31 de outubro de 2012

Adeus, JT

A última edição, capa acima, saiu hoje
Em 1966, ele revolucionou o jornalismo diário, ao privilegiar o texto enxuto e colocar a fotografia em destaque. Fotos que pegavam a primeira página inteira, ângulos e layouts inusitados, títulos e fotos que extrapolavam a diagramação, invadindo rodapés e parágrafos. O JT antigo dava gosto de ver e sua equipe tinha os mais destemidos repórteres e fotógrafos da imprensa - incluindo pessoas que já tinham revolucionado outras redações como Senhor, Realidade e Última Hora. Nos últimos tempos o JT deixou de inovar e surpreender e sobrevivia burocraticamente em bancas, com lampejos raros de criatividade e ancorado totalmente no sucesso do seu Jornal do Carro. Hoje, depois de uns bons dois anos de adiamento, o simpático jornal vespertino do Grupo Estado encerrou sua história. Hoje, 31/10/2012, o honorável Jornal da Tarde, de tantas reportagens antológicas e jornalistas premiados, apareceu pela última vez nas bancas. A direção já adiantou-se e prometeu que manterá a equipe (de 44 funcionários) até que todo o seu remanejamento se complete dentro do próprio grupo. O xodó Jornal do Carro começa a sair imediatamente como caderno do Estadão. Mas por mais que se tente arrumar, remanejar, encaixar... fica um baita vazio no ar, como se tivéssemos perdido um grande companheiro de jornada. E também nos faz pensar se não tinha outro jeito mesmo. Fica sua história gloriosa e um último manifesto genuíno: os cinco minutos de aplausos da sua redação em luto.

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