(Noel Rosa e Adoniran Barbosa -reproduções)
O Carnaval, e não é de agora, cada vez mais surge como um espetáculo portentoso, megalômano, calculista e comandado pela mídia e patrocinadores. Exemplo: a Rosas de Ouro trocou o nome do seu samba-enredo "Cacau é show", além de partes da letra, porque a Rede Globo se sentiu incomodada. O patrocinador e a escola tiveram que se contentar com "Cacau chegou" até o momento do último voto da apuração, que sagrou a Rosas campeã e permitiu o desabafo em rede nacional da presidente da agremiação carnavalesca: "...Agora podemos dizer que o cacau é show. A Rosas de Ouro acredita em parceiros".
E enquanto patrocinadores, emissoras e dirigentes discutem o que realmente importa para o carnaval de hoje, heróis do samba popular e carnavalesco como Noel, Adoniran e Cartola são esquecidos e banidos dos atuais enredos manipulados. Exemplos não faltam: já em 1982, a Colorado do Brás homenageou o grande Adoniran Barbosa ( sem saber que seria seu último carnaval em vida) mas no momento do desfile o homeageado quase foi impedido de desfilar por não estar fantasiado. Outra: em 2008, a Mangueira preferiu saudar na avenida o frevo, ao invés de comemorar com enredo os 100 anos de seu próprio fundador, Cartola. E o carnaval de São Paulo neste ano se superou: nenhuma escola paulistana fez questão de homenagear os 100 anos de Adoniran. Triste e lamentável. Mesmo a louvável homenagem à Noel Rosa no desfile da sua Vila Isabel neste ano, não partiu da escola, como é de se supor. A intenção inicial da agremiação na verdade era ter o próprio Martinho da Vila como tema, que com sua finesse habitual, declinou do convite, antes de propor uma efeméride mais adequada para o momento: os 100 anos de Noel Rosa. A escola aceitou a sugestão e o enredo, composto pelo próprio Martinho, levantou o Sambódromo e fez jus ao maior compositor da vila. Por pouco, Noel não foi para o banco de reservas, fazer companhia à Adoniran.
Esse é o carnaval oficial em 2010: se por um lado, ainda traz fagulhas de criatividade, como a aclamada comissão de frente da campeã Unidos da Tijuca, mancha sua própria história com descaso total aos pioneiros e desmemória crônica.
E enquanto patrocinadores, emissoras e dirigentes discutem o que realmente importa para o carnaval de hoje, heróis do samba popular e carnavalesco como Noel, Adoniran e Cartola são esquecidos e banidos dos atuais enredos manipulados. Exemplos não faltam: já em 1982, a Colorado do Brás homenageou o grande Adoniran Barbosa ( sem saber que seria seu último carnaval em vida) mas no momento do desfile o homeageado quase foi impedido de desfilar por não estar fantasiado. Outra: em 2008, a Mangueira preferiu saudar na avenida o frevo, ao invés de comemorar com enredo os 100 anos de seu próprio fundador, Cartola. E o carnaval de São Paulo neste ano se superou: nenhuma escola paulistana fez questão de homenagear os 100 anos de Adoniran. Triste e lamentável. Mesmo a louvável homenagem à Noel Rosa no desfile da sua Vila Isabel neste ano, não partiu da escola, como é de se supor. A intenção inicial da agremiação na verdade era ter o próprio Martinho da Vila como tema, que com sua finesse habitual, declinou do convite, antes de propor uma efeméride mais adequada para o momento: os 100 anos de Noel Rosa. A escola aceitou a sugestão e o enredo, composto pelo próprio Martinho, levantou o Sambódromo e fez jus ao maior compositor da vila. Por pouco, Noel não foi para o banco de reservas, fazer companhia à Adoniran.
Esse é o carnaval oficial em 2010: se por um lado, ainda traz fagulhas de criatividade, como a aclamada comissão de frente da campeã Unidos da Tijuca, mancha sua própria história com descaso total aos pioneiros e desmemória crônica.
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