A Guitar Player de abril ( que só chegou na banca aqui perto nesta semana) traz a lenda viva do rock Keith Richards em uma matéria que talvez seja a mais completa sobre sua longa carreira e sua técnica única. O autor Ricardo Vidal fez uma bela reportagem que disseca o homem e o guitarrista, buscando referências cruciais na infância/juventude pobre, no eterno encontro/desencontro com Mick e na longa estrada stoneana. Geralmente em matérias extensas sobre os Stones, o foco sempre acaba dividido entre Mick e Keith. Como essa da Guitar Brasil é inteiramente dedicada ao mestre do anel de caveira, ficou visível o cuidado do jornalista em trazer a tona tanto o lado humano, carregado de autodestruição, excessos e excentricidades, como a faceta heróica e profissional, laureada por sucesso, criatividade e entrega. Aliada a biografia acurada, que destaca também as grandes influências do guitarrista como Chuck Berry e várias lendas do blues, a revista ainda traz a sua tradicional análise técnica e de estilo: lista e comentários de todo o equipamento na carreira ( guitarras prediletas, amplificadores e efeitos), discografia comentada dos Stones com ênfase nas intervenções antológicas de Keith e 15 músicas pautadas na seção 'lições', de Satisfaction (1965) a Like a Rolling Stone (Dylan, versão 1995). Aliás, na obra-prima Satisfaction, segundo os autores que compilaram as pautas, o clássico riff é tocado errado por muita gente boa (?!!), que confunde o efeito utilizado. No fim da leitura, só comprovei o que já sabia: Keith Richards é genial sem nunca ter complicado. Afinal, a essência do rock não é essa?
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