31 de agosto de 2018

Duofel 40 Anos ( show no Sesc Paulista)

No fim de semana, eu e a turminha de casa fomos assistir o fantástico Duofel. Eu já tinha visto eles, mas lá no início dos anos 90 em algum daqueles extintos festivais que tinham como patrocínio uma marca de cigarros. Em 2018 a dupla completa 40 anos de história ( !!). Estão correndo o Brasil em turnê comemorativa e o Sesc Paulista foi um dos palcos escolhidos para a efeméride. O novo Sesc Paulista aliás me causou excelente impressão: 17 andares em que os visitantes podem circular à vontade; café aconchegante; ampla biblioteca com sofás e volumes surpreendentes ( vi até um livro infantil de autoria de Paul Rodgers homenageando Bob Dylan); e uma vista excepcional da Paulista e do centro lá no terraço. No palco, Luiz Bueno e Fernando Melo fizeram o que fazem de praxe: reviraram seus violões do avesso, transformaram eles em baixo, violoncelo, violino, berimbau ( inclusive rolou uma versão arrebatadora de "Berimbau"), em uma sincronia tão perfeita que um já sabe o ritmo da respiração do outro. Como não gravei o show e não encontrei nenhum registro de seus discos mais antigos ( o primeiro, independente, é de 1986), lembrei que eles fizeram uma longa parceria com a Tetê e partindo daí, encontrei esse raro registro ao vivo do mesmo ano. Mesmo com a imagem e o som prejudicados, uma beleza! Lembrando também que eles anunciaram no show um novo disco em breve com participação de Robertinho Silva e Carlos Malta. Segue o link:https://www.youtube.com/watch?v=HWzSZw0RWlE

29 de agosto de 2018

Foto do Mês: Luiz Eça e Leny Andrade ao vivo no Chico's Bar ( 1977)

Essa foto fantástica eu consegui para o acervo ali por volta de abril. É o tipo de imagem que transpira, tem som, arrepia. No seu verso aparece o carimbo informando a data ( 15/07/1977 - geralmente é a data de entrada no arquivo do jornal) e a origem (Acervo Última Hora), mas não tem o nome do fotógrafo e ao que parece não foi publicada. A extraordinária Leny Andrade, de olhos fechados, cantando "em transe" como sempre cantou; o lendário Luizinho Eça em seu universo "pianístico", envolvendo o ambiente com sua expertise de instrumentista de casa noturna desde o início dos anos 50 ( foi ele quem substituiu Johnny Alf na Boate Plaza). O cenário é o Chico's Bar ( no verso da foto aparece como "Chiko's Bar"). Esta casa noturna do Recarey foi celeiro de música ao vivo de qualidade por vários anos entre os 70/80 e gerou até discos ( Thoots Thielemans & Sivuca foi um. Uma Noite no Chico's Bar - Som Livre, depois Biscoito Fino - foi outro). A casa era reduto de músicos excepcionais e Leny e Eça eram "quase sócios". Compartilho abaixo o LP Luiz Eça e Bill Evans no Chico's Bar, gravado em 1979, com participação de Leny Andrade - Bill era grande amigo de Luizinho. Essa gravação histórica saiu de uma fita k-7 diretamente para disco no exterior. No Brasil, não sei se saiu oficialmente. https://www.youtube.com/watch?v=dUexHQZERoI

27 de agosto de 2018

Capa (s) do Mês: Juvenil Mensal - nº 11/ Novembro de 1962 e nº 26/Fevereiro de 1'964

Essas simpáticas "capinhas" são da revista "Juvenil Mensal" da EBAL do começo da década de 60 com heróis do faroeste. Curiosamente, essa publicação saía inicialmente em formato horizontal diferenciado ( a nº 11 tem a medida 13cm x 17,5 cm e a nº 26 tem 13 cm x 18 cm), embora por volta do número 30, voltasse ao formato tradicional das principais revistas da editora no período.

Um anúncio: "Ping-Pong" ( "O Juvenil Mensal" Nº 26 - EBAL - Fevereiro de 1964

Achado 8: carta de baralho com sambista

Essa curiosa carta de baralho ( um coringa? talvez, porque não tem número) trazendo ilustração de um típico sambista de bloco ( detalhe do confete espalhado no chão) eu achei não lembro quando, em uma dessas andanças por minha região. No verso, o logo de um cavalo alado, decerto da empresa responsável pela impressão da carta. Um item sem muitas informações adicionais sobre ano e fabricante, mas bem interessante!

