Uma capa branca, simples, apenas com o nome da banda, discretamente em relevo, como se os Fab Four quisessem enxotar o clima colorido/circense do anterior Sgt Pepper's. Um conteúdo transparente, à flor da pele, onde finalmente os Beatles se mostravam individualmente, cada um com seu grito/desabafo lancinante. Em nenhum outro momento na curta carreira da banda, John, Paul, George e Ringo se mostraram tão humanos e fragilizados, ainda que geniais e intensos. E em nenhum outro álbum deles, couberam tantas influências e confluências musicais. O chamado White Album ( na verdade The Beatles) foi lançado no final de 1968, depois de longas sessões de gravações durante o ano. Era o início das divergências estéticas e pessoais que levariam a banda ao seu fim em menos de dois anos. O ano por si só já se mostrava o mais conturbado da década – Vietnã, movimentos estudantis, Martin Luther – e o clima ao redor se refletiu nas composições do período. A viagem imediatamente anterior à Índia para meditação transcendental com o guru Maharishi Mahesh Yogi, só trouxe aborrecimentos e decepções, mas rendeu uma enxurrada de composições. Tão boas, que das quase 50 canções criadas no retiro, 30 entraram no disco e forçaram a banda a conceber um álbum duplo, na contramão dos lançamentos vigentes. Aquele ano, certamente era um ano diferente para eles: as mulheres definitivas, Yoko Ono (Lennon), Linda Eastman (Paul) e Patty Boyd (George), freqüentavam as sessões e chegaram a participar de algumas faixas no vocal ; Ringo, logo ele, o mais conciliador, sumiu das gravações por duas semanas, alegando falta de atenção dos companheiros – quando voltou, haviam rosas sobre sua bateria, cortesia do arrependido George, e pelo menos três gravações tiveram a presença do multi-instrumentista Paul nas baquetas; Algumas sessões foram finalizadas por um único membro – Macca tocou solo em Wild Honey Pie e Blackbird, John debulhou Julia acompanhado dele mesmo. Esse inédito clima caótico foi o início do fim, mas também presenteou os Beatles com seu álbum mais eclético e mais profundo. De seus sulcos, jorraram blues, country, baladas arrebatadoras, pops descomplicados, rocks puros, colagens e até esboços do que viria a ser o hard rock setentista.
O White Album está entre os 200 discos definitivos no Rock and Roll of Fame e sempre consta na lista das dez obras mais importantes do rock. Lennon o considera seu favorito.
Fiquem com algumas das incríveis criações do Álbum Branco:
O White Album está entre os 200 discos definitivos no Rock and Roll of Fame e sempre consta na lista das dez obras mais importantes do rock. Lennon o considera seu favorito.
Fiquem com algumas das incríveis criações do Álbum Branco:
Nenhum comentário:
Postar um comentário