Fotos: Divulgação |
No fim de semana passado fui fazer uma matéria sobre a exposição "Carybé - As Cores do Sagrado", na Caixa Cultural e voltei de lá levitando de emoção. A mostra, aberta no dia 10/12 - trouxe à São Paulo 50 aquarelas do artista - que se autodenominava "argentino de nascimento, carioca por criação e baiano por opção" - tramadas sob inspiração das tradições do candomblé e produzidas ao longo de três décadas de pesquisa (1950 a 1980) no interior dos terreiros em que o artista frequentava. Tive o prazer de conhecer a curadora da exposição, Solange Bernabó, filha de Carybé e secretária do instituto que leva o nome do artista, além de membro do Conselho Curador da Fundação Casa de Jorge Amado ( esse que foi um dos grande amigos de Carybé). Em poucos minutos pude ser apresentado a uma pessoa de extrema elegância e simpatia. Já as aquarelas, belíssimas, brasileiríssimas, espirituosas e cheias de magicidade em seus espaços, comovem quem as vê de perto - está ali o povo, na sua mais livre expressão, longe das mazelas do cotidiano por um instante que seja, em busca do seu eu próprio e de seus próximos, em rituais sagrados de gerações. Fora a arte de Carybé, esplêndida, autêntica, explodindo em cores vibrantes. Adoro desde sempre a sua obra desde que botei os olhos em suas capas de discos ( incluindo aí o outro amigo, Dorival Caymmi) e ilustrações de livros e álbuns diversos ( Jorge Amado colado aqui, claro). Um sábado que certamente me encheu a alma de cores e de Brasil. O catálogo da exposição ( que fica até 28/02 no local) também é um caso a parte ( postarei algumas páginas aqui em breve) e estavam à postos para adquiri-lo, amigos que não perdem isso por nada: João Buhrer e José Zinerman Nogueira. Também no local, a equipe do programa Metrópolis da TV Cultura, tendo a frente a sorridente apresentadora e repórter Adriana Couto. A Caixa Cultural continua bela e superativa - nesse dia, mais duas exposições simultâneas aconteciam no espaço - além do gentil atendimento de toda a sua equipe. Em um ano tão difícil como 2016, só a arte mesmo, para superar feridas supuradas. Carybé (1911-1997) tem esse dom.
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