Na última semana faleceu tanta gente boa, que eu acabei paralisando um pouco as efemérides, estático que fiquei com tanta perda importante na cultura. Ariano Suassuna foi o último, falecido no dia 23/07, aos 87 anos. Ariano, antes de qualquer coisa, foi um dramaturgo, e dos melhores: acabou criando "Auto da Compadecida" em 1955, peça que para Sábato Magaldi seria considerada o "texto mais popular do moderno teatro brasileiro".A sua essência sempre foi o teatro, e nele criou grandes trabalhos entre os anos 40 e 60. A literatura, os ensaios, a pintura, o movimento Armorial ( criado por ele em 1970, com a intenção de unir o erudito à arte popular nordestina) foi consequência de sua genialidade teatral, embora na primeira tenha se tornado um romancista de primeira, principalmente depois de botar no mundo o "Romance d'A Pedra do Reino", livro primoroso de 1971. Adorava conversar, explicar, opinar e tentar entender o mundo - dessa necessidade e dom, virou professor por longos anos e palestrante danado de bom. Até na política se meteu ( mas como se pode ver em sua biografia, de um modo seu, bem peculiar). Ariano Suassuna foi criador/escritor e artista único, portanto não deixa seguidores de seu estilo. Foi também um protetor e defensor ferrenho das raízes e tradições brasileiras, indo às vezes às raias da teimosia. Ariano foi múltiplo, e por toda a vida, um forte.
Separei alguns links que dão uma ideia do pensamento e dos movimentos de Ariano, lúcido até o fim. Vale a pena também procurar as suas aulas-espetáculos na rede. Mas antes de tudo, leiam os livros do mestre...
https://www.youtube.com/watch?v=fdIj4ryzOyo
https://www.youtube.com/watch?v=FkR_qqmaLk8
https://www.youtube.com/watch?v=5MDYKt7Bb0g
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