31 de dezembro de 2021

"Mãos Dadas", de Drummond ( Um ótimo 2022!)

 O Almanaque fecha o ano com esse belo poema de Drummond, "Mãos Dadas". Mais do que nunca, não devemos largar as mãos dos nossos aliados! Um ótimo 2022 para todos os leitores do blog. Em 2022, tem mais, muito mais.



Grande Capa - "Tiradentes", de Gutemberg Monteiro (CETPA)

 


A série "Capa do Mês" passa a partir deste post a ter outro nome:"Grande Capa". Inauguro a nova fase com essa magnífica capa do mestre Gutemberg Monteiro (1916-2012 - também conhecido como Gut ou Goot). "Tiradentes" é uma das publicações da CETPA (Cooperativa Editora e de Trabalho de Porto Alegre -RS) que não constam nos perfis da editora sulista publicados por aí. A CETPA ousou lutar por um mercado de quadrinhos nacionais em um período complicado da História brasileira (entre a crise mundial do papel e o golpe militar de 1964), capitaneada pelo editor e desenhista José Geraldo, que conhecia o então governador do RS, Leonel Brizola., e arregimentou grandes desenhistas e autores para a empreitada:  Julio Shimamoto, Flavio Colin, Getúlio Delphin, João Mottini, Renato Canini, Bendatti, Flavio Teixeira, Luis Saidemberg (alguns não tiveram tempo de publicar nada e outros saíram com seus trabalhos em tiras nos jornais). A coisa começou a degringolar com a renúncia de Jânio Quadros e afundou com os militares assumindo o poder, mas mesmo assim a cooperativa conseguiu lançar pelo menos meia dúzia de títulos entre 1962 e 1963: Aba Larga (três edições); História do Cooperativismo; História do Rio Grande do Sul; Sepé; Zé Candango (só em tiras). Há algumas semanas consegui incluir esse "Tiradentes" no Guia dos Quadrinhos, importante site de indexação de títulos do quadrinho nacional. Até onde sei, é a primeira vez que a edição consta "oficialmente" entre as publicações da editora gaúcha. Nada mais justo que Gutemberg apareça como mais um membro atuante da CETPA (ele que fez não só a capa, mas a história em quadrinhos a cores e todo o texto histórico, ao lado da equipe da cooperativa), ele que é um dos mais importantes artistas nacionais, que fez história na Rio Gráfica (principalmente como capista, mas também como desenhista de Fantasma e outros personagens em uma segunda fase), trabalhou para a Ebal e Editora Outubro e brilhou nos EUA fazendo HQs de terror (para a Warren), HQs para a Charlton (linha romântica) e Harvey (Gasparzinho) e tiras para a dupla Tom & Jerry durante quase duas décadas. Gutemberg é um daqueles artistas geniais brasileiros que merecem uma biografia digna de sua vida/carreira. Demorou. (abaixo, o link do Guia dos Quadrinhos):

http://www.guiadosquadrinhos.com/capas/tiradentes/ti249100

A pedidos (Ranieri e outros amigos), posto uma página interna da publicação:



16 de dezembro de 2021

Vânia Bastos canta Taiguara (Tema de Eva)

Quando ouvi essa música na Rádio Brasil MPB, me emocionei pra valer. Eu sempre tive uma paixão incomensurável pela pungente interpretação de Vânia Bastos, e quando digo interpretação pungente estou me referindo a todas as suas interpretações, desde a época do Lira Paulistana na virada dos 1970 para os 1980. Tudo o que ela canta vira emoção, sentimento, profundidade. Tive a honra de vê-la uma vez (queria muito que fossem mais vezes) aqui perto de casa, nos anos 80, quando abriu uma casa de shows intimistas, Marina's, que trouxe muita gente boa pra tocar em São Caetano. Na mesma noite em que Vânia cantava com toda sua delicadeza e ternura, estava na plateia um fã seu de nome Belchior (que sentou em uma mesa com amigos, do lado da minha). Desde sempre comprei seus discos (que não foram tantos assim), muitos deles por selos ou gravadoras pequenas. Vânia Bastos é grande, tão grande, que nem sempre cabe nesse mundo urgente do sucesso a todo custo. Seu público fiel, que lota seus shows nos Sescs da vida, nas viradas culturais e festivais por aí comprovam que sucesso nas paradas é muito relativo. Viva Vânia Bastos, sempre Vânia Bastos.


Em tempo: esta gravação foi feita para o CD e DVD em homenagem à Taiguara, "A Voz da Mulher na Obra de Taiguara", de 2011. "Tema de Eva" foi gravada originalmente por Evinha, outra iluminada.


Raízes 64



Depois de um hiato na edição passada - não consegui mandar o artigo a tempo - eis que volto a colaborar com a querida revista Raízes, publicação semestral memorialista da minha cidade, editada e produzida pela Fundação Pró-Memória. Voltei ao formato crônica para contar algumas passagens tragicômicas e emocionantes como escoteiro do Grupo de Escoteiros João Ramalho (entre 1979 e 1981). É sempre um grande prazer colaborar com um veículo tão raro - são poucas, pouquíssimas cidades ou municípios no Brasil que mantém uma publicação periódica, de cunho histórico, e ainda por cima com tanta qualidade e tantos anos ininterruptos em atividade. Parabéns mais uma vez à editora Paula Fiorotti e sua ótima equipe de pesquisadores, articuladores, profissionais gráficos, historiadores e colaboradores. A edição vem forrada de boas matérias, a começar pela da capa, escrita e pesquisada com muito afinco pelo ótimo Caio Bruno, jornalista e supervisor do Museu Histórico Municipal, que trouxe à baila um perfil completo da Avenida Goiás, a mais famosa avenida de São Caetano do Sul. Outros artigos que eu devorei e gostei muito: o ensaio do escritor/poeta Carlos H.Chirotto ("Uma Tarde em São Caetano"), as curiosidades e surpresas por detrás dos nomes de ruas da cidade ("Um passeio pelas ruas de São Caetano do Sul" da pedagoga e membro da Comisão Editorial Cristina Ortega); o emocionante perfil da saudosa atleta Delenice Aparecida da Fonseca de Oliveira ("Uma Quadra Poliesportiva leva o nome de uma Vencedora: Delenice" do escritor e ex-atleta e professor Paulo Moriassu Hijo), a parte 2 da série sobre o clube de futebol Saad (pelo professor de educação física, fanzineiro e amigo Renato Donisete) e a surpreendente história da EMEF Dom Benedito - eu não sabia que essa tradicional escola tinha nascido no meu bairro! (do historiador Rodrigo Marzano Muraro). As fotos históricas espalhadas pela edição também surpreendem  sempre. Com mais de 30 anos de existência, a revista Raízes continua firme e forte em seu propósito de divulgar e manter viva a História do nosso município! Viva!

(A publicação é gratuita e pode ser retirada na própria Fundação Pró-Memória, na Avenida Dr. Augusto de Toledo, 255, Bairro Santa Paula - São Caetano do Sul).