30 de agosto de 2017
Foto (s) do Mês - Jeanne Moreau
Jeanne Moreau (1928-2017) , ao lado de Bardot e Deneuve , uma das maiores atrizes do cinema francês, e ( aí é só ela) ícone mor da Nouvelle Vague, faleceu no último dia de julho passado, aos 89 anos, e eu acabei não homenageando a diva à altura. Entre os grandes filmes que protagonizou, Jules e Jim ( Jules et Jim, 1963, de Truffaut) figura com louvor. Trabalhou com Louis Malle ( Os Amantes, 1958), Orson Welles ( em três filmes), Roger Vadim, Peter Brook, Luis Buñuel, Antonioni, Fassbinder, Elia Kazan, entre tantos monstros da direção. E também dirigiu seus própios filmes, a partir de meados dos anos 70. Centenas de momentos marcantes e interpretações fortes; mas nenhuma como em Jules e Jim, um filme que extrapolou fronteiras e mostrou ao pós-guerra a graça, leveza e sensualidade, e ao mesmo tempo a postura libertária de uma atriz atemporal, na pele de uma mulher entre dois amores. No livro "Os Sonhos Não Envelhecem", de Marcio Borges - um dos livros mais emocionantes que li na vida, sobre o início e o desenrolar do Clube da Esquina e principalmente sobre a amizade entre o autor e Milton Nascimento, parceiro de músicas e lutas - há um capítulo quase que todo absorvido pelo filme, que marcou para sempre tanto Marcio como Milton, que acabaram assistindo a película dezenas de vezes, entre rodadas de batidas de limão e discussões político-filosóficas/culturais nas ruas belorizontinas que fervilhavam naqueles meados dos anos 60. A homenagem é tardia mas antes tarde do que nunca- lá em cima, Moreau levitando, em cena que acabou virando capa do DVD do filme ( e não o cartaz original do filme, que é colorido) e abaixo, uma imagem que captura bem a postura da atriz - fumando... e absorvendo o mundo todo com o seu olhar.
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