21 de agosto de 2018

Itens históricos da EBAL e diários de Renato de Biasi no "Colecionadores de HQs"

Acabou de sair do forno mais uma matéria para a coluna "Alma de Almanaque" lá no Colecionadores de HQs. Desta vez, dei uma pinçada no meu acervo e encontrei itens históricos que envolvem a EBAL (Editora Brasil-América Ltda) de propriedade do lendário Adolfo Aizen e seu precoce secretário de redação André de Biasi, incluindo cartões de visita, convite, folheto de visita monitorada à editora e três diários pessoais do último. http://colecionadoresdehqs.com.br/itens-historicos-da-ebal-e-diarios-de-renato-de-biasi/

16 de agosto de 2018

Aretha Franklin ( 1942 -2018)

A rainha do soul se foi. Uma das maiores vozes da música em todos os tempos, Aretha é daquelas que extrapolaram sua condição humana para levitar no éter da perfeição. Sempre que eu escutava sua música eu entrava em transe, êxtase, devoção. Ela estava muito doente e agora vai brilhar em algum canto do céu, estrela que sempre foi. Que Deus a proteja, Lady Aretha, e guarde sua voz em algum invólucro sagrado.
https://www.youtube.com/watch?v=J6dQ2Qi0r78

13 de agosto de 2018

Baú do Seu João 23: Radinhos de pilha ( anos 60)

Desde que me conheço por gente vejo meu pai com um radinho, seja ao seu lado, na mesinha de centro da sala ou - preferencialmente - no banheiro enquanto rola um banho básico. A presença do tradicional rádio de pilha faz parte do cotidiano de toda uma geração do pós guerra e meu pai não fugiu à regra: dia de jogo, prévias, a partida em si e o pós-jogo eram etapas sempre acompanhadas nas ondas médias do dial. Esse dois aparelhos que compartilho aqui, ambos Made in Japan, são de uma segunda fase do meu pai, já casado. Portanto são de meados e final dos anos 60. Da primeira fase, solteira, quando às vezes tinha que dividir o rádio com os irmãos ( o mais novo torcia para o mesmo time - Corinthians; o outro, mais velho que o primeiro, mas mais novo que meu pai, era torcedor da Portuguesa) infelizmente não teve aparelhos de rádio sobreviventes para contar a história. Desse primeiro rádio que trago aqui, menorzinho, não me lembro direito pois eu era muito pequeno, mas do velho Spica, esse sim, vi ativo em pelo menos três décadas, do começo dos 70 ao final dos 90. Nos últimos tempos só meu pai entendia aqueles ruídos e grunhidos que saíam de suas entranhas, mas mesmo roufenho, gaguejante e arfante, o veterano companheiro estava ali, firme ( que nem geleia) em todos os jogos do timão. Hoje em dia meu pai assiste jogo mais na televisão, mas continua com um radinho disponível para emergências ou banho fora de hora. E no seu velho Gol 86 há também um rádio à postos. E esse dois, embora não funcionem mais, permanecem como troféus para meu pai, de um tempo em que jogo de futebol, além de melhor jogado, era imaginado com as cores, os movimentos, a respiração e o coração de torcedores fieis colados em seus radinhos de pilha.

Visita de José Zinerman Nogueira ao ABC e entrevista ao "Histórias que me Contam"

Na semana passada tive o prazer de me encontrar com o chapa José Zinerman Nogueira que aproveitou sua vinda ao ABC para visitar o acervo em Santo André e também conhecer alguns sebos da região. Logo cedo, seguimos para o centro da cidade via estação de Utinga da CPTM e no caminho já paramos em um bazar popular onde encontramos algumas miniaturas e bonecos a preços irrisórios. Já no centrão de Santo André, passamos no tradicional "Mikei" - onde desde pequeno compro gibis e revistas - próximo à estação de Santo André e em seguida no bazar beneficente do Exército da Salvação. Foi neste último que o Nogueira achou e me mostrou a graphic novel do essencial artista Seymour Chwast, um item muito valorizado e que ali estava com preço popular. Na volta ainda tive tempo de participar da série "Histórias que me Contam", criada pelo Nogueira e que está bombando na rede. Contei aquela história que já postei aqui no blog sobre minha periclitante aquisição de um letreiro do Amigo da Onça com cerca de 2 metros de altura ( o link do vídeo aí embaixo). Depois das trocas de sacolas que sempre fazemos com itens colecionáveis, o grande José Nogueira partiu para outras aventuras, ele que é um dos caras que mais registram a cultura popular, a arte independente e o colecionismo em geral em São Paulo. Ah, como esse dia era o seu aniversário , presenteei-o com o LP de uma das bandas que estão em seu "top 10" entre todas: Stormbringer, do Deep Purple (1974), já na fase David Coverdale no vocal. Antes da despedida, fechamos as arestas para uma nova parceria no sempre entusiástico mundo dos zines. Aguardem mais detalhes em breve aqui./////////////////////////////// https://www.facebook.com/josenogueira.nogueira.5/posts/1800555396701575

