16 de maio de 2018
Plebe Rude e A Cor do Som - Shows incríveis no SESC em abril/maio
Para registro, fui again em dois shows ótimos no Sesc, a preços populares. No final de abril (20) o Plebe Rude, talvez a banda de Brasilia da segunda geração que mais tenha capturado o espírito do punk rock, fez um baita show histórico - intitulado "Primórdios" - que como o nome diz, trouxe músicas iniciais de carreira, compostas entre 1981 e 1983. Coincidentemente no mesmo dia saiu o disco homônimo "Primórdios" com nove músicas inéditas, as mesmas incluídas no show. O som tava alto, como deve ser um show de rock pesado e o entusiasmo dos integrantes foi contagiante. Além de músicas primitivas do repertório, descomplicadas e juvenis na medida, a banda também incluiu sucessos como "Até Quando Esperar" e "O Concreto Já Rachou" e músicas cults do rock nacional como "Medo" do Cólera, "Pânico em SP" do Inocentes e "Luzes", clássico da banda brasiliense "Escola de Escândalos". Um show efervescente, vibrante, tendo a frente dois fundadores da Plebe - Philippe Seabra e André X ( esse, um dos responsáveis pelos discos importados que fizeram a cabeça da primeira geração punk de Brasília) e outro das antigas, Clemente Nascimento, dos Inocentes, já há vários anos na banda, além do baterista Marcelo Capucci. Valeu muito!
O show do A Cor do Som ( no dia 01/05) também foi envolvente e inesquecível. Vindo com a formação original - Armandinho ( guitarras, bandolim), Dadi (baixo), Mu (teclados), Gustavo Schroeter ( bateria , ex-Bolha) e Ary Dias ( percussão) botaram pra quebrar no repertório "40 anos" ( entre aspas, porque a banda já tem 42 anos) e mostraram que antes de qualquer coisa, eles são bons instrumentistas. Bons, não, ótimos! O próprio Armandinho, que em muitos momentos parecia o Joe Satriani ( lembrando que Armandinho chegou na música antes), comentou no palco que A Cor do Som surgiu como uma banda instrumental - os vocais foram aparecendo por circunstâncias do mercado. Cada um é virtuose em seu instrumento - e isso fica claro ao vivo: Armandinho desfilando pela plateia, tocando de forma magistral e ágil; Dadi, incólume no baixo, mantendo sua aura gravada ainda nos tempos de Novos Baianos; Mu, irmão de Dadi, o homem das harmonias, climatizando as melodias com seus três teclados (!); Gustavo Schroeter, com sua veia roqueira, estraçalhando com vontade nas baquetas; e o simpático e espevitado Ary Dias, flutuando enquanto cavoca sons na percussão - e que protagonizou um dos momentos mais sinérgicos da noite, ao cantar com a plateia a hipnótica "Dentro da Minha Cabeça". Todos excelentes músicos de estúdio, todos compositores de mão cheia ( Mu, por exemplo, é um dos criadores de "Sapato Velho"), todos participando de discos e shows com a nata da música brasileira. Por isso A Coir do Som sempre dá certo quando se reúne.
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