20 de maio de 2016
Chico Feitosa escreve sobre Sylvinha Telles ( Sétimo Céu - 1959)
Folheando aqui um exemplar da Sétimo Céu da 2ª quinzena de maio de 1959, logo na contracapa, deparo com esse texto sobre Sylvinha Telles ( ainda Silvinha) assinado por Francisco Feitosa, o Chico "Fim de Noite" ( chamado assim pelo seu grande sucesso de mesmo nome). Chico foi secretário de Vinicius por volta de 1956 e mais adiante virou assistente de produção do espetáculo criado pelo poetinha, "Orfeu da Conceição". Quando era secretário do homem, conheceu Ronaldo Bôscoli, saindo daí uma dupla muito bem azeitada na música e na amizade. Paralelo à música - frequentava assiduamente o ap da Nara e participou dos primeiros shows universitários da Bossa - passou por redações como Última Hora ( no caderno de variedades UH em 1958) e Sétimo Céu ( como vimos).
Com Sylvinha, participou dos citados shows pioneiros de Bossa ( como o de 1958 no auditório do Grupo Universitário Hebraico, também com Nara Leão, Carlos Lyra e Roberto Menescal). Seu maior sucesso, Fim de Noite ( com Bôscoli), foi gravado primeiro pelo Coral de Ouro Preto e em seguida por Dóris Monteiro ( nos anos seguintes, teve inúmeras gravações). Sylvinha, como muitos sabem, transformou-se em uma das melhores cantoras que esse país ouviu ( "Dindi", cantada por ela, faz chover no Saara) em uma carreira permeada pelo bom repertório e gosto apurado, mas que foi prematuramente interrompida com sua morte em 1966, em acidente. Chico Feitosa continuou fazendo músicas, não tantas, mas manteve a qualidade de Fim de Noite em muitas delas, como "Passarinho" ( com Marcos Vasconcelos). Pra homenagear os dois, deixo pra vocês a íntegra do disco histórico " Bossa Nova at Carnegie Hall" de 1962, com participação de Chico Feitosa e estupenda gravação de Sylvinha para"Dindi"(1959).
https://www.youtube.com/watch?v=WWvYUpKhVd0
https://www.youtube.com/watch?v=n9cASS6BAOk
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