Gabriel Garcia Márquez, um dos mais reconhecidos e geniais escritores latino-americanos de todos os tempos, faleceu há dez dias atrás. Como esse blog - que bom! - não tem amarras com o "furo jornalístico" e a correria desenfreada em postar news ou obituários, parei para escrever com muita calma sobre o grande Gabo, que ele merece. Nobel da literatura de 1982, amigo de Fidel, ex-amigo de Vargas Llosa (uma amizade de juventude que acabou em socos na maturidade), Marquez reinventou o realismo mágico, intercalando em suas obras tanto as entranhas da política latino-americana como as camadas fantásticas que perpassam a existência. Em seis décadas escrevendo ficção e não ficção, deixou obras primas da literatura mundial como "Cem Dias de Solidão", "Crônica de Uma Morte Anunciada" e "Amor nos Tempos do Cólera". O seu estilo único já se antevia na obra de estréia "A Revoada", de 1955, com a aparição da cidade fictícia de Macondo, a mesma que reaparecia depois em outros livros como "Cem Anos de Solidão". Nunca apostou na literatura como ganha-pão - manteve-se como jornalista, desde os tempos de imprensa colombiana, no "El Universal", "El Espectador", entre outros, e depois como correspondente em diversos países. Na literatura, não gostava de ser explicado. Dizia não se prender a um gênero só e achava cada um de seu livros muito particulares. A procura por sua obra aumentou tanto depois do óbito, que algumas livrarias como a Cultura em São Paulo, viram seus estoques acabarem ainda no fim de semana. A Editora Record, detentora dos direitos de publicação no Brasil, promete reimprimir o mais rápido possível a maioria das obras. O primordial Gabriel Garcia Marquez não pode ficar fora das livrarias nem por um dia.
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