4 de janeiro de 2012

Virada com Ramones, Cássia Eller e as "500 Mais da Kiss"

Virei o ano focado em duas figuraças que se foram há dez anos: Cássia Eller ( falecida em 29/12/2001) e Joey Ramone (em 15/04/2001).
Aprontei uma grande seleção, com ênfase nessa dupla, para trilha de estrada e me preparei para viajar para o interior, já pensando também em votar via online e acompanhar a maratona da já tradicional "As 500 Mais da Kiss FM" (que rola a partir de 31/12). Não foi proposital, mas depois me lembrei que a rádio 'classic rock' também é de 2001.
Na bagagem de viagem também estava o livro "Hey Ho Let's Go - A História dos Ramones", de Everett True (Editora Madras - capa abaixo), que estou acabando de ler agora. Esta biografia me confirmou uma coisa que eu sabia de relance: Joey Ramone, o desengonçado, alto, amigável, festeiro, esquisito vocalista dos Ramones era realmente a alma da banda, o cara que amava o rock and roll (principalmente os pioneiros e os conjuntos vocais femininos) e direcionava toda a sua vida para a música. Como hobby, colecionava discos e pôsteres psicodélicos dos anos 60. Johnny, o guitarrista, era o oposto: pragmático ao extremo, mandão, prático, fanático por beisebol, republicano - Ramones para ele também era algo maior, mas direcionado totalmente para o ganha-pão, o trabalho e a possibilidade real de aposentadoria ( e bem ou mal, foi quem manteve a "firma" funcionando- a cabeça da banda com certeza).
Por conta desse antagonismo todo, os dois não dirigiram a palavra um ao outro nos últimos dez, doze anos da banda (!!). Dee Dee, o baixista, era o mais porra-louca de todos ( dizem que foi ídolo de Sid Vicious) e levou tudo sempre às últimas consequências, mas também foi um letrista profícuo e uma espécie de ponte entre Joey/Johnny. Faleceu um ano depois de Joey e dois antes de Johnny. Dos fundadores, apenas Tommy, o baterista ( e  primeiro produtor da banda) está vivo, além dos bateristas Marky ( que ficou mais tempo na banda) e Ritchie e o baixista CJ. Cássia Eller, assim como Joey, vivia para a música. Para esconder sua timidez, virava personagem no palco e arrebentava. Cantava de tudo, não só rock, e seu único defeito era não compor. Vi alguns programas na TV sobre ela neste meio tempo ( entre o livro do Ramones e as 500 Mais) e numa fração de segundo me dei conta de como Cássia e os Ramones fazem falta neste atual cenário musical, articulado demais, empresariado demais, direcionado demais, muito bonitinho e "fofinho" até, mas com emoção, tesão e improviso de menos.Quanto às 500 Mais da Kiss, muita música dos Ramones entre elas e sem grandes surpresas entre as primeiras colocações ( a exceção foi o raro glam rock do Sweet, 12º, que eu fiz questão de selecionar abaixo).
Um detalhe inédito que não me escapou é que neste ano, Rolling Stones e Eric Clapton foram varridos das primeiras colocações (a melhor dos Stones ficou em 50º - a lista, do ótimo site Meteleco, que publicou-a com muito súor já no dia 2, tem link abaixo).

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