31 de março de 2011

Zé Ramalho (1978): estréia avassaladora

Patrick Moraz, ex-Yes. Sérgio Dias, ex-Mutantes. Bezerra da Silva, antes do sucesso uma década depois, requisitado percussionista e especialista em instrumentos do samba; Chico Batera, baterista lendário, tocou com meio mundo do Beco das Garrafas, com Elis, Chico Buarque e quase todo mundo da MPB. Arnaldo Brandão, ex- A Bolha, ex-banda de Caetano Veloso, grande homem das cordas no rock e na MPB. Paulo Moura, um dos melhores saxofonistas e clarinetistas do Brasil, falecido recentemente; Altamiro Carrilho, um dos melhores flautistas do Brasil. Mas espera aí... o que esses grandes músicos tão díspares estão fazendo lado a lado aqui? bom, todos eles tocaram no fantástico disco de estréia de Zé Ramalho, de 1978 (CBS), o mesmo que está nas bancas nesta semana, fechando a (boa) coleção do Estadão "Grande Discoteca Brasileira - 25 Discos que Fizeram História". Por vários motivos, este é um dos meus discos preferidos de sempre: pelo seu grau de emoção, pelas letras poéticas/proféticas/epopéicas, pela mistura regional e roqueira, pela melhor fase da voz de Zé Ramalho e claro, por todos essas participações acima, mais os amigos Elba Ramalho, Lizzie Bravo, Kátia de França, Geraldinho Azevedo, Chico Julien, Lula Côrtes, etc. Um discaço daqueles que abalam na primeira ouvida. Nesta nova dentição, o disco aparece com os mesmos 4 bônus lançados por Marcelo Fróes no CD de 2003, com versões acústicas de "Avohai", "Chão de Giz", "Bicho de 7 Cabeças" e "Vila do Sossego" + uma inédita, "Rato do Porto". A coleção do Estadão fecha com chave de ouro sua série, e embora tenha cometido alguns erros infantis, como não incluir nas fichas técnicas os músicos participantes ( tudo bem que alguns são impenetráveis, mas esse Zé Ramalho por exemplo, tem ficha original completa) e em alguns casos pular a discoteca básica do homenageado ( como neste Zé Ramalho, que trouxe toda a produção detalhada do artista, com ficha e tudo mais, mas pulou o 5º disco, "Orquídea Negra", considerado um dos grandes em sua fonografia). Nada que ofusque essa grande iniciativa, que trouxe de volta, a preços módicos, obras clássicas e memoráveis como Clube da Esquina , Tropicália, Acabou Chorare, Fruto Proibido, A Tábua de Esmeralda, Caça à Raposa, entre outros, além de textos adicionais condizentes nos livretos. Valeu.

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