Mais uma vez o chão a minha volta tremeu nessa pandemia: soube ontem à noite que o Átila, amigo de longa data (quase 40 anos de amizade), nos deixou antes do combinado. Quem o conheceu, sabe que ele era daqueles que de tão à flor da pele e com tanta ânsia e fome de tudo, podia tanto se transformar em uma onda cheia de paixão e ternura como um vulcão incontrolável. Foi assim a vida toda. Mas não vou entrar em seus conflitos e dificuldades aqui e sim lembrar de tantos, tantos momentos inesquecíveis que testemunhamos juntos, nessas quatro décadas de amizade: as composições que fizemos (eu letra, ele música) a partir do longínquo 1984 - que guardadas as devidas proporções, tinham uma sinergia na criação que lembrava Elton John-Bernie Taupin; o presunto parma que seus pais compravam e a gente devorava nas manhãs pós madrugadas insones em sua casa em Santo André; o festival de música ainda em 1984, para o qual formamos uma banda hippie de 7 integrantes, classificamos 6 músicas e por causa de problemas técnicos (e falta de ensaio), não levamos nenhuma para a final; o milagroso café da manhã que minha santa mãe levava pra gente no meu quarto (cujo ar era uma mistura de cigarro, álcool e chulé), nos domingos que acordávamos de ressaca às três da tarde; a viagem para Porto Alegre em 1986, quando descobri que lá não se atravessava serra para chegar na praia e que o Átila tinha duas avós incríveis: uma, amorosa e cheia de abraços, outra braba que só, mas muito divertida em sua rabugice; suas grandes interpretações de Elvis Presley, tanto no palco como em rodas de violão - aliás foi ele quem me mostrou tesouros escondidos da discografia do rei (e em troca eu lhe retribuí com os Stones); a viagem maluca que fizemos com o Zucco em que levamos pás e picaretas atrás de um veio de ouro que ele tinha visto em seu sonho (será que isso também foi sonho?); o apartamento de sua família na Ponta da Praia em Santos, que entrou para o folclore da turma do Ponto depois de tanta bagunça (e que por isso foi interditado posteriormente para qualquer integrante da turma); as noites sem fim do Chaplin Bar; os ensaios na casa dos Mazuras (regado à Beatles, Made in Brazil e Joelho de Porco) e na Tumba; os churras que duravam três dias na casa da Greice na Rua Alegre; as conversas filosóficas no terraço do Luiz; o show antológico em Santo André, que tinha na plateia minha tia e minha mãe, e foi tão empolgante que terminou com o Átila de shorts; a Kombosa que compramos em sociedade (por 500 pilas) e que depois de andar muito (chegou a ficar um tempo com a turma TNT, do mesmo bairro), acabou arriada no chão na Anhanguera, depois que lotamos a coitada em um trampo com material de gráfica; o show do Legião no Aramaçan; as voltas de moto pelo ABC; e tem mais, muito mais. Anteontem, como sempre fazíamos, trocamos mensagens via whats e ele, sempre empolgado (embora tenha reclamado de “probleminhas de saúde”), fez mais uma vez planos de tocarmos juntos nesse ano, e dessa vez com a presença do Gabriel e Letícia (meus filhos musicais). Lembrou também dos velhos tempos e parecia bem. Ontem, sua ex-esposa me avisa que ele faleceu no domingo à noite (ou seja, algumas horas depois da nossa conversa), possivelmente de um infarto. Era uma despedida.

Siga em paz, meu amigo. Agora, é descansar dessa sua última vida tão agitada e atribulada e ficar um pouco mais perto do seu pai, da minha mãe, do Délius e de tanta gente querida que certamente lhe acolherá onde você estiver.

                                                          No Chaplin - início dos 1990


   II Festival do Idalina - 1985 (banda Sétimo Cálice): Haroldo, Átila, Shazam, Ruy, Marcelo Mazuras,  Ricardo Mazuras


                              
                       Malu & Átila no I Festival do Idalina em São Caetano do Sul (Délius aparece atrás)

                                                   Átila, Nena e eu em frente a minha casa (1984) 


Átila e banda em frente ao lendário Chaplin Bar (Ricardão baterista aparece na esquerda e Satan, tecladista é o quarto da esquerda para a direita) - 1989


Átila em uma performance mais recente