Como já comentei em outra oportunidade, sou camundongo de banca de jornais, daqueles que fuçam todo o território pertencente ao jornaleiro e suas divisões estabelecidas. Por esse motivo, sempre evitei assinatura, que tira o prazer imensurável de adentrar uma banca, além de corroborar para o fim da sinergia entre vizinhos e confrades das redondezas. Papo de banca é tão rico quanto papo de boteco ou de churrasco de domingo. Mas voltando ao assunto do espaço físico da banca, sempre prestei mais atenção nas prateleiras de música e quadrinhos, minhas paixões de sempre, mas também nos jornais, nos fascículos e coleções diversas. Ultimamente, com o crescente avanço do nicho "nostálgico" nas pautas editoriais, surgiram dezenas de revistas voltadas para a História, assim mesmo, com H maiúsculo. A maioria centra fogo na história mundial, com ênfase em guerras e biografias de grandes figuras-chaves da humanidade. Como o meu foco coloca sempre o Brasil à frente, adicionei à minha cesta mensal de banca a Revista de História da Biblioteca Nacional, embora anos antes eu já comprasse a excelente Nossa História, que tinha à frente Pedro Correia do Lago em parceria com a mesma BN, mas que acabou fechando depois de desentendimentos e uma curta sobrevida solo. A publicação da Biblioteca Nacional surgiu desse rebuliço e mantém-se solerte como única revista unicamente voltada para a historia brasilis.
Eis que em seus dois últimos números, me deparo com um assunto que nunca pensei ver entre os artigos acadêmicos da publicação: quadrinhos! No mês passado, o pesquisador Gonçalo Júnior expôs com a propriedade de sempre, a história do famoso Gibi, que virou sinônimo de revista em quadrinhos no Brasil. E o último número, de maio, traz artigo do professor Waldomiro Vergueiro, da USP, um dos pioneiros em levar os quadrinhos para o universo acadêmico. O tema, surpreende quem conhece superficialmente o trabalho de Maurício de Sousa,o mais bem sucedido profissional de quadrinhos no Brasil: ao capturar uma história longínqua da turma da Mônica, original de 1971 ( Mônica nº 15 – Editora Abril) , intitulada Os Azuis, o professor analisa a crítica crônica contra o trabalho do autor, acusado de superficial , violento e de exercer má influência sobre o público infantil, e traz à baila o contraponto inserido nesta história específica, que trata com rara delicadeza temas como racismo, discriminação e cultura das aparências. Eu que acompanho gibis daquela época vou mais além: antes de Roberto Carlos, Maurício de Sousa já abordava ecologia e degradação do meio-ambiente, em historinhas do Horácio, do Astronauta e da própria Turma da Mônica. Se a superficialidade imperou nas décadas seguintes, aí é uma outra história, mas a avaliação é pertinente e apropriada para sepultar enganos bisonhos.
Já estava na hora das HQs entrarem oficialmente nas discussões e análises acadêmicas e esse espaço em revista especializada abre novos horizontes para a nona arte. Se o cinema, o teatro e a fotografia sempre pautaram reportagens históricas, porque não os quadrinhos?
Eis que em seus dois últimos números, me deparo com um assunto que nunca pensei ver entre os artigos acadêmicos da publicação: quadrinhos! No mês passado, o pesquisador Gonçalo Júnior expôs com a propriedade de sempre, a história do famoso Gibi, que virou sinônimo de revista em quadrinhos no Brasil. E o último número, de maio, traz artigo do professor Waldomiro Vergueiro, da USP, um dos pioneiros em levar os quadrinhos para o universo acadêmico. O tema, surpreende quem conhece superficialmente o trabalho de Maurício de Sousa,o mais bem sucedido profissional de quadrinhos no Brasil: ao capturar uma história longínqua da turma da Mônica, original de 1971 ( Mônica nº 15 – Editora Abril) , intitulada Os Azuis, o professor analisa a crítica crônica contra o trabalho do autor, acusado de superficial , violento e de exercer má influência sobre o público infantil, e traz à baila o contraponto inserido nesta história específica, que trata com rara delicadeza temas como racismo, discriminação e cultura das aparências. Eu que acompanho gibis daquela época vou mais além: antes de Roberto Carlos, Maurício de Sousa já abordava ecologia e degradação do meio-ambiente, em historinhas do Horácio, do Astronauta e da própria Turma da Mônica. Se a superficialidade imperou nas décadas seguintes, aí é uma outra história, mas a avaliação é pertinente e apropriada para sepultar enganos bisonhos.
Já estava na hora das HQs entrarem oficialmente nas discussões e análises acadêmicas e esse espaço em revista especializada abre novos horizontes para a nona arte. Se o cinema, o teatro e a fotografia sempre pautaram reportagens históricas, porque não os quadrinhos?
Nenhum comentário:
Postar um comentário