9 de agosto de 2018

Encontro quixotesco em São Caetano

As terras de André, Bernardo e Caetano viraram antigas localidades da Mancha, de Aragão e da Catalunha: encontrei Carlão quixotesco (sem Sancho Pança) em meu caminho e tudo virou lenda, paródia, moinho.

João Carpalhau - homenagem do Bira Dantas

Fiquei sabendo da morte prematura do João Carpalhau, um gigante na luta pela sobrevivência do quadrinho brasileiro e logo em seguida vejo esta arte tão reveladora do caráter e da importância do João feita pelo Bira Dantas ( acima). Aproveito então para homenageá-lo também, compartilhando do Bira este seu desenho pertinente e deixando abaixo o link da notícia do seu falecimento no Universo HQ, assinado pelo Sidney Gusman. Carpalhau se vai com apenas 38 anos, mas deixa um legado imenso na Baixada Fluminense e arredores com seu trabalho lúdico, didático e educador, seja no Capa Comics ou na Gibiteca Adail José de Paula. Assim como o Sidão, tive o prazer de conhecê-lo na entrega do prêmio Angelo Agostini no Memorial da América Latina. Sua missão aqui deixou profundidade. Que onde estiver possa continuar a mudar a realidade a volta com seu dom artístico e agregador. ///// http://www.universohq.com/noticias/morreu-o-quadrinhista-joao-carpalhau/

6 de agosto de 2018

Encontro Anual de Carros Antigos de São Caetano

No final do mês de julho participei em parceria com o Ricardo "Rick and Roll" Martins de um dos maiores eventos da cidade: o Encontro Anual de Carros Antigos, realizado no Parque Chico Mendes. Eu já tinha visitado o evento em outros anos mas como expositor foi a primeira vez. Eu e o Rick resolvemos testar o formato "Vinil e Comics", acrescido de itens colecionáveis como pôsteres e miniaturas. Por ter sido a primeira vez podemos dizer que foi um sucesso. Não tínhamos itens reais de automobilismo, mas acabamos chamando a atenção de um público diferenciado, muitos desse grupo atentos à música e às artes e também outros tantos com menos poder aquisitivo. No fim, além de conversas produtivas e de grande aprendizado - uma delas com o grande Cachimbinho, grande expert em discos e selos da velha guarda - ainda tive o privilégio de encontrar pessoas que fizeram parte da minha juventude, caso da família Engelmann ( em peso) e os irmãos Marcão e Almir ( 5ª foto abaixo), e um inusitado encontro com um dos fundadores do Demônios da Garoa, grupo mais longevo do Brasil, o seu Antonio (Totó - 10ª foto abaixo), que estava no evento com seu filho e gentilmente posou ao meu lado em foto que reproduzo aqui.

3 de agosto de 2018

A arte dos azulejos em São Caetano e arredores

Já faz um certo tempo que iniciei um grupo no Facebook chamado "São Caetano Inesquecível". O intuito desde o início é trazer fatos e imagens da história da cidade e região, além de temas históricos pertinentes. A página fez sucesso de "prima" entre meus amigos e colegas e logo passava de 500 inscritos, com a inclusão dos amigos dos amigos e apreciadores da preservação e resgate histórico do ABC. Um dos assuntos que mais fazem sucesso lá é o levantamento de imagens dos inúmeros azulejos artísticos que ainda resistem em garagens e fachadas da região. Já foram incluídas várias fotos e muitas dicas de endereços já foram anotadas para futuros cliques. Esse é um tema que chama a atenção não só para as chamativas artes dos azulejos mas também pelo fato de que em meio a prédios, estacionamentos e casas reformadas e novas, essas obras de arte que permeavam a arquitetura em um passado próximo, hoje podem ser consideradas "em vias de extinção". Daí a importância desses cliques. Na sequência de fotos, alguns bons exemplos publicados na página com essas riquezas da arte urbana que vão resistindo à "modernidade". E fica o convite para quem quiser conhecer o grupo lá no FB e saber mais detalhes sobre essas fotos.