24 de julho de 2020
Sérgio Ricardo (1932-2020)
(divulgação)
O guerreiro descansou. Sérgio Ricardo, além de músico excepcional, compositor raro e intérprete dos bons, ainda se enveredou com o mesmo ímpeto e qualidade para o cinema, as artes plásticas, a dramaturgia, a literatura, etc, etc. Foi um colosso em nossa cultura. Foi cantor e pianista da noite nos anos 50; participou do emblemático festival de bossa nova do Carnegie Hall em 1962; lançou discos e participou de festivais no correr dos anos 1960 (onde protagonizou uma das cenas mais marcantes da década com seu violão quebrado e jogado para a plateia); fez trilhas preciosas: para Glauber Rocha em "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (1967) e "Terra em Transe" (1969) e para Ariano Suassuna na peça "O Alto da Compadecida" (1968); fez vários filmes (em que dirigiu e atuou) entre os anos 1960 e 1980. E nos últimos tempos, além de obras sociais na comunidade em que vivia no Rio, produziu muitos quadros, uma autobiografia e livros de poesia. Em 2017, através da sua grande amiga Marisa Déa, que mora pertinho de mim e cedeu o seu apartamento, fui convidado para um sarau para poucas pessoas em que a grande atração era o próprio Sérgio Ricardo, que iria tocar com seus filhos Marina e João Gurgel. Infelizmente na ocasião ele teve uma queda em casa e não pôde comparecer. Mas o sarau foi maravilhoso - os filhos tocaram várias músicas de seu vasto repertório, incluindo canções que entraram em seus filmes e o clima foi tão bom que parecia que Sérgio estava presente - e de certa forma estava. Sérgio Ricardo é um daqueles artistas que eu sempre acompanhei os passos - desde que conheci sua obra riquíssima ainda nos anos 70 ( e de novo começando pelos disquinhos da Abril Cultural do meu pai). A partir daí, vi seus filmes, fui atrás de seus raros discos e nos últimos tempos, peguntava sempre para a Marisa como estava o mestre. Ele estava bem ativo até um ano atrás, até que a saúde começou a fraquejar. Desta vez, internado, foi guerreiro como sempre e se curou do Covid contraído em abril, mas ontem cedo teve uma insuficiência respiratória. Siga em paz, mestre Sérgio Ricardo.( ps: Sergio Ricardo está em vários momentos aqui no blog...pesquisem na busca da página. Para o sarau no ap de Marisa, pesquisem "João Gurgel")
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