Muita gente boa acha que o Pato Donald apareceu pela primeira vez no Brasil quando sua revistinha homônima foi lançada em julho de 1950 pela Editora Abril. Como título foi realmente, mas o pato mais enfezado dos quadrinhos, criado em 1934 pelos estúdios de animação de Walt Disney, apareceu em várias publicações antes de seu dèbut em revista própria. Já a partir da década de 30, suas tiras cômicas entraram em diversas edições de Mirim, Suplemento Juvenil e Lobinho, publicações do Grande Consórcio de Suplementos Nacionais pilotado pelo visionário Adolfo Aizen, o homem que trouxe para o Brasil o quadrinho moderno americano, com seus cowboys, super-heróis e detetives destemidos. Em O Guri ( revista do O Cruzeiro) e Gibi ( da Rio Gráfica de Roberto Marinho) o pato também mostrou discretamente seu bico, mas foi em 1946, que de fato, o querido personagem mostrou-se aos leitores brasileiros com personalidade forte e o comportamento peculiar que o iria eternizar. Seu destino no Brasil mais uma vez teve a mão do editor Aizen, que acabara de lançar sua própria editora, a mítica Ebal, e a partir de um acordo na Argentina com a Editorial Abril, de César Civita (irmão do futuro dono da Editora Abril Victor Civita), lançou Seleções Coloridas, em outubro de 1946, o seu primeiro título de quadrinhos. Essa série de 17 edições – 14 com histórias de Walt Disney – surgiu nas bancas a cores e em português, embora fosse impressa na Argentina, e teve o privilégio de publicar logo no número 1, a história “Donald e o pica-pau”, estréia no Brasil do genial Carl Barks, criador do Tio Patinhas, Gastão e Maga Patalógika, entre tantos personagens, e definidor de toda a genética da família Pato a partir de 1942. Esses 17 exemplares de Seleções Coloridas se tornaram com o tempo, itens dos mais procurados entre os aficionados colecionadores de HQs, os chamados ‘Comic Hunters’. A edição acima, retirada com pinça das catacumbas de meu armário blindado, é a de número 14, de 25/11/1947, e como vocês podem ver, traz nosso Donald e seus sobrinhos na capa que destaca as duas histórias internas de Barks, “Donald no Alaska” e “Resolução Difícil”. Um tesouro!
Sensacional.
ResponderExcluirE olha que em casa temos várias Seleções.
As Seleções Coloridas tem a ver com as Seleções do Reader's Digest?
Não, Léo,
ResponderExcluirEssa é da Ebal - Editora Brasil-America do RJ.
mas é da época....
abs