16 de fevereiro de 2016

Desconhecida no Brasil e incensada nos EUA, Eliane Elias ganha Grammy

A brasileira radicada nos EUA Eliane Elias saiu do seu país natal em 1981, convidada pelo baixista do Steps Ahead, Eddie Gomez, a preencher a vaga de tecladista no grupo.Ficou uma no com eles, a tempo de gravar o LP "Steps Ahead". A partir daí iniciou carreira solo de considerável sucesso em terras ianques, onde fez parcerias memoráveis e conquistou as paradas de jazz. Na metade dos 80, fez dois discos com o trompetista Randy Brecker e no fim da década foi produzida por Eumir Deodato, época em que intensificou seu repertório próprio e que culminaria no disco de 1992, "A Long Story", com boa parte de composições de sua lavra. Gravou com sucesso disco só com músicas de Tom Jobim ("Eliane Elias plays Jobim") e outro com o ótimo Herbie Hancock, com clássicos americanos. Repetiu o passeio pelo universo jobiniano no CD "Eliane Elias sings Jobim", já em 1998. Entre um e outro trabalho, sempre fazendo questão de incluir composições suas como "Caipora", "Chorango", "Karamuru", "Back in Time", entre outras, participou de festivais e premiações importantes. Seus discos sempre aparecem com relevância nas paradas de jazz da Billboard e é reconhecida como uma das mais importantes pianistas de jazz nos EUA. Herbie Hancock chegou a declarar:" Ela toca tão lindamente que me faz chegar às lágrimas. Eu adoro as harmonias que ela utiliza". Embora sempre visite o Brasil, teve poucas oportunidades de se apresentar aqui. Em rara ocasião, em 2004, apresentou-se como atração internacional no show "Bossa Nova in Concert", no Canecão. Nesse espetáculo também estavam Carlos Lyra, Johnny Alf, João Donato, Roberto Menescal, Marcos Valle, Wanda Sá, Durval Ferreira, Leny Andrade, entre outros. A admiração de outros músicos pela sua música não é á toa: Eliane é filha de pianista erudita e desde a mais tenra idade fez lições em casa com a mãe; Aos 12 anos anos mostrou que não era só a "filha da pianista" e começou a transcrever e executar solos de seus ídolos - Art Tatum, Bill Evans, Bud Powell. Com tal desempenho, acabou não só estudando no famoso CLAM do Zimbo Trio ( Centro Livre de Aprendizagem Musical) como passou para o corpo docente da escola com 15 anos! Logo estava na Julliard School de NY e daí para começar a carreira solo foi um pulo ( ou uma nota no piano). São 25 álbuns gravados e 2 milhões de cópias vendidas em quase quatro décadas de atividade. Já tinha sido indicada antes ao Grammy - em 2002, em duas categorias, e depois em mais 6 ocasiões - mas ontem foi a consagração: venceu finalmente o prêmio, na categoria "Melhor álbum de jazz latino", pelo álbum "Made in Brazil". Esse trabalho, que tem participações de Ed Motta e Roberto Menescal, representou para Eliane uma volta às origens, pois foi o primeiro disco seu a ser gravado em São Paulo, onde nasceu. Quem sabe agora, Eliane Elias faz mais apresentações por cá. De nossa parte, em paralelo, podemos escutar com mais profundidade a sua elástica discografia.

https://www.youtube.com/watch?v=avlVaZw1VDk

https://www.youtube.com/watch?v=uU1qqJy7X88

https://www.youtube.com/watch?v=1d8jbA0_9oo

https://www.youtube.com/watch?v=FJsDtHexUso

https://www.youtube.com/watch?v=iCAb7RkXR1Y

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