Essa foi em 1999. O ano que nasceu meu primogênito Gabriel, esse mesmo guri que agora fuça a minha coleção de Homem-Aranha enquanto escrevo essas linhas. Eu e minha esposa, fiel escudeira Cris, deixamos o pequeno Biel na casa da minha mãe e rumamos para a Anhanguera, onde seria gravado o programa do Jô Soares, ainda no SBT. Já fazia nove anos que eu trabalhava no Dedoc da Editora Abril e pelo menos uns cinco, pesquisando para a equipe de pauta dos programas Jô Onze e Meia e Programa Livre ( esse do Serginho Groissman), ambos na emissora do Senor Abravanel Sílvio Santos. A equipe de jornalistas do Jô sempre me convidava pra assistir o programa ao vivo, mas eu sempre adiava, dizendo pra mim mesmo que a hora certa chegaria. Quando o Adrian, chefe da equipe, me ligou pedindo um perfil do Will Eisner, tive que ter certeza: - Will Eisner, o criador do Spirit?? é, era o próprio! no ato pedi pra me colocarem na fileira do gargarejo, e lá fomos nós, eu e Cris, babar na platéia.
Quem conhece quadrinhos - e infelizmente é sempre uma minoria em nosso convívio - sabe de quem estou falando. Will Eisner não é só o criador do Spirit, que por si só revolucionou a linguagem dos quadrinhos, mas também o primeiro a utilizar a arte sequencial para fins educacionais e técnicos, e o primeiro a lançar uma novela gráfica, logo batizada de Graphic Novel. Will sempre foi pioneiro: nos ângulos inusitados e cinematográficos, nas mulheres belas e fatais ( sem esquecer Milton Caniff), no roteiro "adulto" de suas narrativas.
Recomendo Will Eisner para todas as gerações. O menino ou o adolescente que se inicia no mundo dos quadrinhos, precisa conhecer o Spirit; as escolas e os professores ganharão muito se conhecerem suas adaptações literárias ( saem pela Companhia das Letras); adultos em geral serão recompensados, se desbravarem a sua obra mais intimista, permeada por contos urbanos e autobiográficos. Nunca é tarde para desbravar a obra desse gênio.
Depois dessa desviada proposital pelo universo Eisneriano, volto à 1999. Babando na platéia, assisti à formidável e sensível entrevista do artista, que ostentava na ocasião 82 anos bem vividos e com várias passagens pelo Brasil, país que admirava muito. Mas o melhor ainda estava por vir. Foi tudo muito rápido.Terminada a gravação, corri para os bastidores, e qual não foi minha surpresa quando fiquei cara a cara com o mestre! Eu segurava uma edição de uma de suas obras mais intimistas, "No coração da tempestade", lançada pela Abril Jovem, e institivamente postei-a à sua frente. Quase paralisado, devo ter balbuciado algo estúpido como "I love Spirit", enquanto via sem acreditar, a sua rápida dedicatória, antes de deixar as dependências da emissora. Menos de seis anos depois, Will Eisner foi se encontrar com seu legendário personagem
Gerald Snoble, e deixou esse plano aos 87 anos. Ficou a coleção amarelada do “The Spirit”; as encadernações caprichadas de suas obras maduras; e essa dedicatória-relâmpago postada acima, que eu guardo como se fosse um pedaço da eternidade.
A entrevista no Jô, em duas partes:
http://www.youtube.com/watch?v=URds_U_-pHo
http://www.youtube.com/watch?v=QqY8fN3tZ4A&feature=related
Matéria legal sobre o homem:
http://www.comlimao.com/2009/04/23/e-deus-disse-will-eisner/
Quem conhece quadrinhos - e infelizmente é sempre uma minoria em nosso convívio - sabe de quem estou falando. Will Eisner não é só o criador do Spirit, que por si só revolucionou a linguagem dos quadrinhos, mas também o primeiro a utilizar a arte sequencial para fins educacionais e técnicos, e o primeiro a lançar uma novela gráfica, logo batizada de Graphic Novel. Will sempre foi pioneiro: nos ângulos inusitados e cinematográficos, nas mulheres belas e fatais ( sem esquecer Milton Caniff), no roteiro "adulto" de suas narrativas.
Recomendo Will Eisner para todas as gerações. O menino ou o adolescente que se inicia no mundo dos quadrinhos, precisa conhecer o Spirit; as escolas e os professores ganharão muito se conhecerem suas adaptações literárias ( saem pela Companhia das Letras); adultos em geral serão recompensados, se desbravarem a sua obra mais intimista, permeada por contos urbanos e autobiográficos. Nunca é tarde para desbravar a obra desse gênio.
Depois dessa desviada proposital pelo universo Eisneriano, volto à 1999. Babando na platéia, assisti à formidável e sensível entrevista do artista, que ostentava na ocasião 82 anos bem vividos e com várias passagens pelo Brasil, país que admirava muito. Mas o melhor ainda estava por vir. Foi tudo muito rápido.Terminada a gravação, corri para os bastidores, e qual não foi minha surpresa quando fiquei cara a cara com o mestre! Eu segurava uma edição de uma de suas obras mais intimistas, "No coração da tempestade", lançada pela Abril Jovem, e institivamente postei-a à sua frente. Quase paralisado, devo ter balbuciado algo estúpido como "I love Spirit", enquanto via sem acreditar, a sua rápida dedicatória, antes de deixar as dependências da emissora. Menos de seis anos depois, Will Eisner foi se encontrar com seu legendário personagem
Gerald Snoble, e deixou esse plano aos 87 anos. Ficou a coleção amarelada do “The Spirit”; as encadernações caprichadas de suas obras maduras; e essa dedicatória-relâmpago postada acima, que eu guardo como se fosse um pedaço da eternidade.
A entrevista no Jô, em duas partes:
http://www.youtube.com/watch?v=URds_U_-pHo
http://www.youtube.com/watch?v=QqY8fN3tZ4A&feature=related
Matéria legal sobre o homem:
http://www.comlimao.com/2009/04/23/e-deus-disse-will-eisner/
E agora? Quem chupinhou a fonte de letra de quem???
ResponderExcluirO nome do autor está na fonte de Walt Disney. O nome do livro tem a fonte usada na abertura da minissérie da Globo, "A Casa das Sete Mulheres".