12 de agosto de 2016

Abertura Olimpíca com substância: bossa, ecologia, samba, Santos Dumont ...



A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio no Maracanã fez um sucesso danado e não foi pra menos. A pesquisa histórica, o respeito pelas tradições, homenagens surpreendentes ( Santos Dumont, por exemplo), cenografia detalhista e criativa e mensagens na lata ( paz, meio ambiente, diversidade, tolerância e respeito entre os povos). A equipe criativa - que incluiu Débora Colker, Daniela Thomas, Fernando Meirelles e Andrucha Waddington sob a direção geral de Abel Gomes - teve que se virar com orçamento reduzido (85% menos que a de Londres 2012) e se saiu muito bem. Uma das grandes sacadas de todo o espetáculo foi aproveitar o solo do gramado para projeções gigantes, o que facilitou a entrada de fundos, paisagens, movimentos e todo o resto da coreografia. Se nos dias anteriores a própria produção chamava o que viria de "gambiarra criativa", justamente por conta do pouco dinheiro, no final todos acabaram se maravilhando justamente com esse desprendimento e informalidade do brasileiro, sem cair na bagunça. Méritos também para a escolha das atrações e homenagens: acertaram em cheio ao simular vôo do 14-Bis ao vivo ( os americanos ficaram magoados? sinal de que esse resgate serviu para provocar uma discussão sobre essa injustiça histórica), colocar nos detalhes as obras seminais de Burle Marx, Niemeyer e Ziraldo ( o símbolo ecológico é dele - vejam na foto acima), deixar o maratonista brasileiro Valderlei Cordeiro de Lima - aquele mesmo que ganhou bronze em Atenas depois de perder o ouro por ter sido empurrado por um padre alucinado um pouco antes de cruzar a linha de chegada - acender o fogo olímpico ( com a tocha trazida por Gustavo Kuerten e na sequência Hortência), em mais um simbolismo que só poderia ser bolado no Brasil mesmo, e a música, ah a música brasileira! Paulinho da Viola abrindo lindamente com o Hino, Elza Soares emocionando, Daniel Jobim, neto do homem, encantando com sutileza enquanto uber Gisele "Garota de Ipanema" desfilava, Zeca Pagodinho e Marcelo D2 trocando figurinhas malandramente, mestre Wilson das Neves abrindo alas com serenidade para o inusitado trio Caetano/Gil e Anitta ( falem mal da música dessa menina, mas o profissionalismo dela nessas ocasiões é de se tirar o chapéu) e o sempre ovacionado Jorge Ben Jor, com seu País Tropical conhecido até no Alasca ( só não entendi a Regina Casé). Permeando tudo, o genial Ary Barroso, deixando no ar um clima mágico de "bons tempos", mesmo sob a sombra da crise econômica. E a ecologia, pauta mais do que necessária, nas entrelinhas a todo momento. Teve aparições mais óbvias como as escolas de samba, o funk carioca, mas tudo isso faz parte do pacote, né? E cá pra nós, bateria de escola de samba ao vivo arrepia qualquer ser humano. Alguns dizem que faltou Pelé, outros Ayrton Senna ( pelo menos durante as encenações, os dois poderiam ser homenageados com atores), afinal tinha Guga e Oscar; Mas o resultado final foi incrível e correu positivamente a mídia mundial como uma abertura autêntica e inspirada. Algumas atrações merecem ser vistas:








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