7 de outubro de 2014
Hugo Carvana (1937-2014)
O ator e diretor Hugo Carvana, um dos profissionais que mais personalizaram a imagem do malandro carioca em seus filmes, faleceu no último sábado (4), aos 77 anos. Ator de mais de 50 filmes em sua longa carreira, dirigiu comédias que marcaram os anos 70, como "Vai Trabalhar, Vagabundo" e "Se Segura, Malandro". Essa queda pela malandragem aconteceu em 1970, quando incorporou um personagem nesse naipe no filme "O Capitão Bandeira contra Dr. Moura Brasil". Iniciou os anos 80 com seu trabalho de direção mais lírico até então,"Bar Esperança - o último que fecha" e voltou a mergulhar no movimentado cotidiano carioca em "O Homem Nu" (1996) e "Casa da Mãe Joana" (1 e 2) e "Não Se Preocupe, Nada Vai Dar Certo", os mais recentes. Na TV nunca teve um papel à sua altura nas novelas, como se o veículo tentasse amenizar a aura malandra de sua encarnação cinematográfica. Perda de tempo: na vida real, foi amigo de boêmios históricos, como Roniquito, Tom Jobim, Vinicius, José Lewgoy, Ary Barroso, entre tantos. A exceção na telinha foi "Plantão de Polícia", onde encarnou o repórter policial Valdomiro Pena entre 1979 e 1981. Do alto dos meus doze, treze anos, não perdia um capítulo dessa série que fez muito sucesso na época, incluindo a musica tema de Jorge Ben ( antes do Jor), "Esta é a história/ de Valdomiro Pena/ o cândido/ o último repórter policial romântico/..." Um de seus últimos papéis foi em outra série, "Giovanni Improtta", de José Wilker, amigo que também se despediu em 2014. Já a última homenagem, aconteceu no dia 27/09, quando a produção do Festival do Rio ( e não poderia ser evento mais propício) recuperou o negativo do seu primeiro filme, de 1954, e realizou uma sessão especial com cópia restaurada de sua obra-prima, "Vai Trabalhar, Vagabundo". Carvana, debilitado em casa, certamente sentiu o clamor e os aplausos calorosos da platéia.
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