Tanta banda atual deplorável poderia findar, implodir ou pedir arrego, e eis que uma das mais interessantes formações do cenário tupiniquim estanca sua trajetória de repente.
O Cordel do Fogo Encantado, com 11 anos de estrada, cravou seu fim hoje, através de nota do empresário/produtor decretando que "a decisão implica na "suspensão das apresentações ao vivo, como também da gravação em estúdio de material inédito". O encerramento das atividades se deu após comunicado do líder e fundador Lirinha: "Revelo, por respeito aos que me acompanham, a minha vital necessidade de trilhar novos caminhos. Ajudei a desenvolver um dos espetáculos mais originais da cultura pop do país e é com esse sentimento de orgulho que sigo em frente".
O Cordel surgiu de um espetáculo poético idealizado pelo próprio Lirinha (José Paes de Lira) na cidade de Arcoverde ( interior pernambucano), que durou três anos e desencadeou a formação musical de mesmo nome. Com dois músicos recifenses se unindo à trupe, seguiu-se uma carreira de três discos, um DVD e shows pelo Brasil todo. A proposta inusitada do grupo, que inclui teatro, letras carregadas de lirismo do vocalista, resgate das tradições orais e escritas da história nordestina - Patativa do Assaré é referência constante, o violão inspirado de Clayton Barros, a força de Rafa Almeida e Nego Henrique nos tambores e o espírito rocker de Emerson Calado, logo chamou a atenção, tanto do circuito MPB como da ala mais roqueira.
Apesar do fim anunciado, a banda promete lançar ainda este ano, CD e DVD com o registro do último show em Recife, além de material inédito de arquivo.
Fica a torcida para que todos os integrantes continuem com esse espírito de cordel, fogo e encantamento em seus projetos futuros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário